Tempos atrás, escrevi uma
crônica sobre os perigos do biquíni de fio dental. Fui taxado de machista por
alguns, o que me surpreendeu um pouco, porque o meu objetivo com aquelas linhas
era apenas entreter, nada mais. Fui levado a sério demais em um texto com
seriedades de menos.
Entendo o motivo dessa
interpretação equivocada: na ânsia de se combater o preconceito, surgem também
alguns exageros. Certa vez, uma amiga me disse que não gostava de ser chamada
pelo diminutivo do seu nome. Por quê?, indaguei. Ao que ela respondeu: “é uma
forma de diminuir a pessoa. Acho machista”. Paralisei. Gosto de chamar as
mulheres pelo diminutivo, como Marcinha ou Amandinha; e, ao que eu saiba, nunca
tive o objetivo de ofender, e (muito menos!) de diminuí-las.
Fui pesquisar, preocupado.
Seria eu um machista que
desconhece o próprio preconceito?
Depois, respirei aliviado. O
machismo pressupõe que as mulheres sejam inferiores aos homens, algo de que
discordo totalmente. Aliás, me atrevo a dizer que as mulheres é que são o sexo
forte. Leia O Tempo e O Vento, de Erico Veríssimo, e você entenderá do que
estou falando.
Está lá um retrato fiel de
como a vida é, através de várias gerações. Os homens são corajosos e valentes,
mas deixam-se levar por paixões cegas, sejam elas amorosas ou políticas, e
acabam por matar-se em guerras, ou brigar por motivos banais. Já as mulheres,
elas é que têm a força e a sabedoria de compreender que, como cantaram os
Titãs, nenhuma ideia vale uma vida. São as mulheres que têm o desafio de
extrair o melhor e garantir que a vida siga seu curso, mesmo com tantas
revoluções, tanto sangue e tanta dor
Admiro a fibra e a
obstinação de Ana Terra, Bibiana, Maria Valéria; e até mesmo da abnegada
Sílvia. Admiro demais a força das mulheres. Foi o que concluí ontem, enquanto
velava o sono da minha avó, que está no hospital. Podem até parecer frágeis,
mas não se engane. São elas que sabem o que realmente importa na vida. Temos
muito a aprender com as mulheres que nos cercam.
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