quinta-feira, 29 de novembro de 2012

As lições da simplicidade


Existem muitas mulheres bonitas no Rio Grande do Sul, olha só como somos sortudos. Mas lindas, digo lindas mesmo, não são tantas assim. Aqui e em qualquer outro lugar, a beleza jamais estará naquilo que é fácil de ser encontrado.

E o que torna uma mulher linda são fatores que não dependem dela.

Você sabe que uma mulher é linda quando o que mais lhe chama atenção nela não são as roupas que ela usa, ou os adornos que ela utiliza para se enfeitar.

O que a torna realmente linda pode ser o jeito de sorrir, pode ser aquele ar blasé que lhe dá um tom de eterno desinteresse, pode ser até mesmo o cabelo bagunçado de quem acabou de acordar.

Uma mulher linda é alguém que será linda mesmo sem produção alguma

Ou seja, estou falando de simplicidade. O que é belo não precisa de enfeites, é belo e pronto.

Ah, e não há nada como a simplicidade...

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Atitudes simples, porém enérgicas.

Esse foi o tema da entrevista concedida na manhã de hoje pelo prefeito em exercício de Igrejinha, Vanderlei Petry. As finanças da nossa cidade respiram por aparelhos, e ações já estão sendo tomadas, como demissões de funcionários, cortes aqui e ali, contenção de despesas.

É um aperto para todos, mas é o certo a se fazer.

Nada de soluções mágicas, porque ninguém possui varinha de condão.

Medidas rápidas e simples tendem a dar resultados eficazes.

Nos momentos de dificuldade é que são necessárias as reflexões mais profundas, e também nestas horas não há nada melhor do que se fazer o simples.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

"Tem lasanha na geladeira"


 Ao lado do fogão, um bilhete escrito às pressas:
 “Tem lasanha na geladeira”.
 Fiquei uns instantes contemplando aquelas palavras escritas em guardanapo branco. Mesmo na correria matinal, minha mãe preocupou-se com aquilo que eu comeria no almoço. O que pode parecer um exagero, afinal, eu tenho todas as condições de garimpar o que há na cozinha para preparar uma refeição.
 Já sou bem grandinho, como diz a minha avó, mas ainda assim ela preocupou-se com um detalhe aparentemente tão sem importância.
 Fiquei refletindo sobre esse gesto, porque as pessoas se preocupam tanto com declarações, mas...amor não é feito com palavras.
 Amor não significa nem mesmo fidelidade ou onipresença.
 Sinônimo de amor é preocupação.
 Quando uma pessoa ama, ela se preocupa.
 E então, a pessoa que recebe este amor sente-se assim amparada e segura, afinal, há alguém zelando por ela neste mundo implacável, alguém que se importa com aquilo que pode lhe acontecer.
 É isso que representa um bilhete avisando que há comida na geladeira.
 Representa preocupação.
 Representa amor.
 Assim fica mais fácil encarar este 2013 que já bate a porta, sabendo que mesmo que as dificuldades se apresentem, mesmo que as derrotas e os dias difíceis se sucedam, mesmo que em algum momento eu perca a fé em mim mesmo; ainda que tudo isso aconteça, haverá sempre alguém do meu lado que se preocupa comigo.
Haverá sempre alguém para avisar que há comida na geladeira.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quem irá escrever?


 Fiquei chateado quando fiquei sabendo que o Luis Fernando Veríssimo está internado em estado grave. Imediatamente lembrei de um trecho da crônica “Uma potência que cai”, escrita por ele mesmo, que foi publicada esta semana na Zero Hora.

 O LFV diz o seguinte:

 “Defendo, solitariamente, a tese de que deveria haver uma espécie de liga de intocáveis, clubes que por sua tradição e pelo tamanho e poder econômico da sua torcida estariam imunes ao rebaixamento”.

 Uma liga de intocáveis no futebol, é o que ele defende.

 Já eu, defendo a criação de uma liga de intocáveis na literatura. E Luis Fernando Veríssimo seria um dos primeiros que deveriam tornar-se imortais, que não poderiam morrer jamais, porque assim também jamais deixariam de escrever.

 Afinal, poucos são os que conseguem aliar humor e inteligência para analisar o cotidiano de um jeito tão simples, e ao mesmo tempo...profundo.

 Quando as coisas mais improváveis se tornarem realidade, como acontece o tempo todo, quem irá escrever sobre elas? Quem vai contar as aventuras do padre Marcelo Rossi, quando ele se tornar o primeiro Papa brasileiro? E quando a Manuela D’ávila for eleita presidente do Brasil, quem irá escrever? Quem vai falar , sempre com o mesmo olhar aguçado, sobre política, meio ambiente, cultura ou mulheres? E sobre cada profecia de fim de mundo frustrada, quem irá escrever?

 Quem vai nos fazer rir ou refletir, depois que o Luis Fernando Veríssimo deixar de escrever?

 Os outros.

 Os menores.

 Definitivamente, algumas pessoas deveriam ser proibidas de morrer.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A outra face do sofrimento


 Nietzsche dizia que sem enfrentar a dor, ninguém consegue nada. Para conseguir as coisas que realmente valem à pena, é preciso que haja sofrimento.

 O fato é que a dor, se não pode ser considerada boa, deve sim ser encarada de forma positiva, porque um caráter sólido é forjado basicamente nos momentos espinhosos da vida. Não são nas coisas banais do cotidiano que se formam as pessoas grandes de espírito, mas nos momentos em que se apresentam as maiores dificuldades.

 E o arrependimento é o melhor dos sofrimentos. O arrependimento sinaliza que o aprendizado aconteceu, mesmo que tenha sido através de erros. Quem não se arrepende, quem apenas busca justificar as próprias falhas, não evolui.

 Assim são os fortes. Tiram algo de bom mesmo nas piores situações, extraem sabedoria onde existem erros, crescem quando tudo parece estar perdido.



Perder é necessário

 Na vida, não existem invictos.

 Eu, por exemplo, vivo perdendo, quase sempre para mim mesmo, e odeio cada uma das minhas quedas e fracassos.

 Mas, já me dei conta de que essas derrotas são necessárias, são boas até, porque é impossível alguém se tornar um vitorioso sem antes conhecer o gosto amargo de um revés.



A derrota dói

 A verdade é que qualquer derrota dói, e na vida nenhuma dor passa imediatamente.

 É preciso que se compreenda, no entanto, que elas não são eternas, por mais que algumas  pareçam ser.

 A queda do Grêmio ontem na Colômbia trouxe aos gremistas uma dessas dores que parecem que não vão passar, mas deve ser encarada com uma derrota que talvez fosse necessária.

O Grêmio pode transformá-la em motivação para um 2013 mais auspicioso, se, assim como os fortes, souber extrair o melhor depois de passar pelas piores vicissitudes. 


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O que mais queremos na vida



 Analisem comigo essa manchete, estampada hoje nos jornais: “Escândalo sem fim: confusões amorosas na cúpula da segurança nos Estados Unidos comprometem mais um chefe militar”.

 Sempre imaginei um agente da CIA como uma pessoa fria. É alguém que deve calcular cada passo que será dado em uma operação, alguém que não se deixa comover pelas coisas pequenas da vida, porque ele tem um objetivo, e nada é mais importante do que alcançá-lo.

 Nem mesmo uma vida humana é mais importante do que o cumprimento da sua missão. Se precisar matar, o agente de CIA matará.

 Eles são treinados para isso. Para não se sentir.

 E, no entanto, esses homens frios, esses homens aparentemente sem sentimentos, eles caem justamente na armadilha que parece ser a mais simples de ser evitada, e por isso é a mais perigosa: a paixão. Esses homens colocam tudo a perder por causa de um relacionamento clandestino, e mostram que são também de carne e osso, como qualquer um de nós.

 Li outro dia um poema, mas não consigo encontrá-lo, nem descobrir seu autor. O que nos importa é que, lá pelas tantas, para descrever uma cena de beleza rara, o poeta tasca: “era bela como a amada que ele mais amou...”.

 Bela como a amada que ele mais amou...

 Aí está um trecho que parece elucidar muito da alma humana. Não importa o quão frio e racional possa ser uma pessoa, não importa o quanto ela queira se divertir e não se preocupar com nada, ela certamente será derrubada, em algum momento, por uma paixão.

 Há quem seja derrubado várias vezes.

 Mesmo um agente da CIA, mesmo eu e você, tudo o que nós queremos da vida não é dinheiro, não é sucesso profissional, não é nem mesmo a superestimada felicidade. O que queremos mesmo é que a vida nos apresente momentos tão intensos como foi intensa a beleza da pessoa que mais amamos um dia.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Um amigo de verdade


É curioso, mas ao mesmo tempo em que a expansão das redes sociais torna as pessoas tão acessíveis e expostas, elas estão cada vez mais distantes umas das outras. As amizades, por exemplo. Hoje em dia ninguém mais faz amigos. Parceiros de festa temos aos montes, conhecidos mais ainda...mas quantos podem realmente ser considerados amigos?

Não é culpa das outras pessoas. A culpa só é jogada no outro quando queremos fugir da responsabilidade que temos sobre os nossos próprios problemas.

A verdade é que as pessoas hoje não encontram amigos pela límpida razão de que não querem encontrá-los. Um amigo é alguém que puxa a orelha, que fala verdades inconvenientes, que tira o copo da mão antes que você exagere, um amigo de verdade briga com você para que você não escolha os caminhos errados.

E o que a maioria das pessoas quer não é essa resistência, é o afago compreensivo, é ouvir apenas coisas positivas. Um amigo não se forja nas horas fáceis e não se faz com palavras bonitas. Assim, as amizades tornam-se raras, e acima disso, insubstituíveis.


Um bom começo

Há uma frase que diz que amigos são para todas as horas.

Nem sempre.

Em algumas situações, como no trabalho, a amizade pode sim atrapalhar; porque o amigo de verdade é como uma mãe, e sempre se dispõe a dar uma nova chance.

Será as oito horas de hoje a divulgação dos secretários que trabalharão em Igrejinha a partir de janeiro. Pelo que indicam as suas declarações, o prefeito Joel saberá essa diferença fundamental entre amizade e profissionalismo, e deve priorizar um secretariado técnico.

Seria o indicativo de um bom começo.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A despedida de um símbolo


 Me senti velho no outro dia. Foi quando o Mano interrompeu algo que eu contava, chocado:

 - Cara, tu ainda pede o MSN?

 Desde então, não usei mais o programa. Aliás, desconfio que eu era um dos únicos que ainda o usava.

 Não consigo entender. Até outro dia ele era uma unanimidade, era moderno até. Se eu tivesse que apontar alguns símbolos da minha juventude, não esqueceria de citá-lo. Não posso acreditar que um dia vou contar para o meu filho que no meu tempo a gente conversava por MSN com as pessoas, e ele vai rir e perguntar:

 -MS o quê?!

 Assim é a vida. Pontuada de ciclos. Mesmo os bons precisam se encerrar para dar lugar às coisas novas.

 Há quem não se conforme, e busque repetir eternamente as coisas vividas no passado, numa seqüência infindável de conforto. O que é tão inútil quanto tentar esquecer o que se viveu. O passado, assim como um sonho bom, jamais volta.

 Faz parte do ciclo natural das coisas. Não importa quantas adolescências ele tenha influenciado, o MSN vai desaparecer.
  
 Que tempos nefandos! Vivemos cada vez mais, e ficamos ultrapassados cada vez mais cedo.