quarta-feira, 6 de março de 2013

A nova namorada do ministro



Meu professor de inglês na Feevale nos contou certa vez uma historia curiosa: ele dava aulas em uma escola de idiomas de Porto Alegre que fica bem em frente a um enorme prédio residencial, onde vivem dezenas de famílias espalhadas por vários andares.

O que acontecia é que nas salas da pequena escola de idiomas, muitos alunos descobriam que seus colegas de classe eram também seus vizinhos, descobriam que eles também moravam no prédio em frente.

Vizinhos se conhecendo fora do prédio em que moravam, que coisa incrível!

Alguém pode concluir que nas cidades grandes existe uma certa frieza que torna as pessoas solitárias. Concordo em parte. Sei que é bom conhecer e poder contar com as pessoas que moram por perto, mas sei também que nas cidades pequenas tudo acaba virando fofoca.

O que muitos apontam como frieza pode ser simplesmente respeito. Quem vive em uma metrópole é obrigado a aprender a respeitar o espaço do outro, porque há muitas pessoas para dividir os mesmos lugares. Distanciamento às vezes é apenas respeito à privacidade alheia.

Por isso entendo o ministro Joaquim Barbosa, que perdeu a paciência ontem com um repórter em Brasília. Afinal, o cara é presidente do Supremo Tribunal Federal, se ocupa de alguns dos assuntos mais importantes e polêmicos do país, e o repórter vem perguntar sobre a sua namorada nova?

Repórteres e vizinhos: são muito importantes, mas nem sempre sabem respeitar nossa privacidade.

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