quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Contra a implantação da UPA em Igrejinha

Nos últimos dias pipocaram aqui e ali discussões sobre a viabilidade jurídica de se implantar uma UPA em Igrejinha, que tem menos de 50 mil habitantes. Ainda que a opção se torne viável, a discussão não deveria ser jurídica, deveria ser sobre o projeto em si.

Li no site do Ministério da Saúde que as UPAs funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, e
têm o objetivo de resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. As UPAs devem oferecer estrutura com Raio X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Atendem de 50 a 150 pacientes por dia. Numero mínimo de médicos por plantão: Dois médicos, sendo um pediatra e um clínico geral.

Ou seja: seria praticamente um segundo hospital.

Para Igrejinha, que tem população de pouco mais de 30 mil pessoas, o custo anual para manter uma UPA giraria e m torno de R$ 420.000,00. Esses valores seriam pagos com repasse do Ministério da Saúde e contrapartida municipal.

Aí é que está o problema. Não seria melhor que os valores que serão usados nessa contrapartida fossem investidos diretamente no Hospital Bom Pastor, que já existe?

Mesmo que seja um dos melhores da região, nosso Hospital possui carências, pequenas e grandes, como qualquer hospital público brasileiro.

Na semana retrasada meu avô esteve internado ali por três dias. Amanhã ou depois podem ser outros familiares, podem ser amigos meus, pode ser que eu precise do atendimento daquele Hospital.

E quando isso acontecer, eu não quero ter várias opções. Prefiro ter só um lugar para ir, mas que este lugar seja bom, que os médicos dali sejam bem pagos e estejam motivados, que sua aparelhagem seja a mais moderna, que sua estrutura seja a melhor possível.

Assim se investe em saúde: qualidade é mais importante do que quantidade.

Não podemos perder o foco e descentralizar os investimentos. Não se pode errar quando o assunto é saúde pública, mesmo que com boas intenções.

A tolice mais perigosa é a bem-intencionada.

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