"O Luis sempre tá bem", disse alguém outro
dia.
Não era um
comentário banal. Notei até um certo ar de indignação na voz da pessoa que fez
essa observação.
O que é
compreensível, afinal as pessoas estão todas cheias de problemas. E quando não
são problemas; são medos. E quando não são medos propriamente ditos, são até
mesmo inseguranças banais que lhes anuviam os pensamentos.
Seguindo essa
lógica, alguém estar bem, com tantas pessoas padecendo ao seu redor, é como uma
ofensa. Mas a verdade é que não é bem assim.
Até porque, tenho
as mesmas angústias de qualquer pessoa. O que tento fazer, quase sempre com
sucesso, é jamais deixar que os
problemas pequenos asfixiem as alegrias, - também pequenas -, que se
apresentam o tempo todo.
Porque a vida é
feita de grandes momentos, claro que é; - como festas, casamentos ou formaturas-;
mas ela acontece com mais intensidade nas pequenas coisas. O café fumegante nas
manhãs sonolentas. Aquele jogo despretensioso com os amigos. A piada contada
nos corredores da empresa. A revisão de última hora antes de se fazer uma prova
fodida.
Assim, quando você consegue ser feliz nas pequenas
coisas, com pequenas alegrias a lhe melhorar constantemente o estado de
espírito, quando tudo o que importa é a brincadeira que um colega acabou
de fazer, então fica muito mais fácil encarar as vicissitudes, mesmo aquelas
mais espinhosas.
É o que deveriam
compreender certos chefes. Não é preciso
ser mau para ser um gerente eficaz. Tudo aquilo que um funcionário precisa,
muitas vezes, não é algo grande como uma promoção ou um aumento de salário. Às
vezes, bastaria um elogio.
É algo pequeno, eu
sei; quase imperceptível. Mas é aí que reside o segredo de se viver bem: nas
coisas aparentemente pequenas.
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