sábado, 30 de julho de 2011

O melhor do mês

Julho está se despedindo e eu não poderia deixar de destacar a 2ª Gincana de Integração da escola Berthalina Kirsch, que mais uma vez foi um sucesso. O grande fato a ser ressaltado foi a mobilização pela solidariedade. Estão todos de parabéns, desde a Comissão Organizadora, até cada um dos gincaneiros que se esforçou para conseguir peças de roupa ou equipamentos que se tornaram lixo eletrônico. Muito bom fazer parte dessa história, me sinto orgulhoso!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A guria paranóica


Uma vez eu ficava com uma menina que morava na minha rua, e cara, ela era muito paranóica. Ela estudava de tarde e eu de manhã, na 8ª Série. Era uma época boa aquela, porque eu ficava com uma em cada turno, mas teve um dia em que eu tive que estudar de tarde. Aula de recuperação e talicoisa.

Aí as coisas se complicaram. Passei por ela no recreio e fingi que não vi. Poderia não ter visto mesmo, porque eu passei conversando com a outra, a do turno da manhã.

Mas é que essa menina que eu ficava e que morava na minha rua, cara, ela era muito paranóica.

É claro que depois ela veio tirar satisfações:

- Tu passou por mim hoje e não me olhou – falou, amuada. – Ta brabo comigo?
-Não – desconversei – é que eu não te vi então.
-Pode falar se tu ta brabo comigo – ela insistiu.
-Mas eu não to. Juro!
Ela ficou um tempo quieta, olhando pra baixo. Eu ainda arrematei:
-Porque eu ia estar brabo contigo?
Mas é que, cara, aquela guria era muito paranóica:
-Pode negar. Mas eu sei que tu ta chateado.

Aí eu não agüentei:
-EU NÃO TO CHATEADO!

E ela concluiu, triunfante:

-Viu como tu ta irritado?

Assim são algumas pessoas. Pecam pela insistência e acabam realmente atraindo aquilo que elas acreditam. Assim é o presidente do Grêmio. Insiste tanto na Imortalidade que esquece de contratar bons jogadores. Terminei com a guria, claro. Os títulos e as boas atuações parecem que também romperam os laços com o tricolor.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Onde mora o preconceito

Você que já foi a um estádio de futebol, sabe que lá não é lugar para ouvidos sensíveis. Chama-se o juiz de filho de puta, o baindeirinha de pau no cu, o jogador é xingado quando erra, o do outro time é vaiado, e todo mundo acaba sendo chamado de viado.

Porque onde há fanatismo, há nervos à flor da pele. Eu não vejo mal algum nisso. Um jogador profissional deve saber quais pressões vai enfrentar. Um juiz de futebol deve saber que a torcida esbravejará contra ele, mas no outro dia não vai nem lembrar mais.

É normal isso. É do futebol.

Mas...

Comentários racistas são diferentes. Aí os jogadores se ofendem. Por quê? Se um jogador for homossexual, e chamarem-no de viado no estádio, é homofobia? Porque eles suportam todos os tipos de insultos, mas não toleram que se fale da sua cor?

Porque o preconceito está também neles. Eu, por exemplo, sou machista assumido, bairrista assumido, e só não sou narcisista porque gosto demais das outras pessoas. Aliás, eu gosto daquilo que eu faço parte. Se eu fosse mulher, seria uma feminista convicta. E digo mais, se eu fosse negro, eu teria orgulho da minha cor. Orgulho! Não ia me importar em ser chamado de macaco, que macaco é um dos seres mais inteligentes e parecidos com o homem.

É isso. Quando você se ofende com algo, é porque você vê ofensa naquilo. Os negros parecem que tem vergonha da própria cor. Pode reparar. Você está numa fila de banco e pede: chama aquele alemão ali pra mim?

Tudo normal. Experimenta agora pedir pra chamarem aquele negro. As pessoas, racistas que são, vão arregalar os olhos e pensar “que cara racista!”.

O que está faltando hoje é a compreensão de que fazemos todos parte da mesma raça: a raça humana. Ofensas, piadinhas, isso sempre vai existir. Quem suporta, pela sua ocupação ou cargo, ser chamado de viado-filhodaputa-mercenário sem nem se abalar, não pode se ofender com um comentário racista.


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Coeficiente que ninguém conhece

A pergunta da próxima enquete do JIP foi definida: será sobre o coeficiente eleitoral. Finalmente o debate ganha força no país e me parece que os jornais do interior têm grande força nesse sentido, não de influenciar a opinião de ninguém, mas de mostrar como o processo eleitoral realmente acontece e o que as pessoas acham disso.

Analisando os votos da eleição de 2008 em Igrejinha, entendo que haveria uma disparidade na distribuição das cadeiras sem o voto proporcional (ficaria PMDB com 5, PTB 2, PP 1 e PT com outra). O governo - que naquela epoca também tinha o PTB, ficaria com mais de 70% das cadeiras.

Mesmo assim, é incompreensível que candidatos mais votados fiquem fora e outros com menor votação sejam eleitos. Em tempo, Josué  ficaria de fora tendo sido o 5º candidato mais votado na cidade. Já havia sido assim em outra ocasião, e só não se repetiu porque o Chaco abriu mão do mandato para assumir a pasta da Agricultura, e Josué assumiu em seu lugar como vereador.

Ah, eu também sou contra vereador assumir Secretaria, é claro, mas essa discussão fica pra outro momento.

Também tá no forno o texto "Como um vereador é eleito?", em que os leitores poderão entender melhor as etapas desse processo "democrático". Daqui há um ano teremos eleições municipais. Posicione-se sobre o tema, defina prioridades, questione e depois cobre. Para começar a mudar o mundo, comece a fazer a diferença na SUA cidade.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A parte mais bela do dia

A parte mais bela do dia são as manhãs. Porque a beleza está nas coisas simples. Um galo canta ao longe. O fogo acesso crepita no fogão à lenha. A xícara de café fumegante. Os passarinhos cortando o céu com cores vivas. O sol chegando de mansinho.

Mas cara, como eu detesto tudo isso. Detesto fazer parte desse processo. Eu preferia ficar na cama até tarde, depois acordar lentamente e aí sim, sair do cobertor, quando o almoço já estiver quase pronto e for tarde para tomar café.

Justamente por sempre ter que acordar cedo, me revoltam as malditas manhãs com sua beleza. Aconteceu hoje. Levantei xingando já. Ainda mais porque acordar cedo em feriado é triste. Você sai na rua e não tem ninguém lá. É como trabalhar em um domingo.

Mas o curioso disso tudo é o acordar reclamando. É sempre assim. A gente reclama do que não adianta reclamar. Acordar cedo, impostos, derrota do time, programa de fofoca, essas coisas que sempre vão existir enquanto houver Humanidade.

As obrigações são chatas, por isso são obrigações. A vida está cheia delas. Como eu queria me livrar de acordar cedo, aprender inglês e de aturar a monogamia, o coeficiente eleitoral e o campeonato de pontos corridos. Queria poder me empanturrar com tudo o que eu quisesse, beber até cair, dormir quando o dia já estivesse clareando e não ter nenhuma, nenhuma, mas nenhuma mesmo, responsabilidade.

Enquanto esse dia não chega, eu me contento em observar como as manhãs são belas em sua simplicidade e em como seria bom ter consciência desse processo sem participar dele.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Contra a “Voz do Governo”

A Voz do Brasil está no Guiness. É o programa de rádio mais antigo do Hemisfério Sul, no ar desde 1935, época do primeiro governo de Getúlio Vargas. Eram tempos conturbados na política nacional, e a criação do programa foi ideia de Armando Campo, amigo de Getúlio, na intenção de ajudar o presidente e colocar suas idéias para a população escutar, e assim as pessoas serem a favor de seu governo.

A obrigatoriedade da veiculação do programa por todas as rádios do país sem flexibilização de horário, mesmo 76 anos depois, revela o atraso do país em alguns pontos. Porque a Voz do Brasil já foi um programa informativo, mas não o é mais há muito tempo.

Com a queda da ditadura no Brasil e a transformação da imprensa nacional em mídia, as emissoras de rádio e TV – e principalmente, a internet – contam para todas as pessoas desse nosso Brasil, de Sul a Norte, o que acontece o tempo todo.

Por isso, hoje a Voz do Brasil é a “Voz do Governo”, um meio retrógrado utilizado pelos regimes absolutistas: o governo comandando a imprensa.

Ouvi ontem um trecho interessantíssimo do programa, em que os apresentadores falavam das normas de segurança dos berços (sic). Enquanto isso, rádios de todo o país perdiam uma audiência enorme, em um período que é dos mais nobres para a radiofusão.

É um programa do governo, falando sobre o governo. Ou seja, sem autonomia para criticar e sem a credibilidade de quem está distante para elogiar. Uma inutilidade pública paga com o dinheiro público. Dinheiro esse que é  mais uma vez tratado como dinheiro de ninguém.

 Também é contra a Voz do Brasil? Faça parte do abaixo-assinado contra o programa.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Chuva causa transtornos

Famílias prejudicadas pelo aumento do nível das águas do Rio Paranhana, em Igrejinha, tiveram de deixar suas casas. Cobertura completa na edição de amanhã do Jornal Integração.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Quem vai dominar o mundo

O Dia do Amigo que hoje se comemora talvez sirva também para algumas reflexões. O mundo, você sabe, será em breve dominado pelas mulheres. Nada mais natural, já que as mulheres são práticas e os homens sonhadores. O que torna as mulheres melhores administradoras é essa frieza simples de quem não espera da vida nada além do que ela pode oferecer.

É que as mulheres não costumam cultivar amizades. Rivalizam entre si sempre. O tempo todo. Por quê? Porque são práticas. Porque sabem que não há espaço para todas nesse mundo competitivo. Sabem que a ‘amiga’ pode roubar o futuro namorado, roubar a atenção na festa usando um vestido mais bonito ou exibir o corpo mais bronzeado da turma no final do verão.

Essas coisas.

É claro que isso tem o seu lado ruim. Eu já ouvi mais de uma dizer, por exemplo, “eu tenho que estar com elas pra elas não poderem falar mal de mim”. É triste, eu sei, mas é o preço de tanta competição.

Já os homens seguem uma lógica diferente. Eles sabem que não conseguirão nada sozinhos, que precisarão da ajuda de outras pessoas, e que em troca, terão que ajudá-las também. Nada muito fraternal, portanto, apenas uma troca.

A vantagem é que um homem pode falar todas as bobagens que quiser em uma conversa de bar. Eles podem se xingar, se atropelar em um jogo de futebol, mas sempre saberão com quem poderão contar na hora do aperto. A ‘desvantagem’ é que com tanta parceria, pouca coisa do que um homem conquista é realmente dele. Veja os cargos do governo. Falta espaço para acomodar todo mundo. Veja dois amigos se chamando de sócios depois de ficarem com a mesma menina. Nenhum deles tem a exclusividade de dizer que foi o único do grupo que ficou com ela.

Por isso, aposto nas mulheres para dominar o mundo. As mulheres farão isso muito melhor do que nós. Aos homens restará a amizade, esse sentimento que para elas vem em outro plano.

Alguém aí quer trocar?

Eu não.

No dia do amigo, aproveite para avaliar quem de fato são os seus AMIGOS DE VERDADE. Eles não serão muitos, mas certamente esses são os que valem ouro :)

Toma o que te mandaram!

Tem gente por aí que tenta manchar o nome de uma equipe inteira por não ter coragem de assinar o que escreve. Assim as coisas perdem a graça. Pessoas covardes são também tediosas.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Agora vão soltar

A nova Lei da Prisão Preventiva deve resultar na liberação de milhares de presos que cometeram crimes puníveis com menos de quatro anos de reclusão. A medida é polêmica e está gerando muita discussão. Pingam nos meus ouvidos frases como “Onde já se viu soltarem os bandidos? Que pouca vergonha!”.

O Delegado Lima disse na sua coluna no JI Região na semana passada que as pessoas querem “justiça”. Em suma, punição.

E aí reside o maior erro da sociedade. O assaltante maltrapilho que rouba nas esquinas deve pagar por seus atos? Claro que sim! Mas deve pagar de forma com que ele saia da cadeia determinado a não praticar mais esse tipo de conduta. Esse também é o papel da cadeia, um papel jamais cumprido no Brasil: melhorar as pessoas.

Li um livro uma vez de um membro da Comissão de Direitos Humanos, que falava sobre o sistema prisional do país. Havia algumas imagens fortes também, traçando o perfil das cadeias no país.

E então eu concluí: é impossível alguém não sair de lá muito pior do que entrou. São espaços pequenos e fétidos, sem nenhum tipo de higiene. Lá os livros e jornais são muito apreciados, mas não pra leitura. É que frequentemente falta papel higiênico. Na falta de mulher, algunss presos estupram colegas de cela mais “fracos” – e não são só os que foram presos por estupro que são comidos, como algumas pessoas dizem.

Por isso, leis como essa, que solta os criminosos, são criadas. Por uma mentalidade atrasada de leis meramente punitivas. Por pessoas serem colocadas em calabouços como os da Era Medieval em pleno 2011.

A medida é boa? Não. Mas é necessária. É necessária porque o preso sai da cadeia e volta a cometer o delito, retornando para a cela. Assim há a superlotação. Muita gente parece não acreditar na recuperação de um ser humano. Ceifam-lhes qualquer chance de dignidade. E então, esperam receber o que em troca?

O assunto é tema da próxima enquete do JIP, que será publicada no dia 26. Qual a sua opinião a respeito? Opine.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Titãs - a mais tradicional!

Pode parecer frustrante ficar a apenas 437 pontos do título, mas deve ser motivo de orgulho para quem sabe que a Titãs sempre esteve no seu lugar: o pódio. Em menos de dois anos de gincana a equipe Titãs somou quase 50 mil pontos e conquistou todos os títulos possíveis.
    Por isso, eu quero usar esse espaço para parabenizar a todos que fizeram parte de tudo isso, a todos que com garra e união transformaram a Titãs na mais tradicional equipe do Berthalina. Eu tenho vontade de dar um abraço em todo mundo (até no Jair e no Carlos, juro!), de dizer pra Tassi, que tava chorando na festa, que a gente fez bonito demais, mas eu acho que nada disso é necessário, porque NÓS TEMOS CURRÍCULO, e ele já fala por si:

Principais conquistas:

Troféu de Campeã da Gincana (2010)
Troféu 2º lugar da Gincana (2011)
Rainha da Gincana (2010)
1ª Princesa da Gincana (2011)
Troféu Melhor-Torcida (2011)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Retrô - Discurso de Conclusão

Hoje eu acordei nostalgicamente triste, e como é aqui que compartilho as minhas opiniões, eu não poderia deixar de colocar um trecho do Milton Nascimento que não sai da minha cabeça e mais abaixo, o meu discurso de conclusão do ensino médio.

Com o tempo, as coisas que eu falei parecem ter um sentido ainda mais claro pra mim. Não quero limitar o texto só aos colegas da 231 de 2010, mas a todos que passaram pela minha vida, e de certa forma, deixaram um pouco deles comigo e levaram um pouco de mim com eles também.

Canção da América
"Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção

O que importa é ouvir
A voz que vem do coração"

Discurso
Foi um breve e inesquecível ano. Ao longo desse tempo em que fomos colegas, nós compartilhamos bem mais do que apenas classes vizinhas. Compartilhamos alegrias, sonhos, objetivos, medos... Compartilhamos a insegurança sobre qual caminho seguir, a necessidade de ir e a vontade de ficar.

E compartilhamos também a vontade de querer viver tudo de novo. Esse é o conceito de valer a pena, quando as coisas boas compensam as ruins, quando a nostalgia nos faz querer viver tudo outra vez.

Quem não ficou com essa sensação depois da gincana? Quando o nosso Exército só foi realmente de Ferro porque nós fomos unidos. Sim, a união fez a nossa força, mas NÓS fizemos a diferença. Nós, que nos preocupamos tanto em fazer as coisas acontecerem por ser o nosso último ano na escola, demoramos pra nos dar conta de que bastava sermos nós mesmos.

Com todas as nossas limitações, medos, falhas... E também com todas as nossas alegrias, nossas conquistas, tudo junto. Uma salada de frutas de qualidades e defeitos que só o ser humano pode ser.

Nesse mundo fodido, de coisas ótimas e de coisas péssimas, nada vale um centavo sequer se não tiver com quem compartilhar. E sim, hoje eu posso dizer, já não somos apenas colegas, como nos primeiros dias de aula. Nós já fomos pais, filhos, professores, irmãos uns dos outros, e hoje podemos dizer: AMIGOS!

E que vontade de viver tudo de novo com vocês.

Muito obrigado!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Lasanha campeã

Já ouvi falar que as mulheres preferem os homens que sabem cozinhar. Muito bem, então eu e o Rafa já temos essa carta na manga: repare na nossa PRIMEIRA lasanha. E eu nem estou falando dos fios de queijo que se esticavam a cada garfada, nem do cheiro do molho se misturando com a massa e o queijo derretido.

Mas repare no aspecto. Não muito, pra não ficar com fome. É, quando se tem amigos de verdade, acho que a inspiração vem ao natural.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O preço da Civilização

Sabe com quem eu conversei agora pouco? Com José Adilson Gomes da Silva. É um baiano muito boa praça - como são  os baianos - que esteve aqui na Redação para pedir ajuda para consertar a bicicleta e seguir viagem para Gramado. O cara saiu da cidade de Jacobina (BA) em setembro do ano passado só com a tal da bicicleta e alguns objetos pessoais e está fazendo um tour pela América do Sul.

O cara me lembrou um pouco o filme "Diário de uma motocicleta", se bem que a viagem do Che me pareceu melhor planejada (mas não muito). O fato é que é preciso muita coragem para fazer isso, pois há um claro abandono do conforto e da segurança, além do enfrentamento de algo que os homens tanto evitam, que é o desconhecido.

Embora em parcas condições, esse aventureiro realiza o desejo de todos os homens. Todos nós temos no nosso DNA o gene dos nossos antepassados que caçavam e pescavam alegremente na Savana Africana há mlhares de anos, e que viviam livres, livres!

Eles não tinham compromisso com monogamia, contas pra pagar e muito menos horários para cumprir. Era uma vida animalesca, eu sei, sem conforto, mas tenho certeza, era uma vida mais amena. Hoje temos que nos contentar com impostos, efeito estufa e a Luciana Gimenez.

É o caro preço da civilização.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

E o nosso Centro de Cultura?

Vou colar aqui alguns trechos da Coluna Bastidores da Notícia, do nosso grande editor Fernando Gusen, do dia 17 de dezembro do ano passado:

“Igrejinha precisa muito de um Centro Cultural para abrigar as diversas apresentações que acontecem aqui. [...] nossa comunidade merece mais do que um palco com um ônibus de pano de fundo. Creio que nas primeiras semanas de 2011 teremos ótimas notícias no que tange a construção de um Centro de Cultura para nossa querida Igrejinha. Quem viver, verá.”

Quem ainda está vivo já viu que nada aconteceu. Estou puxando este assunto, não só porque os meses passam e nada acontece, mas também porque no sábado algo me chamou atenção. É que no meio das tantas bobagens costumeiras de um Stand Up, o Cris Pereira falou algo sério. Disse que para ele, depois da saúde e da educação, a cultura deveria ser a grande prioridade dos governos. Porque assim faríamos parte de uma sociedade de pessoas ricas. Ricas em conhecimento, que é o que mais importa no final de contas.

É ele está completamente certo. Igrejinha possui o melhor PIB per capta da região, traz empresas, gera emprego e renda, mas esquece de algo substancialmente importante: progresso material não é tudo. É muito importante, mas não é tudo.

Uma economia forte pode tornar-se fraca, um país desenvolvido pode se tornar atrasado. Mas pessoas a quem se deu dignidade não perdem a dignidade. E é por isso que cresce a importância de se investir em educação e cultura.

No ano que vem teremos eleições municipais, e aos futuros candidatos, a minha pergunta já está na ponta da língua: e o nosso Centro de Cultura, sai ou não sai?

Primeiro as damas

Assisti no sábado e recomendo: é muito bom. Garantia de risos. Muito do espetáculo você pode assistir pelo youtube, mas não há comparação em presenciar ao vivo, com os personagens interagindo com a platéia. O humor nacional passou por um longo período sem renovação, mas acredito que com a chegada dos stand up's - que foram importados -, há um novo gás para o riso no país.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Retrô - A televisão como aparelho ideológico

Texto que escrevi em julho de 2010.

Desde que surgiu, a televisão tem feito muitas vítimas, limitando a capacidade intelectual dos telespectadores e impondo-lhes a sua forma de pensar e agir. “Muito além de Cidadão Kane” desnuda a TV Globo e mostra como ela tem distorcido a realidade em várias ocasiões, de acordo com suas conveniências.

Alguns defensores da TV Globo dizem que a emissora foi “esperta”, nunca incomodando os governos para que nunca fosse incomodada. Opiniões assim não surpreendem vindas de uma sociedade onde o “esperto” é aquele que prospera, não importa quais meios sejam usados para isso.

Através da exposição dos campeões de audiência no Brasil, o documentário inglês traça o perfil do brasileiro típico: alienado, pobre culturalmente e ignorante. Infelizmente, essa é a imagem que exportamos. No exterior, quando ouvem o nome do nosso país as pessoas rapidamente pensam em futebol, carnaval e mulheres com os corpos expostos.

Nos últimos anos, porém, essa cultura vem dando lugar finalmente à credibilidade jornalística, ainda que lentamente. Na cobertura das eleições presidenciais de 2006, por exemplo, o Jornal Nacional exibiu uma série de entrevistas com os principais candidatos. De forma espantosamente neutra, elas foram incisivas e conduzidas com habilidade pelos apresentadores Wilham Bonner e Fátima Bernardes.

A ausência evidente de acertos com a acessória dos candidatos e o tratamento firme mas civilizado dispensado pelos entrevistadores foram um avanço do papel da imprensa em sua responsabilidade com a verdade.

Na última década, a TV Globo ganhou uma concorrente de peso. A TV Record, após pesados investimentos em infraestrutura, caras contratações de jornalistas, apresentadores e atores, além de brusca mudança na sua grade de programação, obteve um aumento de cerca de 500% na audiência, fixando-se em segundo lugar na preferência dos brasileiros.

Mas esse aparente fim do monopólio Global não pode ser comemorado. Embora ninguém tenha provas, até as pedras da rua sabem que os investimentos na TV Record foram financiados pelos cofres da Igreja Universal, o que é proibido por lei. Na sua programação a emissora exibe noticiários e novelas nos moldes Globais, além de “cópias” fajutas, como o programa “Legendários”, copia do “CQC”, da TV Bandeirantes e o reality show “Ídolos”, que era exibido no SBT com o mesmo nome.

A emissora do Bispo Edir Macedo mostra-se também “anti-católica”, dando ênfase a casos que envolvem padres pedófilos, pegando declarações fora de contexto e mostrando uma imagem negativa do Papa nos seus noticiários.

Lamantável, como quase tudo o temos visto na história da televisão no Brasil. Sonhemos, então, com um futuro em que a TV seja um órgão comprometido com a verdade. Sonhar não custa nada. Mas esse é também um clichê televisivo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Televisão - Titãs

"A televisão me deixou burro, muito burro demais
Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais
[...]
Ô cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro que um espirro
fosse um virus sem cura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!
Ô cride, fala pra mãe!
[...]
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa, mas eu nao faço nada
A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais!"



terça-feira, 5 de julho de 2011

Tudo o que poderia ser

A sua vida poderia ser diferente. Olhe a sua volta. Você está lendo este texto graças à invenção de coisas engenhosas como um computador, a internet, e antes disso, a energia elétrica. Nós já estamos habituados a tudo isso, mas nada é simples. São sistemas complexos os que permitem que duas pessoas em pontos distintos conversem em tempo real.

A questão é que o ser humano é muito inteligente. O ser humano é capaz de inventar coisas espetaculares como o celular, o controle remoto e o biquíni fio dental. E pasme, o ser humano também seria capaz de resolver o problema do trânsito caótico, das filas nos hospitais e da desigualdade social.

Porque é tudo simples demais. O homem foi à Lua (será mesmo?). Então, nenhum desses problemas pode ser de difícil resolução, com tanta tecnologia à disposição.

E os políticos não nos enganam (tanto) nesse ponto. Todos eles dizem que sabem o que deve ser feito e como ser feito. Eles reclamam que não há dinheiro em caixa para que as melhorias saiam do papel.

Por isso, a sua vida podia ser diferente. Bastaria que os detentores dos altos cargos se contentassem com os gordos salários que recebem todos os meses. Mas não. Um Palocci precisa aumentar em várias vezes o seu patrimônio. Um Sarney precisa transformar um estado em um feudo. Menos que isso seria pensar pequeno para eles.

E assim, as obras param, os doentes seguem nas filas e o trânsito estressa o mais calmo dos mortais. Não porque falta dinheiro. Dinheiro há. Ele só está sendo colocado em outro lugar.

Por isso, quando você observar um desnível social – ou seja, sempre – ou quando o carro em que você está andar a 5 por hora na ida para a praia, não se conforme com isso. Acredite, a sua vida poderia ser diferente.

Símbolos e gestos

Pense em todas as músicas melosas e cheias de declarações de amor que você já ouviu, seja no ritmo que for, desde Jonas Brothers a Roberto Carlos. Pense naqueles poemas curtos que estão nas páginas dos livros de Português, nos sonetos, nos poetas consagrados, nos programas de televisão em que alguém se declara para outra pessoa em rede nacional.

90% das pessoas que fazem tudo isso são homens. Porque todos os homens somos românticos. Nós acreditamos em amor platônico, em fidelidade, fazemos planos, conheço muitos até que abandonam os amigos para dedicar-se integralmente a namorada.

Nós abrimos mão de fazer o que queremos só pra deixar a outra pessoa feliz, compramos presentes, fazemos massagem, e como as mulheres gostam de massagem, meu Deus do céu! Nós damos o casaco para elas no frio, ouvimos pacientemente as histórias do cotidiano e de outras pessoas contadas nos miiiiiiinimos detalhes, porque uma mulher fala. Lembre dos dias em que elas estão inspiradas então. Como falam. Falamfalamfalam. E ainda: falam.

Nos deixamos as festas, as diversões de uma solteirice juvenil, largamos a badalação. Tudo por causa do nosso irremediável romantismo. E não existe romantismo maior do que o romantismo expresso em gestos.

Mas, curiosamente, para as mulheres isso não importa. Esses gestos passam despercebidos. Por quê? Por que as mulheres não querem gestos. Não querem romantismo. Elas querem colocar uma aliança no seu dedo, porque a aliança é um símbolo. Símbolo de compromisso, que é o que elas realmente querem.

Tudo aquilo que as mulheres realmente valorizam, como anéis e atenção especial em datas como o dia dos namorados – e datas também são símbolos! – é um reflexo da única coisa que elas querem: compromisso.

E nós, nós homens somos os verdadeiros românticos. Sim, nós que sempre somos chamados de galinhas. Nós que não precisamos de datas nem símbolos para sentir.


segunda-feira, 4 de julho de 2011

O inimigo cruel

Era madrugada e Pablo caminhava lentamente pela calçada. Os muros da antiga escola agigantavam-se ao seu lado. Algo lhe comprimiu o peito com força e ele sentiu os olhos marejarem. A nostalgia e a saudade se misturavam mais uma vez. Ou seriam a mesma coisa?

E quanto mais ele andava, mais se sentia longe de seu destino. Teria mesmo algum destino? Pensou em ligar para algum de seus amigos, mas logo a ideia dissolveu-se em sua mente. Era inútil. Naquele inverno, àquela hora, ninguém sairia de casa para caminhar com ele, ninguém tinha vontade de conversar.

E Pablo sentiu-se só. Só pelas ruas de São José dos Ausentes, a cidade mais fria do Brasil. De repente, ele percebeu que não estava mais nas calçadas conhecidas de sua infância. A paisagem ao seu redor era tão branca que fazia os olhos doerem. Que lugar era aquele? Caralho, que frio!

E sentindo os pés afundarem no gelo a cada passo que dava, Pablo continuou caminhando, mesmo que estivesse na Sibéria. A falta de pessoas angustiava-o.

Enquanto caminhava, ele refletia: as coisas passam. O tempo então, voa. E agora? O que ele tinha feito para as pessoas que amava? Teria sido um bom amigo, um bom colega, um bom namorado? Teria sido um aluno de quem os professores gostavam?

As oportunidades haviam acontecido sem que ele tivesse se dado conta. Ah, se pudesse voltar no tempo! Porque só agora enxergava aquelas coisas? Mas como raciocinar com tanto frio?

Então, Pablo sentiu que seus pés começavam a afundar, mas não era a neve que o engolia. Aquilo era areia movediça! E quanto mais ele se esforçava, mais afundava, e quanto mais ele tentava gritar, mais tinha a certeza de que não sairia nenhum fio de voz de sua garganta. Ele ia morrer, sabia disso, sabia que não teria uma nova chance, pois não acreditava em milagres.

Na hora derradeira do último e desesperado suspiro, Pablo acordou. Consultou o relógio: 22h35. Ainda era cedo, fazia frio e a sensação de abandono do sonho persistia em seu peito. Era um domingo à noite.

E Pablo odiou o domingo à noite, àquele momento da semana em que não há fuga ou meio para afastar a melancolia e a tristeza. Odiou-o como só se odeia a um inimigo muito cruel.

sábado, 2 de julho de 2011

O saldo da gincana

Toda disputa saudável é sempre bem-vinda, embora faça parte da nossa natureza querer ganhar. Depois de toda a confusão do ano passado, quero dizer que este ano aplaudirei a campeã no dia 15, seja ela a equipe que for. Em uma gincana em que há lealdade e comprometimento, não existem perdedores.

E o montante de agasalhos arrecadados? Muito afudê, simplesmente 1,2 tonelada de roupas de inverno. Com atitudes como essa, a Humanidade fica maior. E o meu orgulho em me sentir ainda um membro da família Berthalina infla. Sabe o filho que cresce e sai de casa, mas sempre tem um lugarzinho reservado pra ele no seu antigo lar? Pois é.