Tivemos
um encontro na semana passada, da turma de formatura do ensino médio. Eu sei,
não faz tanto tempo assim que nos separamos, mas com alguns eu havia realmente perdido
o contato.
No
início estavam todos contidos, apenas naquelas conversas do estilo “e aí, como
está a faculdade/ o trabalho/ o namoro?”, as conversas pontuadas por
frequentes hiatos. Nem parecia que havíamos passado por tantas coisas juntos.
Céus, onde estava minha antiga turma!? Éramos estranhos conversando sobre
amenidades.
Mas
isso foi só no início. De repente, tudo voltou a ser como sempre fora: logo
falávamos alto, ríamos de tudo, lembrávamos de histórias do ensino médio, e recordávamos aquelas priscas eras. “Bons tempos...”, alguns suspiravam, lançando um
olhar nostálgico para a noite azul escura.
Me
arrisco a dizer que, por alguns instantes, voltamos a ser aqueles alunos de
terceiro ano. Mesmo com o passar dos anos, com todas as mudanças, com as responsabilidades
que se acumulam a cada dia, deixamos tomar conta a excitação de estar começando a vida, e a emoção de ter
tanto para viver.
Não
mudamos nada, concluí, balançando a cabeça. Ainda somos os mesmos que
esperavam, nervosos, pelas provas do vestibular. Saí de lá com a impressão de
que talvez daqui há uns 30 anos, quando já estivermos rompendo a barreira dos
50, muitos já com netos; ainda assim, quando nos encontrarmos voltaremos a ser
a turma bagunceira e unida que sempre fomos.
E
então, voltaremos para casa, felizes e cheios de lembranças, certamente
suspirando “bons tempos, bons tempos...”.
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