quarta-feira, 12 de junho de 2013

Como surgiu o Dia dos Namorados

O Dia dos Namorados surgiu na Roma Antiga, por volta do século 3.

Naquele tempo a vida era muito mais complicada, pois ainda não existiam coisas que devem fazer muita falta na vida de qualquer pessoa, como a energia elétrica, as mensagens de texto e os shortinhos diminutos, aqueles de tecido fininho que as mulheres usam para dormir.Claro que nem tudo era pior no passado, pois estamos falando também de uma época em que ainda não haviam inventado a Zorra Total e a Banda Calypso.

Enfim, foi nessa época distante que o Imperador Cláudio II resolveu proibir uniões entre homens e mulheres durante as guerras. Segundo ele, os solteiros eram melhores combatentes. Nesse ponto, sou obrigado a fazer outro aparte: o imperador estava certo.

Afinal, o combatente casado provavelmente já estava com alguns quilos a mais, todos adquiridos depois do casamento. E na hora do combate talvez ele fosse menos cruel. Talvez ele lembrasse do olhar triste da mulher que abanava para ele na hora da sua despedida, talvez lembrasse do filho que ela carregava em seu ventre. E talvez, talvez ele concluísse que seu oponente também deixara em casa uma esposa que aguardava ansiosa por sua volta; e isso tudo lhe amolecesse o coração.

Em uma guerra, porém, não há espaço para sentimentalismos. Por isso, acredito que o imperador estava certo.

Mas há outro personagem na história, alguém que não estava assim tão preocupado com os resultados das guerras naquela Roma antiga do século 3. Era o padre Valentim, que se negou a obedecer as ordens do imperador. O padre não só continuou celebrando casamentos como ele mesmo casou-se às escondidas.

Não demorou muito, e o padre Valentim foi condenado à morte. Você sabe, naquela época não existia o Supremo Tribunal Federal, então ele sequer teve a chance de recorrer da decisão e responder ao caso em liberdade. Enquanto aguardava dentro de uma cela até que sua sentença fosse executada, ele apaixonou-se pela filha do carcereiro. Antes de morrer, ele escreveria uma carta a ela assinando com "seu namorado".

Depois disso, o padre morto virou um mártir, e tornou-se São Valentim, um dos santos da Igreja Católica. Uma curiosidade: hoje em muitos países não se diz Dia dos Namorados, e sim dia de São Valentim.

Quando me contaram essa história, fiquei muito impressionado. Afinal, Valentim era um homem já no final de seus dias, com a angústia da morte anunciada a lhe torturar os pensamentos, sabendo que sua execução era questão de dias. O que um homem comum faria em seu lugar? Talvez se arrependesse de todas as oportunidades perdidas durante a vida. Talvez se revoltasse. Talvez pensasse em fugir ou até mesmo enlouquecesse.

Valentim, não.

Valentim se apaixonou. Que capacidade incrível a dele, de se permitir ser arrebatado por uma paixão quando não havia mais esperanças de continuar vivendo. Ele sabia que só existia uma forma de aproveitar o pouco de vida que lhe restava: estando apaixonado.
E assim, ele morreu. Um homem apaixonado.

Desconfio que tenha morrido feliz.

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