1) A ditadura brasileira foi leve
Por
mais que os números de crimes cometidos por regimes militares em outros países,
como Chile e Argentina, seja bem maior do que o Brasil, isso não pode fazer com
que se minimizem os assassinatos e torturas cometidos no nosso solo. Além
disso, as fontes oficiais não consideram pessoas que seguem desaparecidas até
hoje, além de crimes que foram acobertados, como suicídios forjados de
opositores do regime
2) Na Ditadura Militar havia menos
corrupção
Infelizmente,
Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem. Você pode até se iludir, mas a
verdade é que não se podia investigar NADA. Jamais poderemos comparar com os
dias atuais, simplesmente porque, naquela época, a independência de
instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público ainda era algo utópico.
Sempre se roubou no Brasil. E muito.
3) Os militares trouxeram o “milagre
econômico”
Para
resumir a economia brasileira no período do regime militar, ninguém melhor do
que um dos generais que presidiu o Brasil. Pois foi o ex-ditador Médici quem,
certa vez, tascou a seguinte frase: "O Brasil vai bem, mas o povo vai
mal”. De fato, o PIB do nosso país crescia acima dos 10% ao ano, Porém, o poder
de compra do salário mínimo era baixíssimo, a dívida externa brasileira cresceu
como nunca e os sindicatos não tinham voz nem vez. A desigualdade social
manteve-se um abismo no Brasil, com os pobres ficando ainda mais pobres.
4) Só era preso ou torturado quem merecia
Segundo
relatório da Comissão Nacional da Verdade, milhares de índios foram mortos por
agentes do governo militar durante a construção da rodovia Transamazônica. Além
disso, bastava ser da oposição para se tornar um inimigo em potencial do
governo. E mais: houve perseguição a escritores, cantores e atores. Quem não
fizesse exatamente aquilo que o regime queria, era obrigado a refugiar-se, ou
sofreria as consequências físicas;
5) O Golpe de 64 livrou o Brasil de se
tornar uma ditadura comunista
Não há
embasamento histórico para se fazer tal afirmação. Contudo, proponho uma
reflexão: se Jango era um presidente legítimo, eleito no voto (naquela época as
pessoas votavam para presidente e para vice em votações distintas), por que ele
aplicaria um golpe em si mesmo? Além disso, as tais “reformas de base”
defendidas por Jango estavam longe de ser comunistas. Estabelecer direitos
iguais entre trabalhadores urbanos e rurais e cobrar impostos maiores de
grandes empresas estrangeiras que estavam instaladas no Brasil são pautas que
continuam latentes até hoje.
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