quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O amigo de verdade

Tem uma frase que diz que é nas horas difíceis que sabemos quem é mesmo nosso amigo, mas eu não acredito muito nisso. O cara ta lá, sofrendo, precisando de alguém para conversar e você vai, dá um pouco de atenção e pronto, é o suficiente.
Mas isso não é suficiente.
O amigo de verdade você conhece no cotidiano, nas coisas pequenas de cada dia. O amigo de verdade é um cara que te respeita, que se interessa pela tua vida. É alguém que, como eu disse no discurso de formatura, está ali para compartilhar tudo e fazer com que momentos simples se transformem em algo muito maior neste mundo fodido de coisas ótimas e de coisas péssimas.
Não compartilhar sentimentos, porque isso também é fácil. Qualquer guria divide seus sentimentos com outra e quando vai cada uma para o seu lado, elas se chamam de falsas. Falar sobre sentimentos é tão fácil que tem gente que faz isso com psicólogos, completos desconhecidos.
O amigo de verdade é muito mais do que isso. O amigo de verdade nunca vai ser grosseiro, mesmo nos dias em que você der patada em todo mundo. Um amigo entende quando você desmarca em cima da hora ou quando liga em cima da hora para marcar uma caminhada ou pra tomar refri na frente da Modasul. O amigo de verdade é um cara que se preocupa com as suas coisas, que te tira na tua frente por qualquer bobagem e que fica pirado quando alguém te tira pelas costas.
Esse é o amigo, o amigo de verdade.
É Mano, hoje que é um dia tão importante, afinal só se faz 18 anos uma vez na vida, e eu nem quero te dar parabéns. Quero só agradecer. Agradecer por todo esse tempo em que “tu foi” um amigo de verdade e acima disso, um irmão que eu escolhi. Para sempre.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Querido Papai Noel

Eu sei que não é comum o senhor receber uma carta de alguém como eu e que árvores não costumam escrever - muito menos lhe endereçar cartas – mas vivemos tempos em que todo mundo compra a história de vampiros que brilham no Sol, o que significa que tudo é permitido.

Aliás, é justamente por isso que estou lhe escrevendo, Papai Noel. Está tudo muito permitido. Fiquei chocada com a discussão do Código Florestal, por exemplo. Os produtores alegam que precisam desmatar para sobreviver. Tão justo quanto um matador profissional defendendo suas atividades assassinas.

Mas não. Nós jamais seremos tratadas como seres humanos, porque os seres humanos acreditam MESMO que tudo o que está a sua volta está ali para servi-los. Nós purificamos o ar, damos madeira, mantemos a ordem na cadeia alimentar e nos ecossistemas, tudo apenas para servir ao ser humano.

Eles esquecem que nem sempre foi assim. Eu, por exemplo, cheguei aqui primeiro, há uns 460 milhões de anos. Era tudo muito calmo, um sossego que era uma beleza. Surgiram os índios, claro, mas eles até que nos respeitavam. Uns dias atrás é que os brancos chegaram. Uns porcos, todos eles, só queriam saber de comer as índias e levar o Pau-Brasil e o ouro para o outro lado das águas.

De uns tempos pra cá é que virou bagunça, Papai Noel. O ser humano está cada vez mais ganancioso e transforma tudo em moeda de troca. Destrói a natureza, sua própria casa, como um drogado vendendo seus móveis para consumir mais. Será que é isso, Papai Noel? Será que o dinheiro é uma droga que aniquila mais do que o crack?

Eu não sei mesmo, Papai Noel, e olha que tenho tantas dúvidas... Não dá para pensar muito, porque aqui tem cada vez mais gás carbônico e menos colegas para me ajudarem. Mas neste ano eu que nunca peço nada, resolvi pedir.

Querido Papai Noel, neste Natal eu gostaria muito de que os seres humanos parassem um pouco para pensar. Só um pouco. Que se dessem conta do que estão fazendo com a gente. Que decidissem parar um pouco. Só um pouco. Não digo que vou gostar deles Papai Noel, mas acredite em mim, eles precisam mais de nós do que nós deles.


Uma Árvore.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O futebol do toque-toque

  Na transmissão da Gaúcha de ontem do jogo entre Santos e Barcelona, o Nando Gross defendeu o estilo de jogo dos espanhóis e disse que o brasileiro precisa mudar a cultura de futebol objetivista. Segundo ele, no Brasil as torcidas pedem que o time jogue sempre pra frente, mesmo quando está vencendo, em vez de priorizar a posse e o toque de bola.

 Eu, que nem sou tão defensor assim do objetivismo, espero que esse estilo do Barcelona demore muito para chegar aqui. Um jogo com muito toque de bola é acima de tudo, um jogo chato. Por isso que as transmissões de futsal não são populares.

 Você pode dizer que o jogo do Barcelona não é nem um pouco chato, mas com Messi, Villa, Xavi, Iniesta, todos jogando juntos, bom, aí é sacanagem. O certo é que a maioria das equipes não tem cacife para montar constelações assim.

 Precisamos nos mobilizar. Já nos enfiaram goela a baixo o campeonato de pontos corridos. Toque de bola e jogo chato já é demais.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Túnel do tempo – Tradição alemã é debatida em Igrejinha

Publicado na coluna Papo Cabeça, Jornal Integração Paranhana (13/12/2011)

Fonte: Jornal Folha da Tarde (07/02/1970).

Resumo da notícia: Os quatro dias de festa do Kerb que agitam Igrejinha anualmente durante o mês de janeiro não são o suficiente para cultivar as origens e tradições do povo que colonizou a região do Vale do Paranhana. Esta é a opinião do professor Gustavo Adolfo Koetz, que afirmou que “a música moderna mata o nosso verdadeiro kerb”. O prefeito de Igrejinha, Hugo Sperb, concorda com o professor e destaca que “esses mais antigos, como o professor Koetz, podem dizer o que era o verdadeiro kerb. A juventude não sabe mais. Ela está na onda do iê-iê-iê”, concluiu.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quem manda por aqui

Há pouco menos de 14 bilhões de anos tudo no universo era praticamente nada. Então, toda aquela energia concentrada eplodiu. Era o Big Bang. As coisas estavam começando.

Depois de 9 bilhões de anos, surgiu o Sol, há uns quatro bilhões e 600 milhões de anos. Pelas estimativas dos cientistas, o Sol continuará ardendo por mais cinco bilhões e 400 milhões de anos.

Depois de alguns milhões de anos,a Terra surgiu de um daqueles pedaços de estrela que andavam pelo espaço. O planeta todo era uma bola de fogo e lava borbulhante, por isso a água não se condensava. Permanecia na atmosfera, em forma de nuvens de vapor.

Depois de uns 500 milhões de anos a Terra esfriou começou a chover durante MILHÕES de anos. Tempestades violentas, elétricas, paredes d’água desabando e formando, enfim, os oceanos. Ao mesmo tempo, as placas de terra recém-constituídas se moviam.

Por essa época, raios desabavam nos jovens oceanos. As descargas elétricas causaram uma reação inesperada: deram origem às primeiras formas de vida. Não faz muito, os cientistas identificaram um fóssil de bactéria com 3,5 bilhões de anos.

Depois de mais bilhões de anos elas fermentaram e se reproduziram, até que, deste processo, surgiram as plantas pioneiras. O mundo vegetal é jovem: tem 460 milhões de anos.

Depois de 250 milhões de anos, o mundo inteiro estava coberto de samambaias gigantes, maiores do que árvores, impossíveis de se acomodar em um vaso na sala. Mais ou menos por esse tempo, os animais marinhos deram um jeito de subir à terra firme.

Os répteis evoluíram tanto que se transformaram nos dinossauros e tomaram conta do mundo. Mas há 65 milhões de anos um meteoro de 200 quilômetros de largura caiu no México, tirou a Terra do eixo e os dinos se extinguiram. A essa altura, Pangeia, que era o único bloco de terra do planeta, já havia se rompido.

O primeiro hominídeo foi dar as caras no planeta há 4,5 milhões de anos. O homo erectus há 1,8 milhões de anos. E a nossa atual forma humana, o homo sapiens, há 150 mil anos. Destes, 140 mil anos foram de caça, coleta e nomadismo. A Civilização existe há 10 mil anos, nada mais. O Brasil há 510. Igrejinha há menos de 50.

Por isso, é louvável o trabalho dos ambientalistas e é reprovável o que temos feito com o meio ambiente, mas por mais que os ambientalistas preservem, eles podem prolongar a vida útil do planeta por algumas centenas de anos, com sorte milhares. O que é pouco. Quem manda, quem decide, é a natureza. E ela não gosta que nada dure pra sempre. Muito menos o ser humano.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Você pode ser

"Você pode ser um pouco irresponsável de vez em quando. Pode ser um pouco incoerente, um pouco vadio. Seja condescendente com você mesmo. Perdoe-se. Não se leve tão a sério. Lembrese: a levedura que fermenta a imaginação é a irresponsabilidade. Quem vive com os pés fincados no mundo real, quem cumpre suas obrigações, quem é sério e faz com que a sociedade funcione não tem tempo para sonhar. Nunca será ridículo, verdade, mas nunca será genial. A criatividade, a imaginação, a genialidade são coisas de irresponsáveis".

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Eu sou brasileiro, sim!

  O bairrismo exagerado gera preconceito com quem é de fora, gera xenofobia, eu sei. Mas eu não vou falar de nada exagerado aqui. Vou falar sobre sentir orgulho do chão em que você nasceu. Sobre sentir orgulho em dizer de onde você vem. Sobre como é bonito quando as torcidas de Grêmio e Inter cantam no estádio "Ah, eu sou gaúcho!"

 Porque com o Brasil é diferente. Parece que deve ser feio ser brasileiro. Se você gostar do que é daqui, é porque é um alienado sem cultura. O primeiro-ministro cai na Itália com várias denúncias, mas lá é primeiro mundo. Aqui é que é o reino da corrupção.

Os países têm dificuldades para se organizar para as competições esportivas, mas vergonha mesmo é essa organização do Brasil para 2014. Só aqui existem impostos, corrupção, criminalidade, filas em hospitais. No resto do mundo tudo deve ser perfeito. O Brasil é que é o pior lugar do mundo, só tem samba e putaria, por isso deve ser tão feio ser brasileiro.

 Eu tô cansado de ser atulhado por tanta repetição. O brasileiro não tem cultura, dizem. Ah é? A cultura norte americana, endeusada por tantos, não tem as mesmas limitações que a nossa? Por acaso os filmes de Hollywood não são todos uma repetição uns dos outros, cheios de clichês? Aí é que está. Há um material mais caro por trás do que os OUTROS produzem.

O duplo sentido daqui não tem o status de uma Katy Perry, mas no fim dá tudo na mesma. O material externo é mais caro, mas no interno não muda muita coisa. Em uma de suas músicas, a norte-americana que todos acham ótima canta:

"Come on baby let me seewhat you're hiding underneathI wanna see your peacock, cock, cock..."
 Peacock" é literalmente "pavão", mas na música a palavra ganha outra conotação. Também são assim os clipes deles, tão cultos os americanos movidos a fast-food. Eu não quero diminuir nenhuma cultura, que fique claro. Mas então, paremos de diminuir a nossa, que, no final das contas, passa pelas mesmas influências  dos EUA, da Europa e de qualquer país do primeiro mundo. Porque hoje, o mundo é um só.

 E hoje, só hoje, eu prometo não me importar com o que vão pensar de mim. Eu prometo não ter vergonha. Eu prometo terminar este texto dizendo que eu sinto sim orgulho de ser brasileiro.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Política começa a esquentar em Igrejinha

  Os bastidores dão conta de que teremos no próximo ano a disputa mais acirrada ao cargo máximo da Administração Municipal de toda a história de Igrejinha. Quatro pré-candidatos já existem e talvez o PT componha a quinta chapa, mas o número de candidatos não é o principal fator que esquenta as chamas da política local.

 O PTB e o PMDB travarão uma disputa particular e épica. Coligados por mais de dez anos, separam-se em uma ruptura que deixou mágoas em ambos os lados. Já pipocam no Facebook pequenas discussões entre membros dos dois partidos, isso quando ainda faltam 10 meses para as eleições.

 E é nessas hora que a civilidade e o respeito precisam falar mais alto do que as disputas. Porque quando a política é feita com insultos, como por vezes tem ocorrido em Igrejinha, quando se discutem reputações em vez de ideias, quando as pessoas são agredidas em qualquer âmbito e por qualquer motivo, quem perde somos todos nós.

Porque a política e as ideias importam, mas não tanto. O que importa mesmo são as pessoas e é para o bem comum de todas elas que deve existir a política.

Como foi o Grenal

 Dito e feito. O Grenal de ontem foi o menos imprevisível dos últimos tempos. O Inter queria jogar, ir pra cima, fazer gol. O Grêmio queria que tudo ficasse como estava, desconfio que se pudesse sequer teria entrado em campo. Um time ruim pode até ganhar um clássico, mas jamais um time desmotivado. 

 Por isso o Inter venceu. Porque quis vencer.

 A motivação do Grêmio era apenas da torcida, nunca dos jogadores. Melhor para o Inter, que tem raça, tem talento e com méritos irá disputar a Libertadores pelo terceiro ano consecutivo.

 Fica para o tricolor a esperança de que 2012 seja um ano melhor planejado e sem tantos erros.