terça-feira, 9 de julho de 2013

Onde está o segredo

"O Luis sempre tá bem", disse alguém outro dia.

Não era um comentário banal. Notei até um certo ar de indignação na voz da pessoa que fez essa observação.

O que é compreensível, afinal as pessoas estão todas cheias de problemas. E quando não são problemas; são medos. E quando não são medos propriamente ditos, são até mesmo inseguranças banais que lhes anuviam os pensamentos.

Seguindo essa lógica, alguém estar bem, com tantas pessoas padecendo ao seu redor, é como uma ofensa. Mas a verdade é que não é bem assim.

Até porque, tenho as mesmas angústias de qualquer pessoa. O que tento fazer, quase sempre com sucesso, é jamais deixar que os problemas pequenos asfixiem as alegrias, - também pequenas -, que se apresentam o tempo todo.

Porque a vida é feita de grandes momentos, claro que é; - como festas, casamentos ou formaturas-; mas ela acontece com mais intensidade nas pequenas coisas. O café fumegante nas manhãs sonolentas. Aquele jogo despretensioso com os amigos. A piada contada nos corredores da empresa. A revisão de última hora antes de se fazer uma prova fodida.

Assim, quando você consegue ser feliz nas pequenas coisas, com pequenas alegrias a lhe melhorar constantemente o estado de espírito, quando tudo o que importa é a  brincadeira que um colega acabou de fazer, então fica muito mais fácil encarar as vicissitudes, mesmo aquelas mais espinhosas.

É o que deveriam compreender certos chefes. Não é preciso ser mau para ser um gerente eficaz. Tudo aquilo que um funcionário precisa, muitas vezes, não é algo grande como uma promoção ou um aumento de salário. Às vezes, bastaria um elogio.


É algo pequeno, eu sei; quase imperceptível. Mas é aí que reside o segredo de se viver bem: nas coisas aparentemente pequenas.

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