sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um país que não lê

 Um levantamento do Instituto Pró-Livro afirma que os “leitores” brasileiros lêem, em média, 1,3 livro por ano. Incluídas as obras didáticas e pedagógicas, o número sobe para 4,7. O Brasil, sabe-se, é um país que não lê. O que precisa ser feito é resolver o problema pela raiz e é aí que o bicho pega.

 Porque se um aluno sai da escola sem saber o prazer que existe na leitura de um bom livro é porque ele não descobriu. E se ele não descobriu é porque há uma falha no sistema. Uma falha dupla, metódica e curricular. O currículo diz que o professor deve ensinar a gramática como se quem não a seguisse fosse condenado aos castigos mais dolorosos, que deve ensinar regras, exceções, transformar um aula de português em um martírio maior do que ter que assistir a um Big Brother.

  O método também precisa ser revisto. Já vi professores corrigindo uma redação com a caneta vermelha em punho, ansiosos por alguma vírgula fora do lugar para corrigir. Aí para eles um texto bem escrito e coerente, se tiver erros gramaticais, vale menos do que um texto que fala um monte de bobagens de um “modo correto”.

 O Ministério da Educação precisa rever o currículo de várias matérias, as políticas públicas precisam incentivar o cidadão a ler, mas nada disso vai adiantar se os professores de língua portuguesa não reverem os seus métodos e as suas prioridades daquilo que o aluno precisa realmente aprender.

Nenhum comentário:

Postar um comentário