quinta-feira, 12 de maio de 2011

Os jovens de hoje

Ontem ouvi uma conversa em um corredor da Feevale que me motivou a escrever este texto. Depois de tomar um guaraná enquanto lia o Correio do Povo e olhava o jogo do Santos no Tirirca – eu ainda vou fazer um post sobre esse cara, não tem como falar de Feevale sem falar nele...

Bueno, depois disso só me restava o caminho para a topique. E foi perto do prédio Lilás que eu ouvi dois amigos conversando.

Falavam sobre o fechamento da Azaléia.

 “Bah, cara, eu ouvi a entrevista de um loco se lamentando porque trabalhava lá há 20 anos. Imagina, trabalhar todo esse tempo em uma fábrica e nem querer sair de lá! Que falta de ambição, cara!”

E o outro concordou.

 Sim, ele concordou. No Jornal do Almoço de ontem Lasier Martins expôs mais uma verdade: os jovens não sabem o que é inflação.

  Lasier, os jovens de hoje sabem muito pouco sobre tudo. Quem tem menos de 25 anos não passou por inflação. E a lógica dessa geração é essa: eu só me preocupo e me interesso por aquilo que me afeta diretamente.

Nós caímos de pára quedas nessa panela de pressão em que tudo o que temos foi conquistado pelos nossos pais ou por gerações passadas.

  O que os lunáticos do corredor da Feevale não compreendem é que quem tem um emprego digno e valoriza isso a ponto de trabalhar no mesmo lugar durante a vida inteira, mesmo ganhando pouco, talvez não tenha tido a mesma mordomia que eles tem hoje. São pessoas que começaram a trabalhar muito cedo, que não usavam as roupas da moda, que não tinham celular, mp10, computador, tv no quarto, nada disso. São pessoas que não tiveram a possibilidade de ingressar no nível superior.

E, ironia das ironias, foi essa geração que possibilitou que a gente tenha hoje tudo o que eles não tiveram. Os dois amigos não compreendem isso, porque quem sempre teve tudo o que quis não pode compreender as razões de quem teve que batalhar para conquistar o que possui.

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