Confesso que fiquei um pouco chateado hoje depois que saí do
posto da Brigada Militar, com a carteira que eu havia perdido na quinta-feira
passada; agora recuperada.
Alguém a encontrou e
deixou lá, para que os policiais pudessem me entregar.
Esse alguém entendeu que seria justo devolver a carteira e
os meus documentos, que afinal me fariam muito falta, mas achou também que
deveria ficar com o dinheiro que a carteira continha, e assim fez.
Uma nota de 2 e uma de
5.
Míseros sete reais, e
a pessoa ficou com eles.
Não é pelo valor. Não
empobreci, nem a pessoa enriqueceu com isso. O que me chateou mesmo foi a atitude tomada.
Afinal, a consciência de se ter uma dignidade limpa, de saber que você não está
usufruindo de algo que não lhe pertence, pode valer menos do que apenas sete
reais? Quem é que aceita se corromper por tão pouco?
Infelizmente, muita
gente.
Não é o pensamento de todas as pessoas, nem da maioria delas, mas é o de muita gente: “como eu
posso tirar vantagem disso?”.
Em todos os lugares,
em todas as situações, o que mais se busca é a vantagem, o lucro.
Se o valor fosse maior, continuaria sendo errado. Continuaria
sendo feio. Tomar para si sete reais é tão
feio quanto tomar 7 mil, porém com o
triste agravante de ser uma corrupção extremamente barata.
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