segunda-feira, 27 de junho de 2011

O que eu não posso mais calar

O politicamente correto acabou com uma das coisas mais fascinantes do ser humano, que é a pluralidade. Pluralidade de gosto, jeitos, opiniões, tudo. Não há nada que caracteriza tão bem a nossa espécie, do que aquilo que todos temos em comum: as diferenças.

Mas o politicamente correto acabou com isso. É como o sistema de cotas para negros: boas intenções, mas na prática o que acontece é o oposto do que se gostaria. O politicamente correto deveria pregar que não devemos prejudicar ninguém, de modo algum, por causa das suas escolhas. Mas não. Ele diz que devemos PENSAR igual, como se houvessem jeitos certos e errados de ver as situações.

Todos dizem que são a favor da liberdade de escolha, que os homossexuais têm o direito de viver juntos, adotar filhos, dividir herança. Tudo muito bonito. Mas ninguém quer que o seu próprio filho se relacione com alguém do mesmo sexo.

É que hoje em dia é feio ter preconceito. Qualquer um. A regra que nos obriga a concordar com novos conceitos mata a nossa própria individualidade, aquela que nos dá direito de ser contra o homossexualismo, a favor da pena de morte e da legalização do aborto, por exemplo.

Por isso, cevo com carinho os meus preconceitos. Respeito quem resolve ser gay. Mas não podem me obrigar a ser hipócrita dizendo que acho bonito isso tudo isso. Porque eu não gosto, e com certeza teria um desgosto muito grande se meu filho – que um dia eu quero ter um filho – me disser que gosta de homens.

E tem mais coisas que eu não aprovo. Essa perda de valores, essa virada de mesa que nos levou de uma sociedade extremamente conservadora para outra extremamente liberal. Eu não consigo ver com bons olhos essas festas em que as gurias de 14 anos vão com roupas minúsculas descer até o chão e cantar “quero te dar”.

Um dia eu posso ter uma filha. E, gostando ou não, eu tenho uma irmã no início da adolescência. As coisas poderiam ser mais simples. Poderia haver dois caminhos, o certo e o errado, e a gente só teria que escolher entre um ou outro e pronto. Mas não. Cada escolha está impregnada de erros e acertos, e o resultado é sempre imprevisível.

Parafraseando uma frase célebre de O Tempo e o Vento, êta mundo velho sem porteira...

Nenhum comentário:

Postar um comentário