segunda-feira, 16 de março de 2015

Cinco mitos sobre o regime militar no Brasil

1) A ditadura brasileira foi leve
Por mais que os números de crimes cometidos por regimes militares em outros países, como Chile e Argentina, seja bem maior do que o Brasil, isso não pode fazer com que se minimizem os assassinatos e torturas cometidos no nosso solo. Além disso, as fontes oficiais não consideram pessoas que seguem desaparecidas até hoje, além de crimes que foram acobertados, como suicídios forjados de opositores do regime

2) Na Ditadura Militar havia menos corrupção
Infelizmente, Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem. Você pode até se iludir, mas a verdade é que não se podia investigar NADA. Jamais poderemos comparar com os dias atuais, simplesmente porque, naquela época, a independência de instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público ainda era algo utópico. Sempre se roubou no Brasil. E muito.

3) Os militares trouxeram o “milagre econômico”
Para resumir a economia brasileira no período do regime militar, ninguém melhor do que um dos generais que presidiu o Brasil. Pois foi o ex-ditador Médici quem, certa vez, tascou a seguinte frase: "O Brasil vai bem, mas o povo vai mal”. De fato, o PIB do nosso país crescia acima dos 10% ao ano, Porém, o poder de compra do salário mínimo era baixíssimo, a dívida externa brasileira cresceu como nunca e os sindicatos não tinham voz nem vez. A desigualdade social manteve-se um abismo no Brasil, com os pobres ficando ainda mais pobres.

4) Só era preso ou torturado quem merecia
Segundo relatório da Comissão Nacional da Verdade, milhares de índios foram mortos por agentes do governo militar durante a construção da rodovia Transamazônica. Além disso, bastava ser da oposição para se tornar um inimigo em potencial do governo. E mais: houve perseguição a escritores, cantores e atores. Quem não fizesse exatamente aquilo que o regime queria, era obrigado a refugiar-se, ou sofreria as consequências físicas;



5) O Golpe de 64 livrou o Brasil de se tornar uma ditadura comunista
Não há embasamento histórico para se fazer tal afirmação. Contudo, proponho uma reflexão: se Jango era um presidente legítimo, eleito no voto (naquela época as pessoas votavam para presidente e para vice em votações distintas), por que ele aplicaria um golpe em si mesmo? Além disso, as tais “reformas de base” defendidas por Jango estavam longe de ser comunistas. Estabelecer direitos iguais entre trabalhadores urbanos e rurais e cobrar impostos maiores de grandes empresas estrangeiras que estavam instaladas no Brasil são pautas que continuam latentes até hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário