quinta-feira, 24 de julho de 2014

As pessoas brigam


Há uma coisa que aprendi sobre as pessoas: elas brigam. Não importa se é por causa do estresse no trânsito ou se por preferências políticas ou religiosas, qualquer um que ocupe espaço e esteja próximo é uma ameaça. Se a pessoa pensar diferente então, bem, aí está um potencial inimigo a ser aniquilado.

Tenho refletido sobre isso nos últimos dias, com os debates cada vez mais acirrados, acusações de pouco fundamento e até um certo ódio nas redes sociais, por causa das próximas eleições. No Brasil, há uma regra básica: ou você ama o PT, ou o odeia. Não há meio termo entre petralhas e coxinhas. Mas, tenho cá comigo a desconfiança de que quem usa essas expressões para definir os adversários não tem muitos argumentos a apresentar.

Aos candidatos, cabe o ódio dos opositores ou o amor dos apoiadores, mas nenhum deles vale muito, porque ambos são incondicionais; não dependem de ponderação. As pessoas se fecham em seus argumentos, como se fossem a defesa da Argentina jogando uma Copa do Mundo, e dali não saem. Não refletem, nem evoluem.

E o que sobra àqueles que, como eu, não amam nem odeiam o PT? 

Estou fora dos debates, porque não tenho comigo um punhado de inverdades ou alguns insultos para apresentar. Por isso, tenho me limitado a acompanhar tudo à distância, apenas pensando na oportunidade que estamos perdendo de debater as questões que realmente importam no nosso país.

Tanto a alternância como a manutenção do governo deveriam ser vistas como possibilidades normais de uma democracia. Mas, na prática, as coisas não são assim. E sabe por quê? Porque as pessoas brigam. Elas brigam, brigam e brigam.

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