segunda-feira, 23 de julho de 2012

A verdade de cada um


Estou lendo mais um livro do Erico Veríssimo, dessa vez a obra é Senhor Embaixador. Que baita escritor! O Erico é assim, quando o leitor menos espera, ele consegue expressar muita coisa com uma simples frase, quase sempre saída da boca de algum personagem.

Foi exatamente isso que aconteceu agora a pouco. Estava lendo um diálogo, e tive que interromper a leitura, porque uma frase ficou martelando na minha cabeça. Um homem aconselha outro:

“ - Escreva o livro com paixão, homem! A paixão é a verdade de cada um de nós”.

A paixão é a verdade de cada um de nós.

Claro! É isso! Porque a vida é melhor quando vivida com paixão. Com paixão as sensações se tornam mais intensas, as ruins também, mas principalmente as boas.

O torcedor passivo, aquele que não tem paixão pelo seu time, pode até não sofrer com as derrotas, mas também jamais conhecerá a euforia de comemorar um gol no último minuto de jogo, ou festejar um título há muito esperado.

Um homem que se priva de grandes paixões, de agir com o coração, de se emocionar com as coisas aparentemente pequenas da vida, sofrerá menos, será menos ansioso, mas também terá menos momentos de euforia e felicidade.

A paixão é o que motiva. É o que faz alguém se doar. É o que torna o mundo mais humano.

Só há uma área em que a paixão deve ser comedida.

Na política.

A política está emaranhada de paixão, mas essa paixão que aparece principalmente nos períodos eleitorais é uma paixão que quase sempre atrapalha o andamento das coisas. Ela faz com que as pessoas deixem de discutir projetos e passem a discutir reputações.

A política precisa ser racional, precisa ser composta pelos melhores, precisa que as pessoas saibam ouvir, e muitas vezes, ceder. Quando há mais frieza na política, quando ela está livre de insultos e de paixões cegas, quem ganha são as pessoas.

Um político bom pensa primeiro nelas; nas pessoas. Os amigos, o partido, a coligação, o prestígio social; tudo pode ser colocado de lado em algum momento. As pessoas, jamais.

Um comentário:

  1. Bacana Luis! Não sabia que escrevia, ainda mais por algo tão nobre, mais humanidade! Quando der, estarei aqui para ler! Abçs!

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