terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os verdadeiros culpados

Eu abro este texto com o trecho de uma notícia da edição atual do Jornal Integração, que está na página 14 do JI Região:

"Caminhão carregado de cerveja tomba e é saqueado por populares (...) A vontade de beber sem precisar pagar era tamanha que alguns chegavam a andar de chinelos sobre a montanha de cacos de vidros, arriscando sofrer graves ferimentos. Pelo menos um dos aventureiros acabou machucado, quando quase não havia o que levar , o jovem caiu sobre as muitas garrafas quebradas e teve o braço perfurado."

O que fizeram as pessoas que saquearam a carga tombada no dia 16, ali em Taquara, a atitude dessas pessoas representa também o comportamento da maioria da população do nosso país: querer levar vantagem em tudo. Essas pessoas, se elas estivessem em um cargo público de alto escalão, não pensariam duas vezes antes de beneficiarem a si próprias, e só depois pensar no bem comum.

O Brasil já tem os seus vilões bem definidos: os governantes, os chefes, as autoridades. A responsabilidade é toda "Deles". Mas quando toda a estrutura é falha, quando todos os segmentos da sociedade são marcados por corrupção em maior ou menor escala, quando a ética se torna artigo de luxo em uma pessoa, então a culpa não é apenas "deles".

No país inteiro, os caminhões que tombam nas estradas são saqueados pelas comunidades que vivem à beira das rodovias e pelos outros motoristas. É o povo que faz tudo isso. Não são os governantes que estão roubando motoristas acidentados ou invadindo casas, supermercados e depósitos. Não são "Eles". É o brasileiro. O povo. Por sua conta e iniciativa, sem que ninguém ordene ou o obrigue.

O problema é esse, quando os valores da sociedade geram a corrupção. Aí fica difícil de identificá-los, os corruptos, porque eles estão em toda parte. Eles estão no meio de nós.

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