Acordei hoje com
saudade de assistir desenho.
Ainda meio nostálgico, lembrei logo de uma definição de
saudade que está no livro infantil “Pequeno dicionário de palavras ao vento”,
da escritora Adriana Falcão:
“Saudade é quando o momento tenta fugir da
lembrança para acontecer de novo e não consegue”.
Cara, tão profundo isso, e extraído de um livro infantil!
O momento tenta acontecer de novo, diz o livro. E não consegue.
Nunca consegue.
Por isso a saudade aperta tanto: ela é carregada por grandes
doses de aflição.
Afinal, a saudade está impregnada também da frustração que
sempre experimentamos quando uma tentativa fracassa.
A saudade é
frustrante. Ponto final.
O que me parece ser muita reflexão para uma simples vontade de
assistir desenho. Será que não me conformei em crescer e ainda não sei? Será
que meu inconsciente não aceita deixar morrer a criança que um dia fui?
Preocupante. Vou ter que pensar nisso. Mas não agora.
Porque agora que eu cresci, preciso trabalhar; e adultos não devem assistir desenho.
Que sem graça ser adulto!
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