quarta-feira, 3 de abril de 2013

O grande perigo



Se há algo que pode oferecer riscos a um homem é uma mulher que sabe, mesmo que de forma inconsciente, do poder que pode exercer um pé feminino.

Você observa aquele pé delicado, besuntado todas as noites com creme Nívea, aquele pezinho 35, tão frágil, tão delicado, tão lindo, tão...

Olha aí, o pé o enterneceu.

Aí reside o perigo. O pé amoleceu seu coração, lhe deixou sentimental como um adolescente descobrindo a paixão. Você deve ter muito cuidado nessa hora: mulheres com pés delicados tendem a ser muito, muito perigosas.

São perigosas porque são subestimadas. Você espera apenas os gestos mais tenros da pessoa que é sustentada por aquele pé, você talvez espere até mesmo uma beleza puramente doce e abnegada.

Grande engano. Não raro são essas as maiores desilusões na vida de um homem.

Afinal, não se deve jamais subestimar um risco, nem mesmo naquelas circunstâncias que parecem ser as mais inofensivas.

Foi o que aconteceu no caso da boate Kiss. Os proprietários, a banda, o poder público, e até os freqüentadores do local; todos  subestimaram o perigo a que poderiam estar expostos. É o que fazemos o tempo todo. Infelizmente, essa mania pode trazer conseqüências terríveis, como acabou acontecendo.

Agora, buscam-se culpados. Alguns até clamam por isso, querem punições a todo custo.

Enquanto isso, o verdadeiro culpado está em cada um de nós: a tendência a subestimar o perigo. Somos nós que deixamos de lado o cinto de segurança, nós que concluímos com freqüência que “não vai acontecer nada”, nós que nunca paramos para reparar as saídas de emergência.

Somos nós os culpados.

Inapelavelmente.

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