Foi um amigo meu quem me disse, dias atrás: “Sabe
aquela gostosa? Conversei com ela. E, cara, ela é muuuuuito chata!”.
Fiquei impressionado, porque aprendi a não menosprezar
a ênfase de uma palavra com as vogais estendidas dessa forma. Meu amigo estava realmente
decepcionado. Também pudera. Endeusou quem não merecia ser endeusada. Aliás,
existirá alguém que mereça? Duvido.
Mas o fato é que, tanto para homens quanto
para mulheres, chatice embaranga. De nada adianta ter uma bunda de parar o
trânsito, ou um bíceps avantajado; se o seu papo for entediante. Nestes tempos
em que está tão fácil conseguir sexo casual, ter algum conteúdo é um grande diferencial.
E aqui, faço um adendo. Não tenho nada contra
o sexo casual, pelo contrário, acho que o mundo seria um lugar melhor se as
pessoas se aproveitassem mais; mas acho triste imaginar que possa existir
alguém – homem ou mulher -, que possa ser classificado em “para transar” e nada
mais.
Roupas de marca, maquiagem, a aparência
física. Tudo isso pode até ajudar uma pessoa a se tornar mais atraente, mas, se
esses forem os seus únicos investimentos realizados em si mesmo, você corre o
risco de desapontar as pessoas ainda na primeira conversa.
O que aconselhei ao meu amigo? Simples: pessoas
chatas ou sem conteúdo, melhor deletar. Nenhuma bunda vale tanto sacrifício.