Flávia sentou-se no sofá da sala, exausta. A irmã acabara de contar-lhe tudo, chorara rios de lágrimas e agora dormia profundamente sob o efeito de sedativos. Flávia experimentava a estranha sensação de não sentir nada. Não culpava a irmã, aquela tontinha apaixonada, mas também não sentia a nem um pouco de pena de Ana. Quanto a Paulo...Quanto tempo fazia que ele havia saído daquela sala? Três horas? Mais? Era como se ela nunca realmente tivesse conhecido o marido que tinha, o homem com quem planejara ter filhos, viver a vida toda junto.
Também não sentia raiva de Paulo. Apenas uma vontadezinha fria de se vingar, mais para recuperar a própria auto-estima ferida do que para atacá-lo.
Naquele instante, a campainha tocou.
Foi preciso que ela tocasse mais de uma vez para Flávia lembrar que havia dispensado Joana e que Matilde tinha ido embora. Precisava estar sozinha em casa naquele dia, para recolocar seus pensamentos em ordem.
- Bom dia – cumprimentou a voz de homem, que Flávia reconheceu como a do jovem médico que havia examinado seu pai depois de morto. – Preciso acertar algumas coisas com seu marido. Paulo está?
Flávia notou o tom de agressividade no tom da voz de Rodolfo. Era nítido que ele era um desafeto de Paulo. O homem já atravessava o jardim quando Flávia o chamou:
-Espere!
Rodolfo girou nos calcanhares. Um sorriso de malícia tomava conta do rosto de Flávia.
- Eu fui traída pelo Paulo. Acho que tenho algo que pode te ajudar contra ele. Entre – convidou.
Rodolfo coçou a cabeça. Será que aquilo era uma armadilha? Entrou alguns segundos depois. A casa parecia deserta. Ouviu um ruído no andar de cima e resolveu subir. A expectativa de que Flávia tivesse documentos que pudessem comprometer o marido faziam-no perder a prudência. Ao chegar ao andar de cima, percebeu que havia uma porta entreaberta.
Rodolfo abriu, e deu um passo para trás, diante da inesperada cena.
Na cama, Flávia repousava. Completamente nua.
Rodolfo observou embasbacado o corpo da mulher mais espetacular que ele já havia visto sem roupa. Os seios fartos e rosados arfavam no ritmo da respiração de Flávia. As pernas longas e macias eram convidativas a esquecer todos os problemas do mundo. Ela estava com as pernas parcialmente abertas, estendidas na cama. Rodolfo notou um mínimo tufo de pêlos castanhos, quase imperceptível e provavelmente suave. Notou também que Flávia era rosada e fresca, e aquela constatação lhe deixou ainda mais aturdido.
-Vem – convidou Flávia – vamos nos vingar juntos do Paulo...
Ela queria ser tocada, acariciada, queria ser usada, queria humilhar Paulo transando com um dos seus inimigos.
Olhou para Rodolfo.
Nu, com o membro enrijecido apontando para Flávia como uma flecha em riste, ele se aproximou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário