quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Aquilo que consumimos

Em um de seus textos Martha Medeiros diz que somos compostos por tudo aquilo que “consumimos”, como os livros que lemos, os filmes que assistimos e as músicas que ouvimos, por exemplo. Não lembro o que concluiu a crônica, mas a comparação é ótima.

Digamos que assim como nosso organismo, nosso cérebro precise se alimentar com alguma freqüência. Com o corpo, todo mundo sabe que se você correr, comer frutas e beber bastante líquido, provavelmente será saudável. Já se você não faz nenhum exercício, não passa um dia sem batata frita e é movido a cerveja, certamente vai engordar, obstruir veias e artérias, ter colesterol alto, essas coisas chatas.

Com o cérebro ocorre a mesma coisa. Ler um bom livro é como uma corrida de 45 minutos para o cérebro. Já assistir a esse tal de BBB, que ontem iniciou (de novo!) equivale a gordurosas porções daquele bolinho enjoado que encharca o guardanapo.

A professora Juracy Saraiva fala em “embrutecimento” do ser humano. Perfeito. É óbvio que assistir a certos programas emburrece. É óbvio que aliena. Só não percebe isso quem já está devidamente alienado.

Na construção daquilo que somos, muitas vezes consumimos lixo travestido de entretenimento e acabamos nos tornando lixo também. Mas ninguém mais pode dizer que não foi avisado sobre as conseqüências desse “alimento”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário