sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A morte que dói mais


Gosto de futebol porque assim como na vida, as vitórias; mais do que merecidas, devem ser conquistadas.

Só no futebol o pequeno vence o grande com tanta freqüência.

É o esporte provando que a luta e a determinação podem fazer a diferença quando os recursos técnicos são poucos ou já foram esgotados.

Uma partida de futebol é sempre um jogo de surpresas e superação.

Assim como também deve ser a vida.

E o futebol, assim como a vida, às vezes nos coloca diante de cenas que não gostaríamos de assistir.

Aconteceu nesta semana em Oruro, uma cidade nas alturas da Bolívia, que antes só era “famosa” por causa do seu Carnaval. O que não deve ser grande coisa, já que as bolivianas nunca foram lá muito bonitas.

A questão é que depois do jogo entre San José e Corinthians, a cidade passou a ser conhecida pela morte de um garoto de 14 anos, atingido por um fogo de artifício disparado por um torcedor brasileiro.

Poderia ser qualquer outra pessoa, mas o fato de ser um menino ainda tão jovem parece tornar o fato ainda mais grave. Sei que há muitos jovens sendo assassinados todos os dias em qualquer lugar do planeta, mas o que me comove neste caso é que um adolescente gritando em um estádio de futebol para incentivar o seu time do coração é um dos retratos mais simples e puros de como a vida deve ser vivida.

E de repente, o grito silencia para nunca mais ser ouvido.

Nem vou falar sobre culpados; não me cabe e também não repararia o mal que foi feito e também não restituiria uma vida que foi interrompida tão precocemente

Parece que aquela tragédia em Santa Maria nos ensinou isso.

A morte que dói mais é sempre a dos jovens.

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