Quando estávamos quase saindo do ensino médio,
falávamos em colocar ki-suco nos bebedouros da escola. Nós não queríamos ser
apenas mais uma turma de terceiro ano, nós
queríamos ser lembrados. E, para isso, era preciso algo que impressionasse.
Daí a ideia do suco.
Por fim, acabou que não fizemos a brincadeira, mas
desconfio que, mesmo que a tivéssemos concretizado, isso não mudaria muito a
lembrança dos outros com relação àquela nossa turma de 2010.
Mudaria,
isso sim, as nossas próprias recordações.
E as recordações que carregamos conosco são muito
importantes. Afinal, o presente se esvai a cada instante, e o futuro é sempre algo
inalcançável. O passado, porém, é algo concreto. O passado é imutável, é nosso; está guardado nas nossas memórias, e
dali não pode ser roubado.
Nesta reta final de ano, me peguei pensando na
história do suco. E em todas as outras coisas que deixei de fazer, ou mesmo nas
coisas que fiz, mas de que me arrependi.
Uma palavra dita na hora errada, a ira não contida,
o passo que - pusilânime -, deixei de dar. Bastavam pequenas resoluções,
pequenos gestos, e tudo poderia ter sido diferente. Mínimos detalhes que
teriam feito minhas lembranças mais alegres ou mais amargas.
Refletindo sobre tudo isso, o que posso esperar
para este 2014, que já está batendo à porta, e o que desejo a todos que me
leem; é que os deslizes sejam cometidos aos montes, que as pequenas falhas sejam
toleradas, mas que você não olhe para
trás e se arrependa de não ter se arrependido de errar.
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