Estou lendo mais um livro do Erico Veríssimo, dessa vez a
obra é Senhor Embaixador. Que baita escritor! O Erico é assim, quando o leitor
menos espera, ele consegue expressar
muita coisa com uma simples frase, quase sempre saída da boca de algum
personagem.
Foi exatamente isso que aconteceu agora a pouco. Estava
lendo um diálogo, e tive que interromper a leitura, porque uma frase ficou
martelando na minha cabeça. Um homem aconselha outro:
“ - Escreva o livro
com paixão, homem! A paixão é a verdade de cada um de nós”.
A paixão é a verdade
de cada um de nós.
Claro! É isso! Porque a vida é melhor quando vivida com paixão.
Com paixão as sensações se tornam mais intensas, as ruins também, mas
principalmente as boas.
O torcedor passivo, aquele que não tem paixão pelo seu time,
pode até não sofrer com as derrotas, mas também jamais conhecerá a euforia de comemorar
um gol no último minuto de jogo, ou festejar um título há muito esperado.
Um homem que se priva de grandes paixões, de agir com o
coração, de se emocionar com as coisas aparentemente pequenas da vida, sofrerá
menos, será menos ansioso, mas também terá
menos momentos de euforia e felicidade.
A paixão é o que
motiva. É o que faz alguém se doar. É o que torna o mundo mais humano.
Só há uma área em que a paixão deve ser comedida.
Na política.
A política está emaranhada de paixão, mas essa paixão que
aparece principalmente nos períodos eleitorais é uma paixão que quase sempre atrapalha o andamento das coisas. Ela
faz com que as pessoas deixem de discutir projetos e passem a discutir reputações.
A política precisa ser racional, precisa ser composta pelos
melhores, precisa que as pessoas saibam ouvir, e muitas vezes, ceder. Quando há
mais frieza na política, quando ela está livre de insultos e de paixões cegas, quem ganha são as pessoas.
Um político bom pensa
primeiro nelas; nas pessoas. Os amigos, o partido, a coligação, o prestígio
social; tudo pode ser colocado de lado em algum momento. As pessoas, jamais.
Bacana Luis! Não sabia que escrevia, ainda mais por algo tão nobre, mais humanidade! Quando der, estarei aqui para ler! Abçs!
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