segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O (baixo) salário dos vereadores

Li, agora pouco, que um vereador em Igrejinha recebe mensalmente R$2.950,00. Sei que talvez eu seja apedrejado após este texto, mas acontece que considero este valor baixo. Muito pouco para um membro do legislativo.

Alguém dirá, e com toda a razão, que os aposentados brasileiros são obrigados a sobreviver com míseros 678 reais. Concordo que há uma distância inaceitável entre estes valores. Mas aí, minha opinião destoa da maioria: são os aposentados que ganham pouco, não os vereadores que ganham demais.

E neste ponto reside uma curiosidade no comportamento do povo do nosso país: o brasileiro se indigna com os altos salários de alguns cargos públicos, mas raramente protesta contra os baixos ordenados à que é submetida a maioria da população.

Já dependi muitas vezes do trabalho prestado por funcionários públicos; como policiais, professores, e mesmo o dos vereadores. E, se nestas tantas vezes em que dependi destes serviços, se tivesse pensado em quanto eles ganham; a única coisa que gostaria é de que fossem bem pagos. Que aquele bombeiro, aquele médico, aquele prefeito, que eles estivessem motivados e satisfeitos com o seu trabalho e a sua remuneração, para que assim pudessem me prestar a melhor assistência possível.

Nesta lógica, quero que o serviço público tenha os melhores profissionais, e que os cargos públicos sejam ocupados pelos melhores políticos, os mais bem preparados e mais bem assessorados.

E os melhores, para que não se afastem dos serviços públicos, eles têm de ser bem remunerados. Porque, se nem sempre o mais caro é o melhor; é certo que o bom vale mais. Por isso, considero que tem de receber um salário à altura das responsabilidades inerentes ao cargo que ocupa.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

FÉRIAS!

Férias.

Além de época de descanso, é  também o tempo de se ler tudo aquilo que não deu tempo durante o ano. Por isso, nestes dias dourados e escaldantes de dezembro, começo os trabalhos com um clássico de Dostoiévski: Crime e Castigo.

Até aqui têm sido páginas temperadas por uma certa angústia, é verdade; mas a condução da trama é algo que precisa ser sublinhado. Há tempos não lia um romance  tão envolvente.

Depois disso...Ah, as fímbrias do Oceano Atlântico! E para o litoral catrarinense, levarei comigo Cartas na Rua, de Charles Bukowski, seguindo a indicação de um professor. Tenho certeza de que será um grande companheiro nas horas à sombra.

Afinal, não há nada como horas de preguiça aliadas a um bom livro.

Descansar o corpo, alimentar a mente...Se deixassem, acho que eu viveria eternamente em férias.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

De onde deve vir a mudança


O mundo está se despedindo nesta semana de Nelson Mandela. Um homem que mudou o mundo. Que honra extraordinária tivemos!, a de caminhar debaixo do sol inclemente, na mesma época em que viveu um dos maiores líderes de todos os tempos.

E quando digo que Mandela foi um dos maiores, não digo em termos de relevância para os livros de História. Porque isso, Hitler também foi. Não. Mandela foi um dos maiores porque foi um homem superior.

Não nasceu assim, suponho.

Mandela já lutava contra a segregação racial em sua juventude - por isso foi preso -, mas desconfio que foram os 27 anos em uma cela afastada de tudo, foram esses anos de reclusão que o transformaram em um dos maiores homens da humanidade.

Naquela ilha, isolado de tudo e de todos, contando apenas com a amizade de um carcereiro, naquele local apenas o ódio e a solidão esperavam por Mandela.

E o que ele fez? Naturalmente, há de ter sofrido. Há de ter chorado. Mas, ainda assim, mesmo sendo humilhado e afastado das pessoas que mais amava por causa da cor de sua pele, ele teve forças para perdoar. Saiu de lá muito mais forte do que quando entrou. Mostrou ao mundo que, com retidão, fraternidade e fibra moral, se fazem os heróis de verdade.

Antes de Mandela mudar o mundo, portanto, ocorreram mudanças dentro dele mesmo, transformações que o fizeram Grande. É assim que é: temos, cada um de nós, o poder de mudar o rumo de nossas vidas e das pessoas que nos cercam; mas, antes disso, precisamos buscar dentro de nós mesmos a transformação.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Os momentos que eu não vou recordar

Quando estávamos quase saindo do ensino médio, falávamos em colocar ki-suco nos bebedouros da escola. Nós não queríamos ser apenas mais uma turma de terceiro ano, nós queríamos ser lembrados. E, para isso, era preciso algo que impressionasse.

Daí a ideia do suco.

Por fim, acabou que não fizemos a brincadeira, mas desconfio que, mesmo que a tivéssemos concretizado, isso não mudaria muito a lembrança dos outros com relação àquela nossa turma de 2010.

Mudaria, isso sim, as nossas próprias recordações.

E as recordações que carregamos conosco são muito importantes. Afinal, o presente se esvai a cada instante, e o futuro é sempre algo inalcançável. O passado, porém, é algo concreto. O passado é imutável, é nosso; está guardado nas nossas memórias, e dali não pode ser roubado.

Nesta reta final de ano, me peguei pensando na história do suco. E em todas as outras coisas que deixei de fazer, ou mesmo nas coisas que fiz, mas de que me arrependi.

Uma palavra dita na hora errada, a ira não contida, o passo que - pusilânime -, deixei de dar. Bastavam pequenas resoluções, pequenos gestos, e tudo poderia ter sido diferente. Mínimos detalhes que teriam feito minhas lembranças mais alegres ou mais amargas. 


Refletindo sobre tudo isso, o que posso esperar para este 2014, que já está batendo à porta, e o que desejo a todos que me leem; é que os deslizes sejam cometidos aos montes, que as pequenas falhas sejam toleradas, mas que você não olhe para trás e se arrependa de não ter se arrependido de errar.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Elogio e crítica


Na tarde de ontem, saí com a minha namorada – que é de Dois Irmãos, - para exibir, orgulhoso, a decoração do Natal Solidário de Igrejinha (que ficou realmente muito bonita!). 

O problema foi que, ao atravessar a rua, o que era orgulho se transformou em vergonha. Ali, a Praça da nossa cidade estava mais suja do que jamais vi na vida, assemelhando-se a um galinheiro. É uma comparação ruim, eu sei, mas juro que foi a palavra que me veio na cabeça quando procurei um banco para sentar.

Fiquei triste em ver nosso cartão postal nesta situação. Sei que não há apenas um motivo. As pessoas, em geral, têm alguma dificuldade para encontrar a lixeira. É assim aqui, em Dois Irmãos, e em qualquer outro lugar. 

Mas, mesmo com toda essa falta de consciência, há também as folhas que caem das árvores, e toda aquela areia ao redor dos bancos... Aí, bom, não se pode mais apenas culpar as pessoas, os outros. Aí, a responsabilidade da conservação (quem sabe uma vassoura de vez em quando) é da PREFEITURA.

E não me parece uma demanda assim tão difícil de ser resolvida.