Os bons de verdade não se
consideram bons.
Porque
quem é bom, mas digo bom mesmo, jamais está satisfeito. Justamente por ser bom,
ele sabe que há muito a melhorar, e que sempre haverá alguém capaz de
superá-lo. É a máxima da vida: um dia perdemos, noutro ganhamos. Simple as that.
Mas
não é o que eu percebo por aí. Todos os dias, vejo alguém se vangloriando de
algo. As pessoas enaltecem suas qualidades, reafirmam seus atributos, ou
simplesmente começam a dizer, com voz melodiosa “olha só o que eu fiz...”.
Pronto.
Aí está alguém esperando ser elogiado, pronto para os louros da consagração. Nessas
horas, lembro de alguns trechos do Poema em Linha Reta, de Fernando Pessoa, que
declamei certa vez em um Sarau na Feevale:
Então sou só eu que é vil e
errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?”
Pois
bem. Felipão é um desses campeões em tudo, um desses seres superiores, os quais
encontro diariamente.
Basta
ouvir uma de suas ranzinzas entrevistas, e você perceberá que ele jamais erra,
possui todas as fórmulas e conhece todos os atalhos. Seu time vai mal? A culpa é da
imprensa, que o persegue. O jogo está amarrado? Então melhor esbravejar contra
o juiz. A derrota jamais ocorre por sua responsabilidade, pelo simples motivo
de que ela não faz parte dele, ela está sempre nos outros.
Esses "vencedores", eles jamais se conformam; e, afinal de contas, é preciso achar
culpados para explicar as quedas, quando elas ocorrem. Ah, os vencedores...que inveja desses campeões que são bons em tudo!
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