segunda-feira, 20 de junho de 2011

A favor do voto distrital

Sou a favor do voto distrital puro, que garante representantes de todas as regiões, eleitos pela maioria simples dos votos. Aliás, existe maioria simples? Pra mim, maioria é maioria. Deveria ser esse um dos pilares da democracia do nosso país.

Mas não é.

O sistema eleitoral atual não garante que os mais votados sejam eleitos. Pelo coeficiente eleitoral posto em prática hoje, existe uma divisão do número de vagas pelo número de cadeiras disponíveis (seja na Câmara, na Assembléia ou no Congresso). Então chega-se a um número de votos que equivalem a cada cadeira.

Por exemplo, se esse número for de 100 mil votos e o Chaves fizer 500 mil votos, ele tem direito a sua cadeira e mais 4, que vão para o seu partido. Assim chegam também ao poder a Dona Florinda, o Kiko, o seu Madruga e a Bruxa do 71, mesmo que eles tenham feito um número muito baixo de votos.

Aconteceu no ano passado aqui no RS com a Luciana Genro, que fez mais de 120 mil votos e não se elegeu, porque as vagas já haviam sido preenchidas por candidatos que fizeram menos votos. Absurdo? Alguns preferem chamar de democracia...

O RS tem direito a 33 deputados federais. Pelo voto distrital, o estado seria divido em regiões e pelo menos um representante de cada uma delas seria eleito. Isso facilitaria muito a fiscalização do trabalho de um deputado e a representatividade de cada região, mas as vantagens não param por aí.

Cada deputado tem uma verba de R$ 12 milhões por ano para gastar como quiser na sua região. Os candidatos genuínos do Vale do Paranhana à Câmara Federal no ano passado, Girardi e Trombetta, se tivessem sido eleitos, teriam uma verba de R$ 48 milhões cada um para injetar nas nossas cidades nos quatros anos de mandato.

A Manuela D’Ávila, que fez votação expressiva em Igrejinha, investirá seus quase R$ 50 milhões em Porto Alegre. Natural, já que ela deve ser candidata a Prefeitura da capital. Foi um voto ruim? Me parece que não. Mas poderia ter sido um voto, no mínimo, mais esperto.

Que sistema eleitoral esse nosso, em que é preciso esperteza na hora de votar... Ah, e sorte, é claro, porque nesta democracia, nem sempre os mais votados vencem. Ainda consegue ouvir falar em coisas como “vontade da maioria”, “democracia respeitada” e “justiça eleitoral” sem sentir que estão rindo da sua cara?

Eu não.

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