terça-feira, 10 de maio de 2011

Demissões em Parobé

Ontem, 840 pessoas foram demitidas da Vulcabras/Azaléia, que encerrou sua produção em Parobé. É uma perda tremenda para a cidade, que segundo a vice-prefeita Nelsi Lázaro, perderá 30% de sua arrecadação. E sabe porque isso aconteceu? Por causa do incentivo fiscal!

Sim, o mesmo fator que traz empresas para uma determinada região, que gera empregos, renda, progresso, é o mesmo fator que faz com que empresas migrem para outros lugares alguns anos depois, deixando todos na mão, os trabalhadores, a renda e o progresso.

Quem ganha com isso? As empresas, claro, que conseguem escapar dos impostos. Um pequeno empresário que tenta ingressar no competitivo mundo dos negócios enfrenta muitas dificuldades, pois tem que enfrentar essas empresas gigantes sem contar com as mesmas regalias concedidas pelo governo.

Vão culpar a questão do dólar, dizer que estão perdendo competitividade, mas nada é bem assim. Os empresários são como os jogadores de futebol, mestres em falar sem dizer nada. Mas é esclarecedora a entrevista do presidente da Vulcabras, Milton Cardoso, que também preside a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), concedida ao Gaúcha Atualidade:

 “A indústria é uma atividade migratória. A empresa vai se instalar onde tem mais incentivos”, avaliou.

Um resumo sucinto e exato do que aconteceu nessa história. Existem leis que só beneficiam quem não precisa. O incentivo fiscal só é necessário porque se o governo daqui não der, outro vai dar. Falta integração entre os governos. Falta incentivo aos pequenos e sobra aos grandes.

Na real, falta muita coisa. Nada novo em um país em que a lei do coeficiente eleitoral elege quem faz menos votos e deixa de fora outros com maior votação. Com diz o livro de Eclesiastes tão sabiamente, não há nada novo debaixo de sol.



P.S.: Como de costume, a melhor cobertura escrita dessa notícia você lê no Jornal Integração.


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