segunda-feira, 25 de julho de 2011

A parte mais bela do dia

A parte mais bela do dia são as manhãs. Porque a beleza está nas coisas simples. Um galo canta ao longe. O fogo acesso crepita no fogão à lenha. A xícara de café fumegante. Os passarinhos cortando o céu com cores vivas. O sol chegando de mansinho.

Mas cara, como eu detesto tudo isso. Detesto fazer parte desse processo. Eu preferia ficar na cama até tarde, depois acordar lentamente e aí sim, sair do cobertor, quando o almoço já estiver quase pronto e for tarde para tomar café.

Justamente por sempre ter que acordar cedo, me revoltam as malditas manhãs com sua beleza. Aconteceu hoje. Levantei xingando já. Ainda mais porque acordar cedo em feriado é triste. Você sai na rua e não tem ninguém lá. É como trabalhar em um domingo.

Mas o curioso disso tudo é o acordar reclamando. É sempre assim. A gente reclama do que não adianta reclamar. Acordar cedo, impostos, derrota do time, programa de fofoca, essas coisas que sempre vão existir enquanto houver Humanidade.

As obrigações são chatas, por isso são obrigações. A vida está cheia delas. Como eu queria me livrar de acordar cedo, aprender inglês e de aturar a monogamia, o coeficiente eleitoral e o campeonato de pontos corridos. Queria poder me empanturrar com tudo o que eu quisesse, beber até cair, dormir quando o dia já estivesse clareando e não ter nenhuma, nenhuma, mas nenhuma mesmo, responsabilidade.

Enquanto esse dia não chega, eu me contento em observar como as manhãs são belas em sua simplicidade e em como seria bom ter consciência desse processo sem participar dele.

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