sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Retrô - Poderia ser eu, poderia ser você

Texto que escrevi em junho de 2010.


As cenas iniciais do filme “Sobrevivendo com lobos” podem ser consideradas bem corriqueiras se comparadas com o resto do filme. Quem vê Misha, a garota magricela entristecida por não poder sair de casa e brincar com as outras crianças, não pode imaginar toda a sua força e os obstáculos que ela terá de superar.

 O filme estampa uma paisagem com o fundo quase sempre nublado, cinza. Cinza era a cor da Europa em tempos de Segunda Guerra Mundial. Fala da história de uma criança judia que viveu na Alemanha nazista, mas poderia ser a história de qualquer judeu que lá viveu naquela época, desde que a ideia dos produtores fosse passar para o público um enredo de perseguição e sofrimento.

E é isso mesmo. Os idealizadores acertaram em cheio na forma de lidar com o tema. Misha tenta encontrar sua família, e essa é uma busca difícil, com raros momentos de sorte, onde imperam sempre sentimentos como o medo e a saudade. Não poderia ser de outra forma. Como sensibilizar os espectadores sobre algo que aconteceu há anto tempo atrás, se não com cenas fortes, nuas e cruas? Seria possível falar serenamente de algo que foi tão cruel?

Eu o recomendo a todos que querem ter uma visão menos superficial sobre o assunto. Eu, você, não temos nada a ver com preconceitos de líderes truculentos, xenofobias, guerras, nada disso. Misha, a menina magricela com tranças no cabelo, também não tinha.

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