domingo, 2 de setembro de 2012

Míseros sete reais


 Confesso que fiquei um pouco chateado hoje depois que saí do posto da Brigada Militar, com a carteira que eu havia perdido na quinta-feira passada; agora recuperada.

 Alguém a encontrou e deixou lá, para que os policiais pudessem me entregar.

 Esse alguém entendeu que seria justo devolver a carteira e os meus documentos, que afinal me fariam muito falta, mas achou também que deveria ficar com o dinheiro que a carteira continha, e assim fez.

 Uma nota de 2 e uma de 5.

 Míseros sete reais, e a pessoa ficou com eles.

 Não é pelo valor. Não empobreci, nem a pessoa enriqueceu com isso. O que me chateou mesmo foi a atitude tomada. Afinal, a consciência de se ter uma dignidade limpa, de saber que você não está usufruindo de algo que não lhe pertence, pode valer menos do que apenas sete reais? Quem é que aceita se corromper por tão pouco?

 Infelizmente, muita gente.

 Não é o pensamento de todas as pessoas, nem da maioria delas, mas é o de muita gente: “como eu posso tirar vantagem disso?”.

  Em todos os lugares, em todas as situações, o que mais se busca é a vantagem, o lucro.   

 Se o valor fosse maior, continuaria sendo errado. Continuaria sendo feio. Tomar para si sete reais é tão feio quanto tomar 7 mil,  porém com o triste agravante de ser uma corrupção extremamente barata. 

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