quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Desfile cívico de Igrejinha

Após o desfile cívico de Igrejinha, ouvi muitas pessoas dizendo que no tempo delas as coisas eram melhores. Que hoje as crianças passam pelas ruas em total desordem e com rostos desmotivados, mas em outras épocas elas marchavam alinhadas e talicoisa.

Posso não ter vivido em outros tempos que não estes, mas discordo.

Não acredito que as coisas eram melhores. Talvez fossem mais organizadas, talvez os alunos realmente marchassem, afinal havia mais comando e rigidez; mas n
ada disso era motivado por causa de um sentimento cívico.

Esse amor pela pátria, tão defendido pelos saudosistas, ele não existe nas crianças de hoje porque
jamais existiu nas crianças de qualquer época. 

E não pode existir por um motivo simples: a pátria é uma abstração.
Por que alguém que nasceu no Brasil seria melhor do que alguém que nasceu no Haiti? Só acredita em Pátria quem aprende a acreditar nisso. Não raro, o patriotismo vira xenofobia, vira preconceito.

Definitivamente,
a pátria falhou como razão de existência.
As crianças entendem, de forma inconsciente, que o que importa são as pessoas, e que elas, as pessoas; podem ser de qualquer pátria. Que a bandeira não importa. Como disse Markus Zusak: seríamos todos a mesma coisa em qualquer outro lugar.

Por acreditar em tudo isso, é que pouco me importa se eram desmotivados os rostos das crianças na tarde de sábado. Elas são o futuro, são muito inteligentes, e percebem facilmente que protocolos e cerimônias tem pouca importância na vida.

Acreditem, elas sabem o que realmente importa.
Elas sabem que passaram calor à toa. 

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