Fiquei chateado quando fiquei sabendo que o Luis Fernando
Veríssimo está internado em estado grave. Imediatamente lembrei de um trecho da
crônica “Uma potência que cai”, escrita por ele mesmo, que foi publicada esta
semana na Zero Hora.
O LFV diz o seguinte:
“Defendo, solitariamente, a tese de que deveria haver uma
espécie de liga de intocáveis, clubes que por sua tradição e pelo tamanho e
poder econômico da sua torcida estariam imunes ao rebaixamento”.
Uma liga de intocáveis no futebol, é o que ele defende.
Já eu, defendo a criação de uma liga de intocáveis na
literatura. E Luis Fernando Veríssimo seria um dos primeiros que deveriam
tornar-se imortais, que não poderiam morrer jamais, porque assim também jamais
deixariam de escrever.
Afinal, poucos são os que conseguem aliar humor e inteligência
para analisar o cotidiano de um jeito tão simples, e ao mesmo tempo...profundo.
Quando as coisas mais improváveis se tornarem realidade,
como acontece o tempo todo, quem irá escrever sobre elas? Quem vai contar as
aventuras do padre Marcelo Rossi, quando ele se tornar o primeiro Papa
brasileiro? E quando a Manuela D’ávila for eleita presidente do Brasil, quem irá
escrever? Quem vai falar , sempre com o mesmo olhar aguçado, sobre política,
meio ambiente, cultura ou mulheres? E sobre cada profecia de fim de mundo
frustrada, quem irá escrever?
Quem vai nos fazer rir ou refletir, depois que o Luis
Fernando Veríssimo deixar de escrever?
Os outros.
Os menores.
Definitivamente, algumas pessoas deveriam ser proibidas de
morrer.
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