Não vou dizer aqui que Neymar é um herói nacional; até
porque acredito que os verdadeiros heróis
do nosso país jamais se viram diante de câmeras e holofotes, nem foram
convidados para dar entrevista em programas de televisão.
Não, ele não é um herói. Mas vou dizer que Neymar é sim um símbolo do Brasil, e
símbolos sempre falam muito daquilo que eles representam.
Primeiro, porque Neymar é um perseguido dentro das quatro
linhas. Os jogadores que o enfrentam sentem que não podem desarmá-lo sem dar um
carrinho mais forte ou um pontapé, e então fazem-no cair ao solo diversas vezes
em uma única partida.
Neymar, como qualquer símbolo, parece inatingível, alguém
que não deve ser de carne e osso. Afinal, ele é o melhor desta geração.
Ele marca gols que encantam a torcida e o mundo, ele participa de campanhas
publicitárias que engordam sua conta bancária, ele é convidado para o programa
do Faustão e ainda tem ao seu lado uma Bruna Marquezine.
Por isso suas lágrimas
antes do jogo de ontem, justamente seu jogo de despedida, tiveram um valor
simbólico tão grande. Ali, ele
não foi o Neymar inatingível que faz coisas que mais ninguém faz. Ali, enquanto
derramava aquelas lágrimas, ele foi tão humano, e tão de carne, osso e
sentimentos quanto pode ser um filho que
olha para trás antes de sair de casa pela última vez.
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