Meu professor de inglês na Feevale nos contou certa vez uma
historia curiosa: ele dava aulas em uma escola de idiomas de Porto Alegre que
fica bem em frente a um enorme prédio residencial, onde vivem dezenas de
famílias espalhadas por vários andares.
O que acontecia é que nas salas da pequena escola de
idiomas, muitos alunos descobriam que seus colegas de classe eram também seus
vizinhos, descobriam que eles também moravam no prédio em frente.
Vizinhos se conhecendo fora do prédio em que moravam, que
coisa incrível!
Alguém pode concluir que nas cidades grandes existe uma
certa frieza que torna as pessoas solitárias. Concordo em parte. Sei que é bom
conhecer e poder contar com as pessoas que moram por perto, mas sei também que
nas cidades pequenas tudo acaba virando fofoca.
O que muitos apontam como frieza pode ser simplesmente
respeito. Quem vive em uma metrópole é obrigado a aprender a respeitar o espaço
do outro, porque há muitas pessoas para dividir os mesmos lugares.
Distanciamento às vezes é apenas respeito à privacidade alheia.
Por isso entendo o ministro Joaquim Barbosa, que perdeu a paciência ontem com um repórter em Brasília. Afinal, o cara é presidente do
Supremo Tribunal Federal, se ocupa de alguns dos assuntos mais importantes
e polêmicos do país, e o repórter vem perguntar sobre a sua namorada nova?
Repórteres e vizinhos: são muito importantes, mas nem sempre
sabem respeitar nossa privacidade.
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