quarta-feira, 23 de maio de 2012

Quando eu fico do lado do vilão


Uma vez, alguém me disse: “credo, parece que tu só gosta de vilão!”. É que nas novelas da Globo os mocinhos são muito sem sal. São arroz doce, como diria uma expressão do filme Se Beber Não Case 2.

E por isso, às vezes o mocinho me irrita tanto que eu torço mesmo para o vilão. Porque o bonzinho da história deveria saber ver a maldade onde a maldade existe, mas ele é quase sempre o ingênuo, o coitadinho.

Ahá! Agora tocamos na ferida. É disso que eu não gosto. De coitadinhos. Eu não suporto quem tem pena de si mesmo. Quem tem pena de si mesmo, ao se sentir injustiçado pelo destino, acaba se acomodando. Ele pensa assim: “As coisas são desse jeito porque são”. Ele nunca imagina que poderia ser diferente se as suas escolhas tivessem sido outras e nem enxerga soluções para sair da situação em que está, porque considera que nasceu para ser injustiçado e pronto.

Não é assim que tem que ser. Sou fã de carteirinha do Existencialismo, que prega sermos soberanos senhores do nosso destino. Quando Sartre diz que “somos condenados a ser livres”, é isso que ele quer dizer. Que as nossas escolhas terão conseqüências, algumas imprevisíveis, mas acima disso, que nós PODEMOS fazer escolhas.

E essa liberdade é a liberdade que não tem preço, e que não nos proíbe nem mesmo sermos coitadinhos se quisermos. Mas é melhor a gente não querer isso.

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