Sabe aquele filme que todo mundo já assistiu,
menos você? Pois é, eu tinha essa relação com O Julgamento do Diabo, por isso
tratei de assisti-lo neste final de semana.
A trama aborda a vida de um escritor que não
consegue nenhuma editora que publique seus livros. Em um dia particularmente
ruim, quando o protagonista está desesperado e sem dinheiro, eis que surge o
Diabo.
Em troca da alma imortal do homem, o Diabo lhe
oferece sucesso.
Anos depois, o que se vê é um escritor rico, bem
sucedido, com milhares de leitores, e...infeliz. Infeliz sim, porque descobre que
todo o dinheiro, sucesso e reconhecimento do mundo não podem comprar uma roda
de amigos verdadeiros, nem a convivência com quem se ama, nem a satisfação de
se saber dono das próprias conquistas, sejam elas do tamanho que forem.
O filme repete uma frase várias vezes, mas ela ficaria
martelando na sua cabeça, ainda que tivesse sido dita uma única vez: não há
atalho para a felicidade.
Li certa vez que, se um marciano desavisado
chegasse à Terra, se perguntaria o que as pessoas fazem trancadas, num
escritório ou na fábrica, em um dia tão dourado de sol. As pessoas responderiam,
então, que estão "ganhando a vida", e aí sim o marciano ficaria embasbacado
de vez, afinal a vida está ali, se oferecendo, de graça.
Talvez aquele marciano tentasse fazê-las enxergar a
vida onde a vida está.
Seria em vão.
Porque na luta pelo sucesso, as pessoas se transformam
em inimigas. Aí, acontece tal como no filme. Só depois que se conquista
tudo, é que se percebe o nada que se tem. Então, vem a verdade incômoda: não há
atalho para a felicidade.