sexta-feira, 29 de abril de 2011

Perigo inusitado

“Uma mulher teria passado veneno na vagina para matar o marido durante o sexo oral, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. A ocorrência foi registrada no 4º Distrito Policial da cidade, na semana passada.

O marido, em depoimento, contou que após uma briga a mulher passou uma substância tóxica (veneno) na vagina e o convidou para fazer sexo oral nela, para uma suposta reconciliação. O rapaz cheirou a região pélvica da jovem e desconfiou da sua intenção.

O delegado Walter Colacino Júnior, diante da versão inusitada, determinou a “averiguação de tentativa de homicídio”. Informações do site Regiao Noroeste.”
Fonte: Jornal do Povo


Cara, isso sim seria morrer pela boca!


Gasolina deve baixar

O governo decidiu ontem diminuir o percentual de álcool anidro da gasolina para conter o preço do combustível. A previsão é que o álcool anidro seja barateado com a medida e baixe o preço da gasolina por conseqüência.

estava na hora do governo federal intervir.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O assunto da semana


O casamento real será assistido por duas 2 bilhões de pessoas amanhã em todo o mundo. O assunto é o mais comentado da semana (sic) e deve servir, pelo menos, para algumas reflexões.

 O ser humano tem um prazer inexplicável em perder tempo com coisas efêmeras e sem importância, coisas que ele não vai nem lembrar dentro de poucos dias.

Por quê? O que explica essa atração por tudo o que é inútil, por tudo o que não acrescenta nada em nossa vida?

Não é isso mesmo que quem está no comando quer? Que as grandes massas se ocupem com casamentos, separações, escândalos, fofocas?

Enquanto isso, aquilo que realmente interfere na nossa vida não ganha importância alguma.

A inflação dos alimentos é um fantasma que está reaparecendo na vida dos brasileiros.

A Dilma anunciou nesta semana a privatização dos aeroportos.

Os deslizamentos e enxurradas que têm ocorrido no estado revelam uma grande lacuna na prevenção de tragédias, que é a falta de mapeamento das áreas de risco.

Mas nada disso importa. Nada disso merece destaque. O que merece destaque é a derrota do Grêmio em casa na Libertadores. É o jogo do Inter no Uruguai. O romance do Pato com a filha do dono do Milan na Itália.

E, claro, o casamento real.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Vivendo e aprendendo

Ainda sobre o deslizamento de sábado: eu e a Lidi aprendemos da pior forma que em uma pauta de deslizamento (ou qualquer pauta no campo), não se deve usar tênis branco. É claro que quando nós fomos para o local com câmera e bloco de anotações em punho, não dava pra ter idéia do que iríamos encontrar.

Mas valeu o aprendizado.


terça-feira, 26 de abril de 2011

O mais importante

Eu poderia escrever várias páginas sobre a tragédia do último final de semana na Saibreira, mas não há nada que já não tenha sido exaustivamente falado e comentado e repetido e distorcido como essa história.

Porém, eu não posso deixar de falar sobre um pensamento que me ocorreu no cemitério, na hora do sepultamento.

O pessoal da igreja cantava aquela música “Nossa Senhora, me dê a mão...”, outros tantos choravam, e na minha cabeça veio o seguinte: esses corpos dentro dos caixões tinham vida há dois dias, podiam correr, falar gritar, brigar, amar... E agora?

Agora resta a dor de quem ficou e as lembranças. Mortes trágicas me remetem sempre ao mesmo raciocínio: poderia ser qualquer um de nós.

Eu, você, o vizinho.

Eu não me preocupo com um ataque do coração. Isso é algo distante de mim. Mas um raio em uma tempestade, um acidente no trânsito, uma bala perdida que seja...Nada disso está distante de nós.

 Você está dormindo tranquilamente às seis da manhã de um sábado, em uma área que jamais, eu disse jamais foi considerada de risco... E, de repente, tudo desaba.

 Nunca estamos preparados pra perder alguém próximo.

 Estamos menos preparados ainda para assimilar que podemos morrer no momento seguinte. Nós fazemos planos, projeções, nos privamos de tanto coisa, sempre pensando em um futuro que pode nem chegar, e mesmo quando chega, nunca sai conforme o planejado.

Sábia mesmo é a letra de uma música do Charlie Brown Jr. que diz que “podem tirar tudo o que eu tenho, só não podem me tirar as coisas boas que já fiz pra quem eu amo...”. Porque no final de contas é apenas isso que resta. Estudar, guardar dinheiro, adquirir conhecimento, status, bens matérias...tudo isso é importante. Mas nada disso é o mais importante.

O mais importante são os beijos longos de despedida, as palavras carinhosas, os gestos simples, a parceria, o olhar que nada diz, mas tudo compreende. O mais importante é tudo aquilo que deixamos no coração de quem a gente ama.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O valor da dignidade

 Motorista que devolveu R$ 74 mil ao dono vira motivo de chacota

"O bom exemplo do motorista Joilson Chagas, de 31 anos, que devolveu ao dono os R$ 74.800 encontrados no ônibus que dirigia, na semana passada, virou motivo de chacota de alguns colegas. Ele lamentou que, enquanto descansava no dormitório da empresa, em Nova Friburgo, jogaram o seu crachá no vaso sanitário e escreveram na parede do banheiro “Chagas otário”. Chagas – que perdeu a casa na enxurrada de janeiro – não se arrepende de seu gesto:

- O dinheiro não era meu. É bom ficar com o que é nosso.

Em casa, o motorista recebeu o apoio da mulher – grávida de cinco meses – e do filho de 14 anos.

- Espero que meu filho chegue na minha idade com a minha cabeça – disse ele.

Já a Viação 1001, onde Chagas trabalha há quatro anos e meio e ganha cerca de R$ 1.400 por mês, quer valorizar a sua atitude. A empresa informou que estão sendo estudadas uma homenagem e até uma promoção.

O dono do dinheiro é um agricultor de cerca de 80 anos, que não quer ser identificado. Ele embarcou num ônibus em Friburgo, que parou na Rodoviária Novo Rio e no Terminal Menezes Côrtes. No fim da viagem, ao fazer a inspeção de rotina após o desembarque dos passageiros, Chagas encontrou um celular na poltrona 13 e um pacote junto à janela:

- Botei o pacote na poltrona e abri. Nunca vi tanto dinheiro. Estava enrolado em papel de pão e amarrado com barbante.

Chagas entrou em contato com seu chefe e retornou a Friburgo para entregar o pacote na sua empresa. Ao chegar ao terminal, avistou um senhor chorando e, na conversa com ele, descobriu tratar-se do dono do dinheiro. O homem ofereceu R$ 2 mil como recompensa, que o motorista não aceitou. O filho dele, então, entregou um relógio, pedindo que Chagas guardasse como lembrança.

- Vi a simplicidade do senhor. Achava que tinha perdido o pacote num bar no Largo da Carioca. Ele contou que tinha vendido um veículo para pagar o tratamento de saúde de uma filha."

O mesmo jardim

 O velho sorriu ao aproximar-se do velho banco de madeira embaixo da grande figueira. A mesma figueira que fora testemunha de seus namoros da juventude. Há quantos anos? Cinqüenta? O velho não lembra... As lembranças se tornaram difusas há algum tempo... Sim, existe uma cumplicidade entre o velho e a árvore, são antigos conhecidos. É estranho, com o banco não há a mesma relação.,.O banco velho é apenas um banco velho. Mas foi ali que as primeiras carícias com Rosa aconteceram. O primeiro beijo. Com Rosa tudo fora muito diferente, não havia a mesma malícia de outras namoradas. Com as outras eram beijos sôfregos e mãos ávidas buscando as coxas macias e o sexo úmido, mãos desbravadoras que eram recompensadas depois de muita insistência com um par de seios jamais tocado antes.

 Rosa era diferente. Rosa era pra casar, pensava ele sempre, e sempre a paparicava e sempre sonhava com os anos vindouros em que seriam muito felizes, teriam filhos, seriam um só.

 Rosa era pra casar. Com esse pensamento, o velho, que então não era velho, mas sim jovem e sonhador como só a juventude consegue ser, com esse pensamento ele trabalhou como um mouro, economizou como um velhote sovina e conseguiu dinheiro. Seria uma vida simples, está certo. Mas seriam felizes. De que lhe importavam os inúmeros problemas financeiros que poderiam surgir num futuro distante, se naquele momento eles poderiam estar juntos, bem e felizes?

 Rosa era pra casar. Pois muito bem. Estavam todos de acordo. O pai de Rosa, pouco apegado à filha, parecia feliz em livrar-se da moça. A mãe era só contentamento por imaginar a filha entrando na igreja. Ah, claro Rosa estava de acordo também, queria casar-se, mas sua opinião pesava menos na decisão.

 Estava tudo pronto. O velho lembra. Já relembrou muitas vezes, em outras tantas manhãs. Com dificuldade, tenta sentar-se no banco de madeira. Desiste. Estava tudo pronto. Ele lembra da ansiedade em possuir o corpo jovem de Rosa mesclada com o medo de machucá-la. Tão sensual e tão frágil...Estava tudo pronto. Faltavam poucos dias.
  
 Mas não casaram.

 Não casaram e tudo poderia ser tão diferente que é impossível imaginar que rumo a vida do velho teria tomado se o casamento tivesse acontecido. Como seriam os caminhos de ambos se Rosa não tivesse caído de cama dois dias antes do casamento. As tias culpavam o nervosismo no início, mas durante dez dias, dez longos e intermináveis dias, Rosa ardeu em febre, delirou, perdeu peso e morreu no décimo primeiro dia, horas depois da chegada de um médico que nada pôde fazer.

 - Por que não me chamaram antes? – perguntara o doutor. Ninguém sabia.

 Uma lágrima vagarosa e solitária brota nos olhos do velho e rola sem pudor pela face enrugada. O velho não pensa em enxugá-la. Ergue lentamente o olhar que estava fixo no banco.

 Ao longe, a cena parece saída de um quadro, pintada a óleo. O velho sorri ao aproximar-se do velho banco de madeira embaixo da grande figueira. É um sorriso feliz, ele sabe. E sabe também, sem saber como, o quanto há de melancolia na felicidade.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os problemas de Renato

 O fiasco de ontem na Bolívia expôs todas as dificuldades do Grêmio, mas a mais latente me parece a falta de peças de reposição de qualidade. Renato olha para o banco e enxerga Vinícius Pacheco e Diego Clementino.

 Desanimador.

 Menos mal que R$ 400 mil são depositados todo mês em sua conta. Isso deve ajudar.


E o barranco desabou...

 Muito boa a matéria publicada na edição de hoje do Jornal Integração sobre as adversidades enfrentadas pela escola Berthalina devido ao desabamento de um barranco. De acordo com a reportagem, mesmo sem o laudo geológico estar pronto a Coordenação Regional já encaminhou um pedido de obra na escola para a Secretaria de Educação, que se confirmar os meus temores, deve agir rápido como uma tartaruga.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Vida de professor

 Um dos fatos mais comentados da semana é a suposta agressão* cometida por um professor a uma aluna em Passo Fundo. Antes de mais nada, duas constatações MINHAS:

 O professor Valdecir Norberto Corteze não agrediu ninguém.

 Ele não poderia ter perdido o controle dentro da sala de aula, como aconteceu.

 É claro que o procedimento está longe de ser adequado, mas pelo amor de Deus, conduzir uma aluna ao seu lugar não pode ser considerado agressão nem aqui nem na China. O que a cena mostra realmente é a situação da sala de aula nos dias de hoje. É preciso uma alma quase de Madre Teresa de Calcutá para se dar aula. Nesse ponto eu tenho autoridade, saí outro dia do ensino médio, é assim que funciona.

 Os professores vão enlouquecer. Pode anotar aí. Ou acontece uma reforma urgente na educação que valorize esse profissional, ou estaremos em maus lençóis. Quem ganha pouco e tem péssimas condições de trabalho pra agüentar malcriações dos filhos dos outros não pode agüentar mais muito tempo.

 É difícil para um governo investir pesado na educação. Educação não dá voto e não ganha eleição. É um investimento a longo prazo, e o político precisa se reeleger em quatro anos. É isso que elegemos. Políticos, e não administradores.

 O que Corteze diz sobre a aluna: “Ela fazia coisas para levantar da cadeira e desconcentrar a turma. É uma líder negativa na sala de aula. Eu dizia para ela sentar e ela dizia que eu não mandava nela. Então, peguei e a levei até a cadeira”.

 É isso. Acabou a autoridade do professor. Em qualquer concepção, tradicional ou multidisciplinar, a figura do professor precisa ser revestida de autoridade. E é difícil pra quem se humilha pra conseguir migalhas do governo, ter autoridade diante de uma classe. É difícil para quem não recebe o suporte necessário de quem não enxerga a educação como prioridade.

 A educação é a base de uma sociedade digna, e a base está ruindo. A nossa economia vai bem, obrigado, mas isso não é o mais importante. O mais importante é a nossa dignidade, e ela não está sendo respeitada como deveria. Ou se trata o professor com dignidade e a educação como prioridade, ou os professores vão enlouquecer. Pode anotar aí. É bom que se diga isso hoje. Amanhã pode ser tarde.
*vídeo da suposta agressão no site de Zero Hora.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Agora sim, sobre o dia do beijo

 Um beijo movimenta 29 músculos e nessa troca, ou melhor, nessa química, os batimentos cardíacos podem passar de 70 para 150 batimentos por minuto. O beijo também já foi tema para muitas músicas, para início ou fim de novela, seriado, filme...

 Eu ando mesmo precisando fazer uns exercícios...


Dia do beijo e reflexões

 Hoje é o dia do beijo. Mas que beleza, hein? Outro dia circulou pela internet o perfil de um cara que tem no orkut (ou tinha) um álbum só com fotos dele aos beijos ou ao lado de mulheres lindas. O detalhe é que não era sempre a mesma, isso qualquer um pode ter. Mas ele não, ele fez questão de criar um álbum que diz “olha eu aí, sou foda mesmo, um baita cachorrão”. Uns o chamaram de exibido, outros diziam que era fácil fazer aquilo ali, que qualquer teria um álbum daqueles se tirasse fotos com todas que já ficou e talicoisa.

 Bom, não sei, mas eu admiro esse cara. Ele não se importa de dizer que ta curtindo a vida, não se importa de fazer o que tem vontade, não se importa com o que os outros podem falar (e falam!), ele se assume como é. Tá faltando isso hoje em dia. Os “santinhos” abominam tudo que foge dos padrões, falam de tudo e de todos e deixam de perceber o que poderia melhor nas suas próprias vidas.

 É humano errar e voltar pra errar tudo de novo. Precisamos parar de fugir de nós mesmos e sermos o que somos. Humanos, cheios de defeitos, cheios de complicações, cheios de vontades e cheios de coisas pra aprender. Vão falar? Vão! Muitas pessoas têm vidas desinteressantes, precisam disso, precisam falar mal pra preencher o vazio de quem tem tempo de mais e espelho de menos pra perceber seus próprios defeitos.

 Mas tudo isso é muita filosofia pra um simples dia do beijo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O bullyng e o nosso fracasso

  O criminoso do Realengo escolheu suas vítimas baseado na semelhança física que elas tinham com antigos colegas seus do passado, que cometiam bullying contra ele. Na sala de aula, Wellington sofria intimidações constantemente. Os estudantes chegaram a lhe dar o apelido de Sherman, em referência ao famoso nerd interpretado pelo ator Chris Owen no filme "American Pie". Ainda segundo informações passadas por dois rapazes que estudaram com o atirador, Wellington também era chamado de "suingue", pois andava mancando de uma perna.

  O menino “poupado” teve a vida salva por se parecer com o único amigo da adolescência de Wellington. Não vou entrar na questão motivo, porque nada justifica fazer o que ele fez. O amigo de Wellington, o gordinho de anos atrás, sofreu o mesmo preconceito e não entrou em uma sala de aula pra matar ninguém.
 
  A questão é que o bullying está inexoravelmente presente nas escolas, sejam públicas ou privadas, e nós temos fracassado com ele. Fracassamos quando assistimos colegas serem ridicularizados e ficamos de braços cruzados. Fracassamos quando debochamos de alguém por essa pessoa não seguir um padrão, ou, pior ainda, pela nossa necessidade de afirmação no grupo. Fracassamos enquanto agressores, vítimas, colegas, pais e professores.

  Uma historinha curta (que realmente aconteceu), narrada na aula de Psicologia Geral, na Feevale: “O menino de cerca de seis anos de idade comete bullying contra a coleguinha no pátio da escola. A mãe vê a cena e pede para ele parar. O garoto continua insultando a menina: “feiosa, baleia!”.  A mulher  pede novamente para o filho parar, sem sucesso.  O que a mãe faz? Tira o chinelo e bate no menino, ali mesmo, na frente de tantas outras crianças.”

  O que isso nos mostra, mais uma vez, é que não sabemos lidar com o bullying, que está presente há séculos na nossa sociedade, mas que foi “descoberto” recentemente. Na historinha de cima, na tentativa de ensinar ao filho que ele estava errado, a mãe acaba destruindo a auto-estima do menino diante de seus colegas. Na adolescência, mais do que em qualquer outra fase da vida, o indivíduo quer ser aceito. Mais, ele tem necessidade disso. Ele precisa sentir que faz parte de um grupo.

  O bullying destrói isso. Você não pode fazer parte de grupo algum, porque é gordo, magro, careca, cabeludo... Essa rejeição causa danos que transcendem os anos e muitas vezes afeta as relações na idade adulta.  A sociedade precisa acabar com o bullying antes que o nosso país se torne um Estados Unidos.

  Isso sim seria um pesadelo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Preconceito Linguístico

  É um excelente livro de Marcos Bagno que fala sobre um preconceito que muitas pessoas nem imaginam existir: o preconceito linguístico. Numa linguagem acessível, o livro desmente alguns mitos e quebra conceitos retrógrados sobre a linguagem. Consegui-lo em cidade pequena é uma odisséia, mas vale a pena!


Mitos desmentidos pelo livro:

Mito 1: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”

Mito 2: “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”

Mito 3: “Português é muito difícil”

Mito 4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado”

Mito 5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”

Mito 6: “O certo é falar assim porque se escreve assim”

Mito 7: “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”

Mito 8: “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A liberdade dos outros

  Após as fortes declarações dadas no CQC, consideradas racistas e homofóbicas, o deputado Jair Bolsonaro defendeu a ditadura e a ideia de que a tortura é o único modo de solução em alguns casos. Os milhares de comentários chocados na internet não são compartilhados por mim, que já sei há tempo que muita gente sente saudade do tempo em que os militares comandavam o país.

  Mas eu me sinto muito bem lendo declarações como a de Bolsonaro. Juro, sem ironia. Isso só acontece hoje porque a gente vive em uma sociedade em que qualquer um pode falar mal do sistema e dizer que prefere outro sem que a imprensa seja impedida de divulgar isso e sem que a pessoa seja perseguida por expressar o que pensa. Essa liberdade a ditadura não proporciona. Essa liberdade, a dos outros, Bolsonaro jamais irá compreender. Porque para ele, a liberdade dos outros não tem a menor importância.  

Fantasma fardado

 Muito interessante a edição desta semana da revista Carta Capital, sobre a insistência dos militares em comemorar o golpe de 64.

  E pensando bem, os jovens alienados de hoje são um prato cheio para um governo ditatorial, ninguém é tão submisso a um ditador quanto alguém que usa uma calça colorida porque os amiguinhos usam também.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Caminhos Cruzados – Trecho

  Lendo mais um livro do Erico Veríssimo. Cara, eu queria ter um décimo da habilidade que ele teve pra escrever. No século 20, ninguém soube conduzir tão bem tramas, personagens, histórias entrelaçadas... Aí vai um trecho do livro Caminhos Cruzados, que me chamou atenção nessa tarde ensolarada em que tá todo mundo preso, trabalhando, enquanto o sol convidativo sabe ser provocante.

“Fiorello e seus amigos não conhecem os segredos dá Matemática, mas apesar disso vivem com uma plenitude animal que deixa o professor um tanto perturbado. Seus olhos contemplam a paisagem com a alegria meio inibida duma criança que, vendo-se de repente solta num bazar de brinquedos maravilhosos, recusa-se no primeiro mo­mento a acreditar no testemunho de seus próprios olhos.

Clarimundo debruça-se à janela... Então tudo isto existia antes, enquanto ele passava as horas às voltas com números e teorias e cogitações, tudo isto tinha rea­lidade? (Este pensamento é de todas as tardes à mesma hora: mas a surpresa é sempre nova.) E depois, quando ele voltar para os livros, para as aulas, para dentro de si mesmo, a vida ali fora continuará assim, sem o menor hiato, sem o menor colapso(...)”

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Atividade Paranormal 2

Assisti no sábado e não gostei. A filmagem amadora não prejudica em nada a história, até ajuda a criar algum suspense, já que a história é muito ruim. A primeira cena que dá um “sustinho” ocorre com quase uma hora de filme e como o cenário é sempre o mesmo, nunca acontecer nada torna o filme chato.
 Durante quase todo o filme o fantasma se mostra perigosíssimo, derruba até panelas... Devia ser o Gasparzinho, quem sabe no 3 a gente descubra. Pra concluir, o namorado da Ali se pode ser viado, não sai de casa pra proteger a guria, que é bem bonitinha...

sábado, 2 de abril de 2011

Um projeto grandioso

 Muito bom o tópico criado por Giuliano Vieceli na comunidade do Grêmio no Orkut dando alguns esclarecimentos sobre a Arena. Vou reproduzir aqui alguns trechos:




A parte destacada em AMARELO é o primeiro andar. Ali ficará o estacionamento. Só nessa parte serão 2500 vagas.

A parte destacada em VERDE é onde fica a esplanada (aquela área de circulação ao redor do estádio). Ao contornar o estádio pela esplanada, o torcedor terá acesso à loja do Grêmio, ao museu, ao quadro social, ouvidoria etc.

  A parte destacada em BRANCO é o que chamamos de ENTORNO da arena. São TRÊS ANDARES DE ÁREA COMERCIAL, que totalizam aproximadamente 29 mil metros quadrados. É como se a Arena fosse um shopping com um estádio no meio.



É importante destacar também que a parceria terá "duas fases" (devido ao financiamento que a OAS vai obter junto ao BNDES)

A primeira fase é o período em que a OAS estará PAGANDO as parcelas do financiamento. Estima-se que este período dure cerca de 7 anos.

Durante este período, o valor MÍNIMO que o Grêmio receberá com a Arena é de R$ 7 milhões.

ALÉM deste valor, o clube ainda vai ficar com 100% DO LUCRO LÍQUIDO da Arena.

O Lucro Líquido nestes 7 primeiros anos é calculado assim:

LUCROS DA ARENA = RECEITAS DA ARENA - DESPESAS MANUTENÇÃO ARENA - 7 MILHÕES (PARTE FIXA DO GRÊMIO) - PARCELA FINANCIAMENTO DO BNDES

Quando a OAS terminar de pagar o financiamento do BNDES, entraremos na "segunda fase" da parceria (como a primeira é de aproximadamente 7 anos, estima-se que esta segunda fase vá durar cerca de 13 anos).

Durante este período, o valor MÍNIMO que o Grêmio receberá com a Arena sobe de R$ 7 milhões para R$ 14 milhões.ALÉM deste valor, o clube ainda vai ficar com 65% DO LUCRO LÍQUIDO da Arena, enquanto a OAS embolsa os outros 35%.

O Lucro Líquido nestes 13 últimos anos de parceria é calculado assim:

LUCROS DA ARENA = RECEITAS DA ARENA - DESPESAS MANUTENÇÃO ARENA - 14 MILHÕES (PARTE FIXA DO GRÊMIO)

Acho que ficou bem claro para todos de onde virão as receitas e como será a parceria no aspecto financeiro.

Lembrando que durante os 20 anos que o Grêmio tem contrato com a OAS, a construtora será a responsável pela

manutenção do estádio. O clube não se envolverá com estas questões.

Lembrando que o Grêmio é dono não só do ESTÁDIO como também do seu ENTORNO.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um país que não lê

 Um levantamento do Instituto Pró-Livro afirma que os “leitores” brasileiros lêem, em média, 1,3 livro por ano. Incluídas as obras didáticas e pedagógicas, o número sobe para 4,7. O Brasil, sabe-se, é um país que não lê. O que precisa ser feito é resolver o problema pela raiz e é aí que o bicho pega.

 Porque se um aluno sai da escola sem saber o prazer que existe na leitura de um bom livro é porque ele não descobriu. E se ele não descobriu é porque há uma falha no sistema. Uma falha dupla, metódica e curricular. O currículo diz que o professor deve ensinar a gramática como se quem não a seguisse fosse condenado aos castigos mais dolorosos, que deve ensinar regras, exceções, transformar um aula de português em um martírio maior do que ter que assistir a um Big Brother.

  O método também precisa ser revisto. Já vi professores corrigindo uma redação com a caneta vermelha em punho, ansiosos por alguma vírgula fora do lugar para corrigir. Aí para eles um texto bem escrito e coerente, se tiver erros gramaticais, vale menos do que um texto que fala um monte de bobagens de um “modo correto”.

 O Ministério da Educação precisa rever o currículo de várias matérias, as políticas públicas precisam incentivar o cidadão a ler, mas nada disso vai adiantar se os professores de língua portuguesa não reverem os seus métodos e as suas prioridades daquilo que o aluno precisa realmente aprender.

O bom gosto do astro

 Não canso de rever a cena do show do Ozzy quarta-feira, aquela em que alguém toca a bandeira do Inter e ele ignora. Isso em pleno Gigantinho, no mesmo show em que o astro entrou exibindo a bandeira tricolor. Aliás, daqui dez anos, o que será lembrado, a vitória do Inter sobre um time colombiano ou Ozzy Osbourne com a bandeira do Grêmio no Gigantinho?


Tarde de sexta

 O blog nasce em uma tarde tarde chuvosa de abril, mas acima de tudo, em uma tarde de sexta-feira. Ah, as histórias de sexta-feira... Bom, mas essas ficam para outros posts...