terça-feira, 17 de maio de 2011

Metodologia e ensino

Nas quartas-feiras eu curso a disciplina Currículo, Planejamento e Avaliação, e sempre saio dessa aula pensando no tamanho do desafio que nós, futuros educadores, temos pela frente. Alguns métodos de ensino ultrapassados ainda imperam nas salas de aula de todo o país, fazendo com que o número de horas-aula não condiga com o aprendizado adquirido pelos alunos.

Talvez o método mais ineficiente seja justamente aquele que é usado há mais tempo e com mais freqüência nas salas de aula. A decoreba. É um método simples e garante boas notas quase sempre. Você decora definições, nomes, datas, mais algumas definições e...opa! 10 na prova. Evidentemente, o conteúdo dessas informações é rapidamente esquecido.

 Porque o nosso cérebro é inteligente. Ele sabe exatamente o que precisa ser armazenado e o que pode ser descartado. O meu cérebro sabe que eu preciso saber a senha do alarme da redação, o número da minha sala no Campus e todas as outras informações que eu preciso no meu dia-a-dia. Ele sabe também que eu não preciso lembrar o que eu almocei na quarta-feira da semana passada, já que isso não tem a menor serventia.

É nesse ponto que a decoreba falha. Ensinando as coisas por um ângulo inútil. No domingo eu acompanhei o meu cunhado de 9 anos estudando pra uma prova e fiquei espantado com algumas coisas. É incrível o que vai ser cobrado. O nome completo de Tiradentes. Quem era o rei de Portugal na época do descobrimento, que escreveu a Carta do Descobrimento, quantas caravelas eram comandadas por Pedro Álvares Cabral...

Talvez ele vá mal na prova, talvez tire nota máxima, mas independente do resultado, daqui há um mês eu duvido que ele lembro de um terço desses dados. E, no fim das contas, ele não vai sequer ter acesso ao que é realmente essencial.

Um dos momentos do estudo resume bem a luta entre as complicações infrutíferas do método de ensino tradicional contra o nosso cérebro descomplicador.

Qual o regime de governo do nosso país?
Hmm...república!

Certo. E isso quer dizer que ele é governado por quem???
PELA DILMA!!!

Pela Dilma, cara! É óbvio! Se alguém me fizesse essa pergunta na rua eu teria respondido a mesma coisa. Você não responde que é pelos governantes, por um presidente, por um rei, por um primeiro-ministro. Porque nada disso importa. O poder hoje está nas mãos da Dilma (e do Congresso, claro), e é isso o mais importante.

Na hora foi engraçado, eu lembrei da historinha contada pela professora Eliane Anselmo sobre a alfabetização de um menino. Depois de a professora ficar por longos minutos juntando as sílabas PA-TO, ela apontou pra a figura e perguntou para o menino o que estava escrito ali.

E o menino, contente:

MAR-RE-CO!

É o método, senhores. Ele faz toda a diferença.

O método.

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