quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O importante é a base


Gostei muito da Aula Inaugural do Curso de Letras da Feevale, realizada ontem com a presença do professor americano Paul Dixon, da Purdue University.

Além de analisar os fatores culturais implícitos em algumas obras da literatura, como o famoso jeitinho brasileiro e a questão da crença religiosa presentes em Dom Casmurro, Dixon falou sobre algumas diferenças entre Brasil x Estados Unidos no quesito ensino superior que me chamaram atenção:

1-    Nos EUA, mesmo que a maioria das universidades seja estadual, todas são pagas. Não existe a Universidade gratuita, como no Brasil.

2 – O índice de americanos que busca graduação no ensino superior é de cerca de 30%. Quase dez vezes mais do que aqui.

O que essa diferença nos mostra? Que uma Educação sólida se constrói com uma base sólida.
O Brasil tenta melhorar a sua Educação sem ter essa base. Então criam-se cotas milagrosas. Negros e alunos de escola pública chegam à Universidade Federal pela porta dos fundos, mas para o governo o importante é que eles cheguem, não importa em quais condições.

O correto seria que o aluno de baixa renda e o aluno negro chegassem ao vestibular nas mesmas condições dos alunos que estudaram nas escolas privadas. Então eles obteriam as vagas graças à bagagem que adquiriram na escola, não por causa de cotas.

Um país só precisa de cotas quando precisa corrigir uma injustiça.

E o Brasil segue preocupado em corrigir a injustiça depois de cometida, ao invés de secar-lhe a fonte. Cortar o mal pela raiz é investir nas crianças. Quando a escola pública for tão boa quanto a privada, quando os alunos das séries iniciais do ensino público receberem o mesmo ensino de qualidade dos alunos de escolas privadas, então em poucos anos o Brasil não precisará mais de cotas, pois a base da Educação seria uma base sólida.

Com uma base assim, em poucos anos talvez o Brasil também tivesse um índice de 30% da população buscando formação no ensino superior. 

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