quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mais dias letivos = menos aprendizado

Todo país do mundo está, neste momento, reformando a educação pública. Há várias razões para isso, entre elas a constatação de que o mundo mudou muito rápido nos últimos anos e a escola não conseguiu acompanhar esse processo.

O problema é que a maioria - entre eles o Brasil - está tentando chegar ao futuro repetindo as mesmas fórmulas do passado. No caminho, estão alienando milhões de crianças que não veem nenhum sentido em ir à escola.

As crianças e adolescentes estão vivendo o momento mais estimulante da história. Eles estão sendo cercadas por informações e vêm tendo sua atenção requisitada por todo tipo de plataforma: computadores, iPhones, outdoors, centenas de canais de TV. E são penalizados por não prestarem atenção. Em quê? Em coisas chatas, especialmente a escola, que não entende essa nova condição.

Aumentar as horas-aula ou os dias letivos é uma solução ingênua dos políticos. De acordo com esse raciocínio, para melhorar a educação, os alunos devem ter MAIS aulas e não aulas MELHORES. O que, na prática, não gera o menor resultado.

Um exemplo fácil: da 5ª série até o 3° ano do Ensino Médio os alunos têm  nada menos do que 400 horas de aula de língua inglesa.  Nem as duas escolas de idiomas mais conceituados do país, CCAA e Yázigi, tem tantas horas assim no currículo. No entanto, os alunos saem do ensino médio falando inglês? Com a base da escola, não.

Para uma mudança dar certo, é preciso que ela venha de dentro pra fora, é preciso que o modo de ver a Educação seja alterado. Que tal menos alunos alunos por turma? Que tal valorizar mais e qualificar mais os agentes do processo educacional, que são os professores?

São soluções muito melhores do que simplesmente aumentar o tempo de aula. Decisões estúpidas como essa, que retocedem a Educação do nosso país, só deixarão de acontecer quando as decisões passarem a ser tomadas por pedagogos e estudiosos da área, e não por políticos.

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