O futebol tem a capacidade de mexer com as
pessoas. Concluí isso hoje, quando o Nachtigall, que é o meteorologista que
fala diariamente na Rádio Amizade, sempre muito sisudo, demorou-se um pouco
mais na ligação, antes de eu coloca-lo no ar:
- Ô jovem... - me disse ele – Qual é o teu
palpite para o jogo de hoje?
E teríamos debatido por muito tempo sobre as
possibilidades de escore entre Brasil e México, se não fosse o tempo tão curto.
Quem diria! Nós, que raramente conversamos mais do que o rotineiro, unidos no
telefone pela magia do futebol.
Hoje mesmo. Ninguém contava com a astúcia do
goleiro mexicano, e aí reside outra faceta que o futebol revela a todo momento,
mas que sempre nos surpreende: o imponderável. Está tudo bem desenhado, as
chances que cada equipe possui, as variações de jogadas, a forma com que as
peças em campo se movimentam, até o grito da torcida é mais ou menos
previsível....
Só que não. Porque o futebol não é o esporte do
previsível, e sim do imponderável. Um goleiro em um inspirado fim de tarde pode mudar os rumos de uma partida, como mudou; e um jogo aparentemente
fácil pode gerar muitas dificuldades, como gerou. E quantas vezes a bola que
passa zunindo por entre zagueiros e atacantes, desvia no pé de um defensor,
engana o goleiro e morre no fundo das redes!
Ah, o imponderável! É incrível como o futebol imita a vida.
Excelente, como sempre!
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