quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Os momentos que eu não vou recordar

Quando estávamos quase saindo do ensino médio, falávamos em colocar ki-suco nos bebedouros da escola. Nós não queríamos ser apenas mais uma turma de terceiro ano, nós queríamos ser lembrados. E, para isso, era preciso algo que impressionasse.

Daí a ideia do suco.

Por fim, acabou que não fizemos a brincadeira, mas desconfio que, mesmo que a tivéssemos concretizado, isso não mudaria muito a lembrança dos outros com relação àquela nossa turma de 2010.

Mudaria, isso sim, as nossas próprias recordações.

E as recordações que carregamos conosco são muito importantes. Afinal, o presente se esvai a cada instante, e o futuro é sempre algo inalcançável. O passado, porém, é algo concreto. O passado é imutável, é nosso; está guardado nas nossas memórias, e dali não pode ser roubado.

Nesta reta final de ano, me peguei pensando na história do suco. E em todas as outras coisas que deixei de fazer, ou mesmo nas coisas que fiz, mas de que me arrependi.

Uma palavra dita na hora errada, a ira não contida, o passo que - pusilânime -, deixei de dar. Bastavam pequenas resoluções, pequenos gestos, e tudo poderia ter sido diferente. Mínimos detalhes que teriam feito minhas lembranças mais alegres ou mais amargas. 


Refletindo sobre tudo isso, o que posso esperar para este 2014, que já está batendo à porta, e o que desejo a todos que me leem; é que os deslizes sejam cometidos aos montes, que as pequenas falhas sejam toleradas, mas que você não olhe para trás e se arrependa de não ter se arrependido de errar.

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