quinta-feira, 30 de junho de 2011

Como se ganha uma gincana

A Comissão Organizadora já deu a letra no ano passado: não se ganha uma gincana sem organização. Mas isso todos sabem. Na verdade, na vida não se chega a lugar algum com ações desorganizadas.

Mas é organização não é tudo.

É importante, mas não é o mais importante. O mais importante é algo tão simples, tão fácil, que chega a parecer clichê: é o espírito de equipe. A questão é que pouca gente consegue colocar algo aparentemente tão simples em prática.

A gincana deste ano será vencida pela equipe que conseguir aliar a organização com o senso de coletividade. Só as pessoas vencedoras compreendem que o seu trabalho não teria nenhum significado se não fosse somado ao trabalho de outras pessoas.

Por isso, quando se ouvem frases do tipo, “não abro mão de ser EU a realizar tal tarefa”, ou “as idéias e sugestões que EU dou nunca são ouvidas”, uma equipe fica menor. Porque em uma equipe, o pronome EU deve ficar de lado, e o conjunto deve prevalecer.

É como em um time de futebol. Não adiante ter um time inteiro de Messi’s se cada um deles quiser fazer tudo sozinho. É preciso que haja passes, tabelamentos, jogadas ensaiadas, cruzamentos... É preciso de coletividade para que se chegue ao gol.

Por que então na prática é tão difícil se ver um grupo unido trabalhando em prol de um objetivo comum, sem se importar com quem é o mais importante? Por que as pessoas não compreendem que o “todo” é que é o mais importante?

Por vaidade. Tudo é vaidade debaixo do sol, já dizia o Eclesiastes.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O grande problema do país

Me despedi deste semestre letivo ontem à noite e se fizer um balanço do meu aprendizado nesse período, não tem como dissociar algumas noções de Linguística de um campo sociológico.

E com a polêmica dos livros do MEC, eu descobri que o maior problema do nosso país não é a corrupação, as injustiças sociais e a criminalidade. É a interpretação de texto.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O bebê vai nascer

Josué desceu as escadas correndo, três degraus de cada vez. Derrapou no final e seguiu em desabalada, ganhando a calçada, que naquela hora estava quase deserta. Por mais que corresse, por mais que avançasse, por mais que procurasse ordenar os pensamentos, as palavras da mensagem de texto que ele recebera há poucos instantes ecoavam em sua mente, repetidamente:

“O bb vai nascer”.

Vai nascer! Meu Deus, talvez já esteja nascendo! E ele ali, com dificuldades para girar a maldita chave na maldita ignição do maldito carro. Consulta os bolsos antes de arrancar: talão de cheques, molho de chaves, celular, uma balinha de um centavo. Beleza. Tudo o que pode ser necessário.

O trânsito se agiganta. Como é possível ter tantos carros na rua a essa hora da noite? Josué se impacienta. Buzina. Grita com o cara do carro eu lado. Que abaixa o vidro, irritado. Irritado não. Irritada. É uma mulher.

- Só podia ser... – resmunga.

E segue. Acelera. Quase atropela um menino de bicicleta. Resmunga um palavrão. Que tipo de pai deixa o filho brincar na rua até tão tarde?

E seus pensamentos viajam em direção ao filho, o filho que ele esperou com tanta ansiedade, e que finalmente está chegando. Ah, quanta coisa ele vai ensinar, quantos causos ele vai contar. Já decidiu até o nome: César, como um dos imperadores romanos.

Sim, um nome de respeito. César não vai ser qualquer um. Vai ser o maior camisa 9 da história do Grêmio. Pegador, sempre com muitas namoradas, sempre fazendo festas, sempre contente...

As divagações de Josué se dissipam rapidamente. Acaba de passar o sinal vermelho. Menos mal que não tem ninguém no caminho, menos mal que o hospital já está perto, menos mal que César está chegando.

Sim, que beleza! Ele já sabe que vai ser um pai coruja. Mas sem encher muito de mimos e frescuras, que é pra não abichornar o guri. Já está tudo planejado. O primeiro passo é colocar o pequeno César na natação. Tem que ser cedo, desde bebê. Josué lera em algum lugar que os bebês são excelentes nadadores.

O estacionamento do hospital. Finalmente, finalmente! Josué está pronto para descer do carro, com o coração a mil, quando recebe mais uma mensagem de texto no celular:

“Não vai vir?”

E ele estaca, petrificado. Esquecera de pegar a mulher em casa.

O que eu não posso mais calar

O politicamente correto acabou com uma das coisas mais fascinantes do ser humano, que é a pluralidade. Pluralidade de gosto, jeitos, opiniões, tudo. Não há nada que caracteriza tão bem a nossa espécie, do que aquilo que todos temos em comum: as diferenças.

Mas o politicamente correto acabou com isso. É como o sistema de cotas para negros: boas intenções, mas na prática o que acontece é o oposto do que se gostaria. O politicamente correto deveria pregar que não devemos prejudicar ninguém, de modo algum, por causa das suas escolhas. Mas não. Ele diz que devemos PENSAR igual, como se houvessem jeitos certos e errados de ver as situações.

Todos dizem que são a favor da liberdade de escolha, que os homossexuais têm o direito de viver juntos, adotar filhos, dividir herança. Tudo muito bonito. Mas ninguém quer que o seu próprio filho se relacione com alguém do mesmo sexo.

É que hoje em dia é feio ter preconceito. Qualquer um. A regra que nos obriga a concordar com novos conceitos mata a nossa própria individualidade, aquela que nos dá direito de ser contra o homossexualismo, a favor da pena de morte e da legalização do aborto, por exemplo.

Por isso, cevo com carinho os meus preconceitos. Respeito quem resolve ser gay. Mas não podem me obrigar a ser hipócrita dizendo que acho bonito isso tudo isso. Porque eu não gosto, e com certeza teria um desgosto muito grande se meu filho – que um dia eu quero ter um filho – me disser que gosta de homens.

E tem mais coisas que eu não aprovo. Essa perda de valores, essa virada de mesa que nos levou de uma sociedade extremamente conservadora para outra extremamente liberal. Eu não consigo ver com bons olhos essas festas em que as gurias de 14 anos vão com roupas minúsculas descer até o chão e cantar “quero te dar”.

Um dia eu posso ter uma filha. E, gostando ou não, eu tenho uma irmã no início da adolescência. As coisas poderiam ser mais simples. Poderia haver dois caminhos, o certo e o errado, e a gente só teria que escolher entre um ou outro e pronto. Mas não. Cada escolha está impregnada de erros e acertos, e o resultado é sempre imprevisível.

Parafraseando uma frase célebre de O Tempo e o Vento, êta mundo velho sem porteira...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Contagem regressiva

Entramos hoje na semana da II Gincana de Integração do Berthalina! O tempo voou desde a festa que coroou a Titãs como a primeira campeã, muitas águas rolaram, mas nós estamos noovamente na briga!

É claro que perdemos muita gente boa do ano passado, mas os novos que chegaram com certeza vão dar a sua contribuição, e os líderes este ano estão muito organizados e correndo atrás, o que já é meio caminho andado.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O que eles dizem de nós

Li agora no site do Observador, principal jornal do Uruguai, a matéria "A Pacaembú la final le quedó grande", em que são expostos todos os problemas de estrutura do estádio que sediou a final da Libertadores de ontem entre Santos e Peñarol.

O que me chamou atenção foi a conclusão do texto, onde os uruguaios questionam a capacidade do nosso país em organizar a próxima Copa do Mundo:

"La pelota sigue rodando, la Copa tiene campeón y el Pacaembú queda en la historia como el anfitrión de la final 2011. Pero se impone una reflexión y un gran interrogante acerca del futuro. ¿Brasil será capaz de organizar el Mundial de 2014?"

Em meio a denúncias de superfaturamento das obras no Paraná e em Minas Gerais e à certeza de que existem outros, esses não divulgados, a imprensa internacional começa a apontar o fiasco de quem não tem a mínima condição de acabar com a desigualdade social, mas acha que pode gastar bilhões com uma Copa do Mundo.

E quanto a resposta da pergunta feita pelo jornal uruguaio?

O tempo dirá.

Festa dos formandos

Longe de mim querer ser um cara chato, desses caretas que gostam de tudo certinho, tem gestos e palavras medidas para todas as ocasiões e acabam sendo sem gosto nem cor. São arroz doce, como ouvi recentemente em um filme.

Eu não quero ser esse chato de galochas, mas é que algumas coisas tem hora pra serem feitas, e até limites. Você não assobia em um velório e não vai fazer meditação em um estádio de futebol. Não porque seja errado assobiar ou querer encontrar a paz interior como um Buda, mas porque esses locais não são adequados pra isso.

Longe de mim querer ser um cara chato, desses caretas que gostam de tudo certinho, mas esses formandos que desfilam em bandos na Feevale, fantasiados e munidos com tambores, apitos, vuvuzelas e tudo mais que faça barulho, essas pessoas deveriam fazer a sua festa em outro lugar.

Principalmente em semana de provas.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tristeza no olhar

Assisti um trechinho dA Liga ontem, que falava sobre o crack e seus efeitos. Não tem como ficar indiferente ao que essas pessoas vivem. Fui dormir um pouco menos leve.


Uma das coisas que ficarão gravadas na minha memória, mesmo quando eu estiver bem velhinho, é a lembrança de uma noite gelada de maio de 2009. Andávamos em um grupo de seis. As calçadas de Igrejinha, que não são largas como as de Uruguaiana, como diria um amigo meu, essas calçadas não comportam um grupo de seis amigos andando lado a lado. Então nós nos dividimos em dois grupos de três.

 Mais a frente, já a uma certa distância iam o Bogas, o Rafa e o Mano. Atrás ia eu, o PC e o Lipxie. Tudo ia bem, falávamos de futebol, de amenidades, falávamos bobagens, sei lá o que a gente estava conversando.

De repente um homem, quarenta anos presumíveis, nos parou. Queria uma informação. E é agora que a história começa. Eu lembro exatamente quais foram as suas palavras:

“Eu to precisando de ajuda pra achar a minha casa.”

Não era um bêbado. Tínhamos certeza. O homem demonstrava uma firmeza nos gestos e nas palavras que uma pessoa embriagada não possui.

“Moro na frente da garagem da Prefeitura, mas será que é pra lá?”

Não era. Ele apontava para a direção oposta. Decidimos levá-lo para casa. E então, pela primeira vez na vida, conversei com alguém que estava sob o efeito de drogas pesadas.

O homem lembrava que tinha saído às duas horas da tarde de casa para beber com os amigos. Alguém lhe oferecera algo que não era bebida, algo que um “amigo” não deveria oferecer. Já eram nove da noite e ele não lembrava de mais nada. Lembrava de outras coisas. Lembrava que tinha uma casa, dois carros, uma esposa e duas filhas. Falou com carinho das meninas.

O cara só reconheceu o caminho quando estava praticamente na rua da casa dele. Finalmente chegamos. Ele morava em uma casa confortável, de dois pisos, bem mobiliada. Esperamos por 15 minutos até a esposa e as filhas do homem chegarem.

E o homem explicou-se. Não para a mulher, que não era necessário, mas para as meninas:

“O pai tá bem, mas a minha cabeça parece que morreu. Eu tava completamente perdido, esses meninos são anjos que trouxeram o pai pra casa.”

As duas encaravam o pai. A menor tinha um olhar arregalado, parecia assustada. Já a mais velha, de uns 10 anos, não demonstrava pena, medo, vergonha, raiva, nada disso. O olhar que ela tinha era um olhar de tristeza, um olhar tão triste que nele não cabia mais nenhum sentimento.

E aquilo me partiu o coração.

Daquele dia em diante, tenho um olhar diferente para tudo que envolve o caminho tortuoso das drogas. Essas campanhas que estão toda hora na TV e em todos os lugares são muito bem intencionadas, mas não dão uma noção verdadeira do sofrimento que a droga traz. Só quem já passou por isso, ou quem perdeu um amigo ou familiar para as drogas sabe. O que fez com que aquele homem se apresentasse drogado na frente das filhas que tanto ama, na frente da companheira a quem um dia ele jurou que amaria na alegria e na tristeza?

Falta de estrutura familiar não foi. Influência dos amigos? Um pai de família é muito menos influenciável do que um jovem que precisa da aceitação do grupo do qual ele faz parte. Curiosidade? Ninguém entra para as drogas por curiosidade, essa é a maior conversa fiada que existe.

Nós precisamos rever alguns conceitos. O drogado está errado, mas é um erro culposo, e não doloso, e não se sabe onde está a origem desse erro. E a sua maior punição é ver o olhar de tristeza das pessoas que ele mais ama.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Jornal Integração apresenta...

Luan Santana em Gramado.


Assinantes já podem adquirir seus ingressos pelo valor de R$ 20,00 ou espaço VIP por R$ 60,00 c/ open bar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A favor do voto distrital

Sou a favor do voto distrital puro, que garante representantes de todas as regiões, eleitos pela maioria simples dos votos. Aliás, existe maioria simples? Pra mim, maioria é maioria. Deveria ser esse um dos pilares da democracia do nosso país.

Mas não é.

O sistema eleitoral atual não garante que os mais votados sejam eleitos. Pelo coeficiente eleitoral posto em prática hoje, existe uma divisão do número de vagas pelo número de cadeiras disponíveis (seja na Câmara, na Assembléia ou no Congresso). Então chega-se a um número de votos que equivalem a cada cadeira.

Por exemplo, se esse número for de 100 mil votos e o Chaves fizer 500 mil votos, ele tem direito a sua cadeira e mais 4, que vão para o seu partido. Assim chegam também ao poder a Dona Florinda, o Kiko, o seu Madruga e a Bruxa do 71, mesmo que eles tenham feito um número muito baixo de votos.

Aconteceu no ano passado aqui no RS com a Luciana Genro, que fez mais de 120 mil votos e não se elegeu, porque as vagas já haviam sido preenchidas por candidatos que fizeram menos votos. Absurdo? Alguns preferem chamar de democracia...

O RS tem direito a 33 deputados federais. Pelo voto distrital, o estado seria divido em regiões e pelo menos um representante de cada uma delas seria eleito. Isso facilitaria muito a fiscalização do trabalho de um deputado e a representatividade de cada região, mas as vantagens não param por aí.

Cada deputado tem uma verba de R$ 12 milhões por ano para gastar como quiser na sua região. Os candidatos genuínos do Vale do Paranhana à Câmara Federal no ano passado, Girardi e Trombetta, se tivessem sido eleitos, teriam uma verba de R$ 48 milhões cada um para injetar nas nossas cidades nos quatros anos de mandato.

A Manuela D’Ávila, que fez votação expressiva em Igrejinha, investirá seus quase R$ 50 milhões em Porto Alegre. Natural, já que ela deve ser candidata a Prefeitura da capital. Foi um voto ruim? Me parece que não. Mas poderia ter sido um voto, no mínimo, mais esperto.

Que sistema eleitoral esse nosso, em que é preciso esperteza na hora de votar... Ah, e sorte, é claro, porque nesta democracia, nem sempre os mais votados vencem. Ainda consegue ouvir falar em coisas como “vontade da maioria”, “democracia respeitada” e “justiça eleitoral” sem sentir que estão rindo da sua cara?

Eu não.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Caminhos da ambição - último capítulo

Paulo recostou-se na parede, extenuado. Os últimos dias haviam sido terríveis para ele. Dormira pouco, comera mal. Conhecia Flávia, sabia que ela o amava, mas sabia também do seu orgulho, que ela passaria por toda a dor que a sua ausência causasse sem sequer cogitar a hipótese de aceita-lo de volta.

Rodolfo também não o havia procurado, mas aquela estranha calmaria por parte do médico o preocupava, mais do que qualquer outra coisa. O apart-hotel em que ele estava não era caro, mas seu dinheiro estava acabando e diante de todos aqueles problemas, Paulo esperava. Esperava, nem ele mesmo sabia o quê.

Dera para sonhar com o velho Aníbal nas últimas noites. Estaria sentindo remorso? Ele não sabia.

Quando já se preparava para levantar, o telefone tocou.

-Senhor, há uma moça aqui embaixo querendo falar com o senhor. É a Ana.

Enquanto Ana subia, Paulo pensava. Havia esquecido da cunhada. Parecia estranho pensar nela assim... Cunhada?

Abriu a porta, preocupado. Naqueles dias sombrios, nenhuma visita inesperada poderia ser algo bom.

 - Achei que você ia gostar de me dar feliz aniversário – disse Ana sorrindo quando Paulo abriu a porta.

E por meia hora, Ana falou. Você sabe como as mulheres falam. Falou de como estava contente por fazer 18 anos, porque ia poder pegar a sua herança, sair de casa, tinha planos para a faculdade...

- Mas e a Flávia? – Perguntou Paulo, sem se conter.

Uma ruga de inquietação se formou na testa de Ana.

-Pensei que você não estava interessado, já que me disse que não a amava mais. Mas a mana ta muito bem. E se você quer saber, tem sido um desfile de homens lá em casa. Aquele tal de Rodolfo ficou uns três dias...

Paulo não conseguia acreditar. A sua Flávia com vários homens? Não era possível. E com o Rodolfo?

- Olha só, Paulo – disse Ana, interropendo seus pensamentos – O vestibular ta chegando e eu quero fazer um cursinho. Você sabe como a UFRGS é difícil. E eu acho que a gente deve assumir logo o nosso amor. Eu preciso de alguém pra me ajudar a administrar o dinheiro que o papai deixou.

Paulo olhou para a garota, sem compreender. Nosso amor? Ele entendia cada vez menos. Então Ana ainda acreditava nas suas promessas amorosas, em tudo o que ele havia dito?!

Ele observou-a, metida em um vestido claro que contrastava com o bronzeado de sua pele. O tecido leve fazia- o lembrar das curvas que o haviam surpreendido poucos dias antes. Ou teria sido em outra vida? Aquilo poderia ser muito interessante, concluiu.

-Por mim, arranjamos a documentação e casamos ainda nesta semana – sorriu Paulo.

E os dois saíram de mãos dados pelas calçadas abarrotadas de gente, com Paulo ainda surpreso com os rumos que a vida tomava. Uma Flávia mais liberal, aproveitando a vida, levando homens pra casa? E ele casando-se com Ana, que tinha ainda uma cabeça tão infantil...

- Eu preciso me divorciar da sua irmã – disse baixinho.

Ãhn? – perguntou Ana.

 - Eu tenho que me separar da Flávia pra que a gente possa casar – repetiu – e então ela se torne minha cunhada.

Ana riu baixinho.

- Que coisa engraçada e triste é a vida – murmurou para si mesma.

O sol estava alto e seus raios iluminavam o casal formando uma longa sombra na calçada. Os dois misturaram-se na multidão, muito juntos, até tornarem-se apenas dois pontos difusos ao longe.


Dica de filme: Exam

O melhor filme que eu assisti neste ano chama-se Exam. Acho que é lançamento, assisti legendado, e isso é sempre um fator que contribui para a qualidade do filme.

Contar qualquer coisa seria estragar a história, mas posso dizer que vale a pena assistir e observar o que pessoas que buscam uma vaga em uma empresa ou a cura de um vírus são capazes de fazer em um exame de oitenta minutos em que apenas um pode ser o escolhido.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Um pouco de Drummond

AUSÊNCIA
"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
Carlos Drummond de Andrade

Caminhos da ambição - penúltimo capítulo

Flávia sentou-se no sofá da sala, exausta. A irmã acabara de contar-lhe tudo, chorara rios de lágrimas e agora dormia profundamente sob o efeito de sedativos. Flávia experimentava a estranha sensação de não sentir nada. Não culpava a irmã, aquela tontinha apaixonada, mas também não sentia a nem um pouco de pena de Ana. Quanto a Paulo...Quanto tempo fazia que ele havia saído daquela sala? Três horas? Mais? Era como se ela nunca realmente tivesse conhecido o marido que tinha, o homem com quem planejara ter filhos, viver a vida toda junto.

Também não sentia raiva de Paulo. Apenas uma vontadezinha fria de se vingar, mais para recuperar a própria auto-estima ferida do que para atacá-lo.

Naquele instante, a campainha tocou.

Foi preciso que ela tocasse mais de uma vez para Flávia lembrar que havia dispensado Joana e que Matilde tinha ido embora. Precisava estar sozinha em casa naquele dia, para recolocar seus pensamentos em ordem.

- Bom dia – cumprimentou a voz de homem, que Flávia reconheceu como a do jovem médico que havia examinado seu pai depois de morto. – Preciso acertar algumas coisas com seu marido. Paulo está?

Flávia notou o tom de agressividade no tom da voz de Rodolfo. Era nítido que ele era um desafeto de Paulo. O homem já atravessava o jardim quando Flávia o chamou:

-Espere!

Rodolfo girou nos calcanhares. Um sorriso de malícia tomava conta do rosto de Flávia.

- Eu fui traída pelo Paulo. Acho que tenho algo que pode te ajudar contra ele. Entre – convidou.

Rodolfo coçou a cabeça. Será que aquilo era uma armadilha? Entrou alguns segundos depois. A casa parecia deserta. Ouviu um ruído no andar de cima e resolveu subir. A expectativa de que Flávia tivesse documentos que pudessem comprometer o marido faziam-no perder a prudência. Ao chegar ao andar de cima, percebeu que havia uma porta entreaberta.

Rodolfo abriu, e deu um passo para trás, diante da inesperada cena.

Na cama, Flávia repousava. Completamente nua.

Rodolfo observou embasbacado o corpo da mulher mais espetacular que ele já havia visto sem roupa. Os seios fartos e rosados arfavam no ritmo da respiração de Flávia. As pernas longas e macias eram convidativas a esquecer todos os problemas do mundo. Ela estava com as pernas parcialmente abertas, estendidas na cama. Rodolfo notou um mínimo tufo de pêlos castanhos, quase imperceptível e provavelmente suave. Notou também que Flávia era rosada e fresca, e aquela constatação lhe deixou ainda mais aturdido.

-Vem – convidou Flávia – vamos nos vingar juntos do Paulo...

Ela queria ser tocada, acariciada, queria ser usada, queria humilhar Paulo transando com um dos seus inimigos.

Olhou para Rodolfo.

Nu, com o membro enrijecido apontando para Flávia como uma flecha em riste, ele se aproximou.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Caminhos da ambição - antepenúltimo capítulo

Os advogados correram em auxilio de Flávia, que parecia prestes a perder os sentidos. Ana continuava paralisada, muito pálida, em sua cadeira.

Ninguém percebeu quando Paulo saiu sorrateiramente de cena. Não adiantava ficar ali. Não era um momento bom para explicações. Ele precisava agir.

Esperou quase meia hora no consultório de Rodolfo até ser recebido pelo médico.

-Pelo visto o meu lembrete no cemitério surtiu efeito. Então, veio pagar a minha parte no trato? Já leram o testamento do velho? – perguntou Rodolfo, com um sorriso sarcástico.

- Nós estamos com problemas – resumiu Paulo.

-Problemas? – perguntou Rodolfo – Problemas? Problemas você vai ter se não chegarem na minha conta os 200 mil que a gente combinou. Aí eu vou ter que contar pra todo mundo que você planejou a morte do velho Aníbal, me contratou para fazer o serviço sujo e falsificar o atestado de óbito. É isso que você quer?

-Rodolfo...-Paulo sentia-se em um pesadelo- deu tudo errado cara. O velho desgraçado deixou a grana para orfanatos, asilos e sei lá mais o quê. Não tem herança, velho.

-Você só pode estar tirando uma onda comigo! –vociferou o médico – Eu to te avisando, eu quero o dinheiro na minha conta até...

- EU NÃO TENHO O DINHEIRO! – Paulo perdia o controle mais uma vez – Não tenho, entendeu? E nem vou ter! E você não vai me denunciar pra ninguém, seu burro, porque isso seria confessar a sua parte no crime!

Rodolfo, no entanto, não lhe deu ouvidos. Discutir com ele seria inútil, seria como discutir com um torcedor de futebol ou um fanático religioso.

- DÊ O FORA! – brandiu – Eu quero esse dinheiro na minha conta em uma semana!

Paulo saiu do consultório, pois sabia que não tinha o que fazer. Rodolfo era tolo o suficiente para deixar os dois em uma enrrascada.

O que fazer agora? Fugir parecia-lhe algo pusilânime. Desanimado, sentou em um banco de praça e olhou para o céu. Não acreditava que podia ter perdido tudo em tão pouco tempo, não acreditava que aquilo não era um pesadelo.

E então, como não fazia há muitos anos, Paulo chorou.

Inverno?

Eu realmente acredito que o clima no Rio Grande do Sul deve ser diferente de qualquer outro já inventado em qualquer canto da Via Láctea. Hoje, por exemplo. Hoje é dia 15 de junho. Na hora em que eu saí da cama de manhã o termômetro marcava 13ºC. Não se pode dizer que estava frio, portanto. Mas mesmo assim, eu achei ruim sair da cama nessa temperatura.

Assim é o inverno aqui dos pampas. Não faz frio. Sente-se frio.

E agora à tarde, esse calor todo. Isso não é inverno. É tortura. De manhã SENTE-SE frio. À tarde, calor. Ou seja, você enfrenta o frio matinal, e na hora da parte boa do frio...vem o calor. Calor! No dia 15 de junho!

Frio, frio mesmo, vai fazer em julho, um pouco em agosto...e só. E ainda tem gente que reclama do rigor do nosso inverno.

Caminhos da ambição - capítulo 13

Então quer dizer – disse Ana quebrando o silêncio – que nós não temos direito a nenhuma parte da Alimentos Valentim?

 -Exatamente- esclareceu um dos advogados – O senhor Aníbal foi bem claro nessa parte. Deixa a vocês duas esta casa e mais dois apartamentos no litoral de Santa Catarina, dois carros e R$ 100 mil na conta de cada uma. A empresa deve ser vendida e o valor da venda revertido a instituições de caridade. Tenho aqui uma lista de lugares que...

- ENFIA NO RABO ESSA LISTA! – berrou Paulo descontrolado – Que palhaçada é essa? Aquele velho idiota não podia fazer isso! Eu vou entrar na justiça pra anular esse testamento fajuto!

- Senhor, apenas a sua esposa e a sua cunhada podem entrar com uma ação judicial nesse caso e, lamento informar, ganhar é quase impossível.

-Paulo, talvez seja melhor... –começou Flávia, assustada com a reação do marido.

-Talvez seja melhor?TALVEZ SEJA MELHOR? Você é mesmo muito tonta Flávia, por isso seu pai não deixou nada pra você. E agora querem aceitar isso? Vão tomar no cu! Eu não acredito nesses advogados putos e nem nessa negra suja que o seu pai arrumou de testemunha!

-Cala essa boca, seu nojento – quem berrava agora era Matilde, para o espanto de todos, inclusive de si mesma – Você não vale o prato que come, seu...

- CHEEGA! Isso é uma reunião de família – Ana engasgou as palavras, as lágrimas rolando-lhe pela face – Vá embora Matilde. VAI!

Matilde olhou longamente para a menina. Para a menina que ela havia embalado quando era pequena, limpado a bunda quando ela era apenas um bebê, que havia praticamente criado sozinha. Menina? Não, aquela menina não existia mais, aquela menina agora a enxotava como um cão sarnento por causa de um homem sem escrúpulos.

- Eu vou. – disse finalmente. E após uma pequena pausa, acrescentou - Eu não esperava nada diferente de ti, sua malcriada, não depois de virar amante do próprio cunhado.

O choque da acusação paralisou Ana, desnorteou Paulo, e fez com que Flávia deixasse cair o copo que segurava em uma das mãos.

Matilde saiu da sala lentamente, com a cabeça erguida. Não tinha mais nada a fazer naquela casa.

Grupo Integração traz...

Luan Santana.

O Grupo Integração de Jornais está trazendo para Gramado o megashow do vesgo queridinho das meninas, Luan Santana. Vale lembrar que os ingressos ainda não estão à venda, apesar de ter gente me perguntando se eles já acabaram.

A prioridade de venda é para os assinantes do JI, mas depois será aberto aos demais públicos. O espaço é de 12 mil lugares.

Prevejo filas de menininhas aqui na porta da redação no mês que vem.

Ai, ai...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Caminhos da ambição - cápítulo 12

Um longo silêncio se abateu sobre a sala de visitas, que começava a ser inundada por um sol matinal tímido e tardio. Paulo, Flávia e Ana estavam perplexos com os desejos do velho Aníbal, que haviam sido lidos há poucos instantes por seus dois advogados. Os homens mantinham um ar impassível diante de tudo aquilo.

Matilde, única testemunha do testamento apenas encolhia os ombros, como que dizendo que não tinha nada a ver com aquilo tudo.

Paulo escondeu o rosto com as duas mãos. Estava perplexo. Tudo o que ele havia planejado começava a ruir.

Caminhos da ambição - capítulo 11

- Deixa eu ver se eu entendi – disse Flávia lentamente, assimilando o que Ana acabara de lhe sugerir – Você quer que a Alimentos Valentim não seja vendida? Que nós duas passemos para o Paulo uma procuração e ele seja nomeado o novo presidente?

- Sim, mana - disse Ana, encarando a irmã com dificuldade – Eu e você detestamos o mundo dos negócios, mas a empresa é lucrativa, não podemos nos desfazer de algo que o papai lutou tanto para construir como se não representasse nada. O Paulo é de confiança, mana, por que não?

 - Não sei... – Flávia não havia considerado aquela possibilidade – Queria tanto me livrar da empresa, sempre foi algo tão estressante. E o Paulo como presidente? Ele nunca teve cargo de chefia na Alimentos Valentim.

 - Porque o papai não gostava dele! – disse Ana, com a voz esganiçada.

Flávia respirou profundamente. Esperava ter que consolar a irmã pela perda do pai e ela vinha discutir problemas financeiros. Que semana, meu Deus!

- Vamos ver isso amanhã de manhã, os advogados vão estar aqui – disse Flávia, levantando-se. Previa que a manhã seguinte não seria nada fácil.

Mas não imaginava o quanto.

Caminhos da ambição - capítulo 10

No jantar daquela noite comeu-se pouco, falou-se menos ainda. Ana sentia-se culpada na presença da irmã e não conseguia encarar o cunhado. Paulo tentava transparecer uma naturalidade que não sentia, sentindo-se cada vez mais ansioso pela leitura do testamento conforme os minutos iam passando.

Flávia tinha pena da irmã, não sabia como aquela situação iria ser resolvida. Não entendia o porquê de Ana estar tão confusa e evitar qualquer conversa com ela.

- O advogado do seu Aníbal ligou. Ele chega amanhã às oito e meia – disse Matilde, largando com raiva uma travessa de carne em frente ao prato de Paulo.

Preciso demitir essa empregada – refletiu Paulo, que sempre a detestara.

Ana não agüentava mais aquela situação. Sabia que não poderia adiar. Sentia-se nauseada com tudo aquilo, não tinha apetite, não pensava em mais nada.

Não vou mais adiar isso, concluiu. E dirigindo-se para a irmã:

- Flávia, eu preciso conversar a sós contigo. Pode ser?

- Claro, Ana. Depois do jantar a gente conversa – respondeu.

-Não! – havia aflição em sua voz – Tem que ser agora.

Paulo lançou um olhar aflito na direção de Ana. O que iria acontecer agora?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O primeiro 10

O primeiro 10 em uma prova do ensino superior a gente nunca esquece? Depende. Mas quando a nota é em uma disciplina de Teorias Linguísticas, que no currículo anterior era estudada no 5º semestre, eu acho que vale a pena fazer o registro. Ou se exibr mesmo, como no caso.

sábado, 11 de junho de 2011

Dia dos Namorados

Neste final de semana casais apaixonados celebram o Dia dos Namorados, e com um beijo carinhoso à minha futura esposa Camila, compartilho a todos os corações enamorados o trecho de uma música, que agora eu não lembro de quem é:

Não há palavras nem poesias
canções e melodias
melhor do que te olhar e dizer:
AMO VOCÊ!


Caminhos da ambição - capítulo 9

Já passavam das duas da tarde quando Ana acordou, sentindo-se leve com uma borboleta. Nas poucas experiências sexuais que tivera, jamais havia sentido as sensações que experimentara naquele dia. Com o homem da sua vida.

Mas que também era o marido de sua irmã.

O sentimento de culpa abatia Ana, confundindo-se com a felicidade de quem alcança algo há muito desejado. Não deveria ter feito o que fizera com Flávia. Tinha ímpetos de jogar-se aos pés da irmã e dizer como ela tinha sido estúpida, egoísta, vagabunda.

Mas também lembrava-se das palavras de Paulo. Palavras sussurradas no ouvido de Ana, ditas de um modo que era impossível não acreditar. Paulo jurara-lhe amor. Amor! Dissera que não sentia mais nada por Flávia, que estava com ela apenas para ajudá-la naquele momento difícil, e que depois os dois, Ana e Paulo, poderiam viver juntos, felizes, felizes, felizes...

Ana apertou com força o travesseiro contra o peito, sentindo que algo inflava dentro dela com aquelas promessas de futuro bom.

Instantes depois, ela voltou a se sentir culpada, mas essa também foi uma sensação passageira.

No quarto contíguo, Paulo observava Flávia enquanto ela dormia, contemplando-a como se fosse uma estátua. Fosse ele menos ambicioso, poderia viver muito feliz com a esposa. Flávia tinha 25 anos, era inteligente e tinha senso de humor. Sem falar nas qualidades físicas. O olhar de Paulo subiu dos pés delicados da esposa para o tornozelo fino, seguindo pelo doce relevo das panturrilhas, as coxas firmes e a mesmo tempo macias, esbarrando em um leve pijama de seda que revelava o sulco apetitoso das nádegas.

 Paulo decidiu desperta-la com um beijo demorado.

-Hnnn. Que horas são? – perguntou, sentindo a boca amarga.

- Quase duas e meia, mocinha – respondeu Paulo – Que tal tomarmos alguma coisa antes de almoçar?

- Tomar o quê? – perguntou Flávia, ainda zonza de sono.

-Hmmm. Eu estava pensando... Que tal tomarmos um banho de banheira?

Fávia olhou para o marido, séria.

- Não sei como você tem cabeça pra pensar nessas coisas. Espera eu me vestir que a gente desce.

Paulo sorriu. Na verdade, sua cabeça estava voltada para a leitura do testamento, que seria feita no dia seguinte.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Caminhos da ambição - capítulo 8

E agora? O que fazer? Matilde não podia acreditar naquela cena, e não podia acreditar que os dois não acordassem com o som das batidas de seu coração.

O que aquilo significava? Paulo e Ana eram amantes? No quarto ao lado de onde Flávia estava! Meu Deus, que pouca vergonha!

O que mais surpreendia Matilde era o fato de Ana estar fazendo uma coisa dessas com a irmã. Logo a Ana! Sempre tão boazinha, tão estudiosa, tão quieta! O pai nem havia começado a esfriar e ela ali, transando com o cunhado. Com o cunhado!

Matilde não saberia dizer quanto tempo ficara observando a cena, incapaz de mover um único músculo. Por fim decidiu descer, o prato de sopa já frio em suas mãos.

O melhor mesmo era não fazer nada.

Por enquanto.

Charge da semana

Caminhos da ambição - capítulo 7

-Não se almoça mais nesta casa? – resmungou Matilde, já começando a recolher os pratos da mesa.

-Foi só o seu Aníbal finar que começou a bagunça... – comentou Joana, que terminara a faxina diária.

- O que me preocupa é a menina. Coitadinha, ficou tão sentida.

- Por que você não leva um prato para ela? Garanto que ela não vai querer sair daquele quarto agora, sabe como são essas crianças. – sugeriu Joana.

- Criança?! – indignou-se Matilde – Na idade dela eu já trabalhava há muito tempo e sustentava dois irmãos pequenos! Mas eu acho melhor levar algo pra ela mesmo, a menina nunca pede nada.

Matilde preparou um prato de sopa para Ana. Estava disposta a sair do quarto apenas com o prato vazio. Passou reto pela porta do quarto de hóspedes, onde Flávia e Paulo provavelmente dormiriam até às 3 da tarde.

Parou um instante em frente à porta do quarto de Ana, indecisa. Deveria bater? Decerto que a menina dormia. Resolveu abrir a porta devagarinho. No instante seguinte, Matilde não pôde acreditar no que seus olhos viam.

Aninhados um no outro, Paulo e Ana dormiam sob lençóis muito bagunçados.

Nus.

Pedido de casamento

Em um anúncio que circulou nas últimas edições, o Jornal Integração disse que quer fazer parte da sua FAMÍLIA. Transformando esse desejo em realidade, o leitor Douglas Áustria deu um jeito de o JI fazer parte da sua VIDA.

 Na contra-capa do caderno especial do Dia dos Namorados que circula hoje junto com o JIP, ele pediu a sua namorada Pámela (minha ex-vizinha), em casamento.

Um pedido, no mínimo, inesquecível.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Caminhos da ambição - capítulo 6

A cena que viu em seguida deixou Paulo aturdido. No box, de costas para a porta, Ana lavava o cabelo com vigor. Não era a criança pela qual Paulo quase havia se compadecido momentos antes.

Não. Ana já era uma mulher. Não havia dúvidas. Era como se daquele corpo firme e bronzeado, daquelas curvas sinuosas, exalasse um frescor que só a juventude pode ter.

Paulo ficou paralisado mais tempo do que seria prudente. Ele não esperava que a cunhada de 17 anos que ele sempre via em seus pensamentos como uma criança pudesse abalar-lhe tanto. Mas, no entanto, ali estava ela, nua, com o firme redondo das nádegas, as pernas longas e sólidas...

Então ela se virou e deu de cara com o cunhado.

Ana não gritou, como Paulo esperava. Apenas olhou para ele, ainda mais aturdida do que ele mesmo estivera momentos antes, incapaz de qualquer gesto ou qualquer palavra.

Paulo sabia o que fazer. E fez.

 Ana sentiu um desfalecimento, como se estivesse fora do próprio corpo, enquanto o cunhado se aproximava. Mas ao mesmo tempo, era como se ela sentisse o seu próprio corpo de uma forma que ela não imaginava que poderia senti-lo.

As gotas d’água lhe lambiam as coxas lisas, ela se arrepiava, sem saber se de frio, medo ou excitação, os bicos de seus seios se enrijeceram, e alheio a tudo isso, Paulo continuava avançando.

Por um instante fugaz, Ana pensou na irmã. Mas ela queria fazer o que estava fazendo. E pela primeira vez desde que descobrira-se apaixonada por Paulo, ela agiu.

Deu um passo à frente e enlaçou o cunhado pela cintura, olhando-o nos olhos. Paulo tinha um olhar indecifrável. Então, como em uma cena de filme, Ana aproximou seus lábios dos lábios dele.

E Ana o beijou.

Caminhos da ambição - capítulo 5

Paulo entrou no quarto de Ana sem fazer o menor ruído. Lançou um olhar vago e desinteressado para a cama desarrumada e para as diversas fotos de bandas famosas que cobriam quase toda a extensão da parede.

Meu Deus, é uma criança!, pensou.

Mas não havia tempo para divagações. Paulo seguiu com passos decididos e silenciosos. A porta do banheiro estava entreaberta.

Perfeito.

-Quem é competente a sorte ajuda – murmurou para si mesmo.

E então, depois de respirar fundo, desejando que a sorte continuasse ao seu lado, Paulo finalmente entrou no quarto de banho.

Tantos planos

Aí vai uma música da Mooge, uma das boas bandas de rock do Rio Grande do Sul.

"Eu tenho tantos planos
não aceito desenganos
faz tempo que não te chamo,
mas de vez em quando a saudade vem
e traz a tona tudo o que eu queria esquecer"

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Caminhos da ambição - capítulo 4

O plano era simples. Paulo já sabia a algum tempo da paixão que Ana nutria por ele. Não seria difícil convencer uma adolescente boba e apaixonada como ela a passar-lhe sua parte da herança. Paulo faria promessas, ele sabia exatamente como fazê-la acreditar no que ele iria lhe dizer.

 Com Flávia tudo seria ainda mais fácil. Ele era seu marido, e ela detestava o mundo dos negócios. Seria muito simples fazer com que ela passasse para suas mãos o controle de sua parte na Alimentos Valentin.

- O que o Rodolfo queria? – perguntou Flávia, surgindo novamente ao lado do marido.

-Ele está desorientado, amor. Você sabe, ele era o médico de confiança do seu pai, é natural que se sinta assim.

Flávia achou a história no mínimo estranha, mas não quis questionar. Sentia-se fraca com aquela situação toda. Tinha tantas coisas a resolver, mas sabia que acabaria deixando tudo para o dia seguinte.

-Eu preciso de calmantes e cama, Paulo. Mas preciso tanto falar com a Ana. Ai, Paulo, como eu estou fraca!

- Tudo bem, amor – disse Paulo aliciante, com a voz macia – Eu converso com a sua irmã. Nós sempre nos demos tão bem.

E deu-lhe um beijo na testa, fazendo-a sentir como se tivesse casado com o melhor homem do mundo.

A mente de Paulo fervilhava.

Flávia já dormia a sono solto há quase meia hora, mas ele continuava imóvel em frente a porta do quarto de Ana.

Era fundamental para o plano que ele entrasse no momento certo.

Então, primeiro em um ruído distante e depois com mais clareza, Paulo teve a certeza que Ana havia ligado o chuveiro.

Instantes depois, ele girou a maçaneta e entrou no quarto na ponta dos pés.

Caminhos da ambição - capítulo 3

Uma garoa fina molhava os ternos escuros de dezenas de figurões no momento em que o caixão começou a descer. Os homens mantinham um ar grave de quem não sabia exatamente como se portar em um momento como aquele.

Flávia usava grandes óculos escuros, escorada no marido, que mantinha no rosto um olhar indecifrável. Ana sentiu uma lágrima solitária rolar pelo rosto delicado, talvez mais por hábito do que por dor ou tristeza. Ergueu a cabeça, e procurou inconscientemente o rosto de Paulo. Analisou-lhes as feições por um instante fugídio, até que seus olhares se encontraram e Ana desviou rapidamente o rosto, sentindo suas faces corarem.

Quando Paulo saía do cemitério, sentiu uma mão puxar-lhe a aba do casaco com força.

-Esqueceu de mim?

-Você está louco! - cochichou Paulo, aflito - não é bom que nos vejam conversando!

-Oh, não precisa ficar nervosinho, o meu papo contigo é rápido. – falou o homem, - Na verdade, eu só queria lembrar que a gente ta junto nessa jogada, meu irmão. Se tu não cumprir o combinado, tu ta fudido. Quem avisa amigo é.

E o homem afastou-se, tão rapidamente quanto havia se aproximado.

Paulo sentiu o estômago revirar. Era só o que faltava, ser chantageado por Rodolfo, aquele médico de quinta! Ele sabia que tinha pouco tempo para pôr o plano em ação, mas também sentia-se cada vez mais confiante com relação ao êxito do “projeto”.

Naquele instante, Ana – que estava poucos metros adiante- virou o pescoço para procurar-lhe com o olhar.

 Sim, não havia dúvida de que ele conseguiria. O problema era o tempo. Seu tempo era curto. Teria que levar Ana para a cama em no máximo três dias.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A vez da matemática

O ataque contra a Linguística não cessa. Mas, é preciso que se diga, essa foi uma discussão interessante. Jornalistas e linguístas travaram um duelo de opiniões que só pode ser vantajoso para ambos os lados. É interessante que argumentos sejam dados e rebatidos, que tudo isso leve à reflexão e à busca do conhecimento de ambas as partes, como diria o ET Bilu.

É claro que algumas pessoas, de ambos os lados, usaram de recursos como a tentativa de ridicularizar as ideias opostas e desferir xingamentos contra quem pensasse diferente. Sempre vai existir gente assim, em todos os lugares. Gente que não é contra um ideia, mas contra quem defende essa ideia. Isso é lamentável, mas são exceções.

Mas agora o MEC errou. O MEC quase sempre erra. Li em alguns lugares ironias dizendo que o livro de matemática com os erros não poderia ser criticado, pois seria preconceito matemático. E que não existem pessoas que calculam de forma errada, são apenas variações matemáticas.

Não.

A matemática é uma ciência EXATA.

Em uma ciência exata se buscam respostas exatas. Não existem interpretações diferentes. Não existem dois caminhos, dois resultados. Você só pode estar certo ou errado.

Aliás, por isso que eu não gostei de Matemática

E nunca fui bem em Matemática. Mas eu sei de algumas coisas que esses livros que custaram ao MEC R$ 14 milhões, entre produção, impressão e distribuição não sabem. Os livros têm erros como 10-7=4, além de frases incompletas. Uma delas, por exemplo, dizia: "Invente mais três apelidos para a Mônica e explique o".

Haddad, pede pra sair!

Menino de 3 anos

Menino de três anos é encontrado em Igrejinha. Era madrugada, ele estava faminto e com frio.

JI Região - página 10

Caminhos da ambição - capítulo 2

Ana acordou e sentou-se na cama subitamente. Respirou pesadamente por vários segundos até lembrar-se onde estava e as cenas do pesadelo que tivera se dissiparem por completo de sua mente. Não sabia que horas eram, mas tornou a deitar-se, sabendo que o melhor a fazer seria dormir, porque dormindo ela não sentiria o medo que se instalara em seus poros desde a morte do pai.

Sim, era medo o que ela sentia. Todas as lágrimas que ela derramara nas últimas horas, o desmaio que ela tivera ao chegar da escola e descobrir o que havia acontecido, o seu pesadelo. Todos aqueles sentimentos vinham do temor que ela sentia, do seu desamparo, da sua pena de si mesma por ficar órfã com apenas 17 anos.

Já fazia algum tempo que Ana estava descontente com os rumos que as coisas tomavam em sua vida. Mas só agora ela percebia como havia se preocupado com coisas sem importância. Tudo parecia tão pequeno à luz da morte do pai que ela sentiu uma fria onda de vergonha lhe formigando o corpo ao lembrar dos antigos problemas.

Mas um deles – talvez o maior de todos – voltou-lhe a mente com força. Os pelos de seu corpo arrepiaram-se por um instante, e a garota sentiu os mamilos em fogo roçando na blusa fina do pijama. Ana encolheu-se debaixo do lençol como se tentasse buscar um refúgio dos pensamentos que a atormentavam.

Como ela era capaz de pensar nessas coisas em um momento como este? Como um amor proibido podia invadir-lhe a mente enquanto o corpo do pai era velado na sala de sua casa, poucos metros abaixo de onde ela estava?

Ana encolheu-se ainda mais debaixo dos lençóis, enquanto as ondas de arrepio tornavam-se cada vez mais intensas.

Na cozinha, Matilde começava os preparativos para o café da manhã. Apenas dois ou três velhos conhecidos do finado continuavam na sala, conversando em um canto. Na certa que ficariam para o desjejum.

Matilde trabalhava há quase 20 anos naquela casa e sentia-se estranhamente contente naquele amanhecer primaveril. Não é que detestasse o patrão, apenas sabia que a vida iria melhorar dali pra frente e, afinal de contas, Deus sabe qual a melhor hora de cada um.

Um ranger no portão indicou a entrada de Paulo, que havia passado a noite fora. Quando o viu pela janelinha da cozinha, Matilde não pode evitar um sorriso maroto. Só ela percebia os olhares de desejo mal disfarçado que o rapaz lançava a tudo o que tinha valor financeiro naquela casa. Decerto que agora ele estava louco para colocar as mãos no dinheiro do finado Aníbal.

Mas Matilde, empregada de confiança há tantos anos, era a única testemunha do testamento que Aníbal fizera um ano antes. E era esse o motivo que a fizera sorrir.

A empregada mal podia esperar pela surpresa que Paulo teria quando o testamento fosse lido.

Música de hoje

A manhã tá ruim, a chuva só é boa pra quem pode ficar na cama, mas tudo pode melhorar com a música certa.

E nenhuma melhor pra esta terça do que Números, na excelente voz do Humberto Gessinger, que também é autor do livro Meu Pequeno Gremista, que foi comprado e devorado no último dia da Feira pelo meu cunhado que tem só 8 anos . A melhor idade pra se tomar gosto pela leitura.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Caminhos da ambição – capítulo 1

Flávia olhava fixamente para o caixão em que o corpo do pai repousava, mas seu pensamento estava tão distante quanto a dor que deveria sentir pela perda. Flávia não sentia-se culpada por não estar triste pela morte do pai. Aníbal sempre fora distante na criação das filhas, distância que aumentara ainda mais com os caminhos que elas haviam tomado.

Flávia estudava fisioterapia. Já Ana, a irmã mais nova, entraria na faculdade no ano seguinte e estava obstinada a ser veterinária. Nada que pudesse desagradar mais ao velho Aníbal, que sonhava em ver as filhas no comando de suas empresas.

E, de repente, isso. Um ataque fulminante tirara-lhe a vida em um ato inesperado do destino, que é como costumam ser os atos do destino. Flávia contorcia-se só de pensar em ter que assumir qualquer cargo de chefia na Alimentos Valentin. 

Um dos amigos do pai perguntou se Flávia precisava de alguma coisa. Absorta em pensamentos, a moça levou alguns segundos para perceber a aproximação do homem.

-Desculpe? Ah, não, eu não quero nada, obrigada. Só estou um pouco cansada.

- Porque a senhorita não sobe para descansar um pouco? O dia hoje foi puxado – acrescentou o homem, atencioso.

- É verdade. Sim, é isso que vou fazer. Obrigada.

Flávia subiu as escadas lentamente, porque há muito não queria mais estar ali, fingindo sentir uma tristeza que ela não sentia, enxugando lágrimas que ela não derramava e não podendo discutir o que realmente a interessava, que era como a vida ia ser dali pra frente, como faria para cuidar da irmã, ainda tão jovem, como fariam para vender uma empresa tão antiga e poderosa.

Ué! Onde será que está o Paulo? – perguntou-se ao ver a cama vazia. Mas o marido não era importante naquele momento. Nada era importante, a não ser dormir, dormir, dormir...

Escorado no portão, Paulo pensava. Um sentimento de medo e adrenalina corria em suas veias, não permitindo que ele ficasse no mesmo lugar por mais do que alguns instantes. O momento que ele ansiava há muito tempo finalmente havia chegado. Não fora apenas a inteligência de Flávia que havia chamado sua atenção. Também não haviam sido apenas as pernas longas e douradas ou os seios fartos que ela exibia em um biquíni minúsculo na primeira vez que ele a vira, em uma praia apinhada do litoral catarinense.

Não. Flávia pertencia a uma família rica, muito rica, e Paulo sabia disso. Fora esse o principal motivo pelo qual ele usara todos os seus talentos de bom namorado e amante ardente para fazer com que o casamento fosse apressado e eles subissem tão jovens ao altar, mesmo contra a vontade de Aníbal.

E agora, o momento que ele ansiava há muito tempo finalmente havia chegado. O velho estava morto, indiscutivelmente morto e ele teria que fazer algumas alterações no seu ambicioso projeto para colocar rapidamente seu plano em ação.

E ser o novo dono da Alimentos Valentin.

Autocrítica

Eu tenho postado aqui no blog alguns contos, mas a minha insatisfação com o resultado me fez buscar algo novo. Porque eu gosto muito de ler um texto meu uns dias depois de tê-lo escrito e pensar:

-Esse ficou bom!

Mas com os contos isso raramente acontece. Se os meus textos de opinão mostram uma maturidade interessante, as minhas histórias de ficção beiram a mediocridade. Não é que sejam ruins. O problema é que não prendem o leitor, não o deixam ansioso pelo desfecho da história e, o pior dos defeitos!, não tem sal.

Então, nos próximos dias, o blog será palco de um conto maior, divido em alguns capítulos, e eu espero, ah, realmente eu espero poder ler o conto inteiro daqui há alguns dias e gostar do resultado.

Então, às 17 horas de hoje, o primeiro capítulo de Caminhos da Ambição.

Os motivos do atraso brasileiro

Torcida organizada do Grêmio faz protesto pedindo reforços para o Brasileiro
Cerca de 40 torcedores e integrantes da Torcida Jovem do Grêmio foram até o estádio Olímpico na manhã deste sábado protestar contra a atual diretoria do clube. Os manifestantes foram impedidos de entrar no pátio do complexo gremista e se limitaram a ficar na frente do portão cantando músicas e gritando frases contra os cartolas. Entre as principais reivindicações, o grupo cobra atitudes da diretoria para reforçar o elenco para a disputa do Brasileiro.
21/05/2011 - 15h00
Portal UOL

Torcida do Corinthians protesta após derrota e picha muros do Parque São Jorge
Decepcionados com a derrota por 2 a 0 para o Deportes Tolima e a eliminação na Copa Libertadores, cerca de 50 torcedores escolheram o Parque São Jorge para protestar ainda na madrugada desta quinta-feira. Os muros do local foram pichados. O principal alvo foi Ronaldo, que recebeu pedidos para abandonar o clube e foi chamado de "gordo".O meia Danilo, o lateral Roberto Carlos e o técnico Tite também foram lembrados pelos torcedores. Críticas pesadas atingiram o presidente Andrés Sanchez. Os manifestantes arremessaram algumas pedras e garrafas e quebraram janelas do Parque. Um portão da sede do clube também foi danificado.
03/02/2011 - 06h56
Portal UOL

Torcedores fazem protesto em treino do Fluminense
Dois integrantes de uma torcida organizada do Fluminense fizeram um protesto na tarde desta quarta-feira, durante o treinamento da equipe. Eles jogaram bananas e tijolos no campo das Laranjeiras. O alvo principal da manifestação foi o goleiro Ricardo Berna, que chegou a dizer após o jogo contra o Libertad, que seria necessário construir um muro no gol para equipe não ser mais vazada. O técnico interino Enderson Moreira também foi bastante hostilizado.
25 de maio de 2011 | 19h42
Jornal Estadão


É este o motivo pelo qual o país segue na sua estagnação política. Entra governo, sai governo, e nada muda. Quando um time vai mal, os torcedores protestam, vaiam, exigem a saída do treinador, pedem a cabeça do presidente, vão ao estádio com nariz de palhaço.

  Já com a política, as pessoas tem uma paciência de monge. Os gestores públicos têm a possibilidade de errar, errar de novo, e persistir no erro sem que nada lhes aconteça. Você sabe quantos protestos aconteceram nos últimos dias exigindo a saída do Palocci do governo?

Nenhum.

O que se lê nos jornais é que quem exige a demissão do ministro é o  PMDB, a OAB, ou algum deputado influente. Mas o maior interessado, que é o contribuinte que está sendo lesado, faz água.

E é essa a principal razão do nosso atraso, da vergonha do planejamento de Copa do Mundo, do ENE M que sempre causa dor de cabeça, das filas intermináveis nos hospitais e das greves dos professores.

É essa irremediável apatia política. Dar tanta importância a coisas como o futebol, a novela, ao filme novo e nada ao que realmente influencia na nossa vida.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Novos psicopatas

A grande maioria dos psicólogos descreve os psicopatas como seres praticamente inumanos. Eles não têm a capacidade de pensar no próximo, simplesmente não se importam com a dor alheia e não medem os seus atos. São, portanto, psicopatas.

O psicopata é, antes de tudo um egoísta. Ele quer algo, e seja em nome de uma crença religiosa ou de uma ideia maluca, a vida dos outros é apenas um meio para que ele chegue ao seu objetivo.

O psicopata terrorista dirá que suas vítimas são mártires. Derramaram seu sangue ou perderam suas vidas por uma causa nobre. Ele não se importa se as pessoas que foram sacrificadas também consideram essa causa como algo nobre.

Para um psicopata, o outro não importa.

É assim que agem alguns políticos. Como psicopatas. Malufs, paloccis, zé dirceus... Eles não associam as pessoas que morrem esperando uma cirurgia no SUS com o dinheiro que eles desviam e que poderia ser um alento à saúde pública. É como se o dinheiro público fosse dinheiro de ninguém.

O Malluf sendo entrevistado pelo CQC é uma prova cruel disso. Os repórteres o chamam de ladrão na cara dele. E o que ele faz? Ri. Faz piadinhas. Se eu, por uma necessidade muito grande, tivesse que roubar comida para sobreviver, morreria de vergonha por isso. Maluf rouba milhões e não se importa.

É um gênero diferente de psicopata. O psicopata político. O psicopata político tira o dinheiro que diminuiria as filas dos hospitais, melhoraria o salário dos professores e daria mais segurança à população.

O que são essas pessoas que desviam o dinheiro que nós TRABALHAMOS para conquistar? Que fazem com que pessoas morram nas filas de um hospital, sem receber atendimento, como um cachorro sem dono? São assassinos cruéis. São monstros que não estão nem aí para as outras tantas pessoas sem nome nem rosto que morrem com uma bala na cabeça por causa da violência urbana.

Pra quê deixar que o dinheiro fique ali para ser investido em segurança pública se ele pode ir parar no bolso desses “representantes” do povo?

São ladrãos infectos e desprezíveis. São criminosos. O pior material humano que uma sociedade pode produzir.

Verdadeiros psicopatas.