Gostei muito da Aula Inaugural do Curso de Letras da
Feevale, realizada ontem com a presença do professor
americano Paul Dixon, da Purdue University.
Além de analisar os
fatores culturais implícitos em algumas obras da literatura, como o famoso
jeitinho brasileiro e a questão da crença religiosa presentes em Dom Casmurro, Dixon falou sobre algumas diferenças entre
Brasil x Estados Unidos no quesito ensino superior que me chamaram atenção:
1- Nos
EUA, mesmo que a maioria das universidades seja estadual, todas são pagas. Não
existe a Universidade gratuita, como no Brasil.
2
–
O índice de americanos que busca graduação no ensino superior é de cerca de
30%. Quase dez vezes mais do que aqui.
O que essa diferença
nos mostra? Que uma Educação sólida se
constrói com uma base sólida.
O Brasil tenta melhorar a sua Educação sem ter essa
base. Então criam-se cotas milagrosas. Negros e alunos de escola pública chegam
à Universidade Federal pela porta dos fundos, mas para o governo o importante é
que eles cheguem, não importa em quais condições.
O correto seria que o aluno de baixa renda e o aluno
negro chegassem ao vestibular nas mesmas
condições dos alunos que estudaram nas escolas privadas. Então eles
obteriam as vagas graças à bagagem que adquiriram na escola, não por causa de
cotas.
Um
país só precisa de cotas quando precisa corrigir uma injustiça.
E o Brasil segue preocupado em corrigir a injustiça
depois de cometida, ao invés de secar-lhe a fonte. Cortar o mal pela raiz é investir nas crianças. Quando a escola
pública for tão boa quanto a privada, quando os alunos das séries iniciais do
ensino público receberem o mesmo ensino de qualidade dos alunos de escolas
privadas, então em poucos anos o Brasil
não precisará mais de cotas, pois a base da Educação seria uma base sólida.
Com uma base assim, em
poucos anos talvez o Brasil também tivesse um índice de 30% da população buscando
formação no ensino superior.
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